Para Sentir

“Só devemos dizer aquilo que o coração pode testificar mediante atos sinceros, porque, de outra forma, as afirmações são simples ruído sonoro de uma caixa vazia.”

Texto extraído do livro BOA NOVA, Lição 10 – O Perdão - Psicografia de Francisco Cândido Xavier, por Humberto de Campos

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Enfermidade e cura

O fenômeno biológico do desgaste orgânico, das distonias emocionais e mentais da criatura humana, é perfeitamente natural como decorrência da fragilida­de estrutural de que se constitui.

Equipamentos delicados, que são, sofrem as influ­ências externas e internas que contribuem para as suas alterações, e até mesmo a sua morte, mediante as in­cessantes transformações a que se encontram sujeitos.

Temperaturas que se alternam e ultrapassam os limites da sua resistência, condições outras atmosféri­cas e de insalubridade, colônias de bactérias e microor­ganismos agressivos, quão destruidores, atacam-lhe as peças e quase sempre as vencem, estabelecendo dis­túrbios que se transformam em enfermidades variadas.

Por outro lado, choques emocionais, estados ina­bituais de depressão e ansiedade, pressões de qual­quer ordem, especialmente as psicossociais e econô­micas, as afetivas, arrastam-nos a desorganizações perturbadoras. Seqüelas de várias doenças, muitas delas agridem esses mais intrincados conjuntos ele­trônicos, produzindo perturbações funcionais e psíqui­cas, que tipificam desequilíbrios da mente e da emoção.

A própria constituição desses órgãos tem muito a ver com as origens genéticas e, posteriormente, com os fatores organizadores do lar, da família, do grupo social, contribuindo decisivamente para as manifes­tações de saúde ou de desconserto.

O ser, porém, em si mesmo trinitário — Espírito, perispírito e matéria — é o resultado de largo proces­so de educação e desenvolvimento, através das con­tínuas experiências reencarnacionistas.

Em cada fase da vilegiatura, no corpo ou fora dele, o Espírito conquista bênçãos que incorpora ao patri­mônio evolutivo, moldando os futuros corpos de acor­do com tais aquisições, que são afetadas vibratoria­mente pelas ondas de energia positiva ou negativa que emite sem cessar.

Como conseqüência, cada criatura é especial, com reações específicas e modelagem própria, embora semelhanças profundas em umas, quão discordantes em outras.

Esse logros da evolução refletem-se na constitui­ção orgânica, na emocional e na psíquica, selecionan­do genes e valores que lhes facultem estabelecer os aparelhos correspondentes e necessários para o prosseguimento da evolução.

Assim organizam-se moralmente as estruturas expiatórias e provacionais, como recursos necessári­os para a aprendizagem e a fixação dos valores propi­ciatórios ao progresso.

As expiações normalmente talam o ser orgânico ou psíquico de maneira irreversível, como decorrên­cia dos atos pretéritos de rebeldia: suicídio, homicí­dio, perversidade, luxúria, concupiscência, avareza, ódio e os seus sequazes.

As provações, por sua vez, são corretivos tempo­rários que servem de advertência à insânia ou à co­modidade, ao erro ou ao vício, facultando a reconquis­ta da harmonia mediante esforço justo de recompo­sição interior, reintegrando o ser na ordem vigente do Universo.

Não nos referimos aqui aos quesitos das neces­sidades morais e sociais, detendo-nos, apenas, na­queles pertinentes à saúde e à doença.

Esses quadros das ações morais geram as reações correspondentes, como leis de causa e efeito, prope­lindo a resgates idênticos aos danos e prejuízos pro­duzidos.

Conhecidos esses efeitos como carma, também esse pode ser positivo e edificante conforme as reali­zações anteriores, que propiciem felicidade e paz.

Vulgarmente, porém, o conceito de carma passou a ser aceito como imperativo afugente e reparador, a que ninguém foge, por efeito das suas más ações. Entretanto, esse carma, quando provacional, tem a liberá-lo o livre-arbítrio daquele que o padece, como através do mesmo pode mais encarcerar-se, a depen­der do novo direcionamento que lhe ofereça.

As realizações morais geram energias positivas que anulam aquelas negativas, que propiciam o sofri­mento de qualquer natureza, ensejando estímulos para a superação das antigas conjunturas atormentantes.

Sujeito, por espontânea escolha, ao carma nega­tivo, o ser expressa, além dos problemas na área da saúde, conflitos diversos na emoção, no comportamen­to, a surgirem como complexo de culpa (inconscien­te), timidez, medo, ansiedade, insegurança... Ao mes­mo tempo, autodesvalorização, ausência da auto-es­tima, presença de outros complexos, como os de superioridade, de inferioridade, narcisismo, de Édipo, de Eletra, e mais outros, gerando patologias graves que, não obstante, podem ser superadas mediante terapi­as especializadas e grande esforço pessoal.

No vasto quadro das enfermidades, a ausência do auto-amor do paciente responde pela desarmonia que o aflige. Nem sempre essa manifestação é consciente, estando instalada nos seus refolhos como forma de desrespeito, desconfiança e mágoa por si mesmo, de­fluentes das ações infelizes pretéritas.

Quando uma doença se instala no organismo físico há uma fissura no conjunto vibratório que o mantém. A mente deve então ser acionada de imediato para corri­gir tal distúrbio, de modo a propiciar-se a saúde.

Quase sempre, porém, os tóxicos da ira, da re­beldia e do ressentimento são introjetados no orga­nismo, agravando mais a paisagem afetada.

Quase sempre inseguro, o ser considera que não merece o que lhe ocorre agora e teme pelo agravamen­to do mal, que se lhe transforma em problema afugente, ao qual acrescenta os fantasmas da dúvida, do aturdi­mento, do desamor cultivado sob muitos disfarces.

A amorterapia tem as suas diretrizes firmadas no ensinamento evangélico, proposto por Jesus, quando estabeleceu: — Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, como a si mesmo é um imperativo que não pode ser confundido com o egoísmo, ou o egocentrismo, mas com o respeito e direito à vida, à felicidade que o indivíduo tem e merece.

Trata-se de um amor pre­servador da paz, do culto aos hábitos sadios e dos cuidados morais, espirituais, intelectuais para consi­go mesmo, sem o que, a manifestação do amor ao próximo é transferência da sua sombra, da sua ima­gem (fracassada) que logo se transforma em decep­ção e amargura, ou a Deus, a Quem não vê, tudo dEle esperando, ainda como mecanismo de fuga da res­ponsabilidade.

O auto-amor induz à elevação dos sentimentos e à conquista de valores éticos que promovem o indiví­duo e o iluminam interiormente, Nele estão os cuida­dos pelo corpo e sua preservação através dos recur­sos ao alcance, estimulando órgãos e células a um funcionamento harmônico, decorrente dos pensamen­tos auto-estimulantes, auto-refazentes. Igualmente énecessário desenvolver o intelecto e a emoção para marcharem juntos como asas para largo vôo, ense­jando-se conhecimento e atividade fraternal benefi­cente, que faz bem primeiro àquele que a pratica, auxiliando depois quem dela necessita.

Não é um referencial ao gozo pessoal nem às auto-satisfações dos sentidos, mas um notável recurso de equilíbrio íntimo com vistas à iluminação pessoal.

Esse amor terapêutico auxilia os campos vibrató­rios afetados pelas doenças, restaurando-lhes as defi­ciências e recompondo a harmonia do todo.

Com efeito, não evita que se adoeça ou que se morra, o que, se ocorresse, agrediria a lei da vida que estabelece: Tudo quanto nasce, morre, no que se refe­re ao fenômeno biológico terminal da matéria, em in­cessantes transformações.

Nessa visão do auto-amor, a enfermidade e a morte não constituem fracasso do ser, antes o caminho para a vida, O conceito de realidade então se altera, pas­sando a constituir-se uma plenitude que se alcança no corpo e fora dele, com naturais acidentes de per­curso. A saúde não é mais uma compulsória para a existência corporal, senão um estado sujeito a múlti­plas alterações que decorrem das variantes compor­tamentais do ser integral e que somente será lograda plenamente após o despir dos andrajos físicos, desde que estes são temporais, impermanentes.

Não obstan­te, o auto-amor enseja o desfrutar de bem-estar, de equilíbrio, de funções e órgãos saudáveis, cooperan­do para a estabilidade emocional.

Tem-se asseverado que a tensão nervosa é um dos tiranos destruidores do corpo e dos seus equipamen­tos, no entanto, a forma como é enfrentada, tem muito mais a ver com os seus prejuízos.

Na amorterapia a tensão cede lugar à confiança e amortece-se face à entrega do ser a Deus, relaxando os focos de desespero e ansiedade, os compressores dos nervos, geradores de tensão.

No auto-amor, a confiança irrestrita na realidade, da qual ninguém foge, faculta o equilíbrio propiciador da saúde. Esse sentimento produz otimismo, que éfator preponderante para o restabelecimento do cam­po de energia afetado pelo transtorno, já que favorece com uma mudança de comportamento mental, portan­to, agindo no fulcro gerador das vibrações.

Quando se vive de forma diversa à que se exterio­riza, isto é, quando se fala e aparenta algo que se não faz, há uma tendência a contrair algum tipo de enfer­midade, porque a saúde não suporta essa duplicida­de, que é geradora de infortúnio.

Há um inter-relacionamento entre mente e corpo mais sério do que parece. Desse modo, o auto-amor estimula à veracidade dos atos e das palavras, sus­tentando a saúde ou corrigindo a doença.

Os tecidos orgânicos interagem por intermédio de substâncias químicas que se movimentam na corren­te sanguínea e pelos hormônios do aparelho endócri­no. A hipófise é-lhes a responsável, que recebe os es­tímulos mediante impulsos nervosos do hipotálamo, que regula a maior parte dos fenômenos e automa­tismos fisiológicos. Todo esse mecanismo ocorre atra­vés de fibras nervosas, procedentes do cérebro, que as comanda sob as ordens da mente, consciente ou inconscientemente. Por isso, a indução do auto-amor promove vibrações harmônicas que terminam por manter, organizar ou reparar o organismo, propician­do-lhe saúde, quando enfermo.

Psicologicamente o auto-amor é, sobretudo, auto-encontro, conquista de consciência de si mesmo, ma­turidade, equilíbrio.

do livro O SER CONSCIENTE de Divaldo P. Franco pelo espírito Joanna d´Ângelis

Nenhum comentário:

Postar um comentário