Para Sentir

“Só devemos dizer aquilo que o coração pode testificar mediante atos sinceros, porque, de outra forma, as afirmações são simples ruído sonoro de uma caixa vazia.”

Texto extraído do livro BOA NOVA, Lição 10 – O Perdão - Psicografia de Francisco Cândido Xavier, por Humberto de Campos

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

EDIFICAÇÃO

Tudo o que é útil e tudo o que é nobre na Terra exige preparação.

Casa alguma se ergue sem que elemento a elemento se ajuste, na concretização do plano estabelecido.

Campo cultivado reclama operações sistemáticas de limpeza e adubação, amparo e plantio.

Roupa que veste passou por múltiplas fases de trabalho, desde a produção do fio singelo.

O pão mais simples não aparece, fora dos arranjos indispensáveis.

O livro para surgir, transmitindo informações e conhecimentos, roga gestação mental e esforço de composição, letra a letra.

A sinfonia, que aprimora as fontes da inspiração, requisita combinações e estudos diversos, para que os sons se harmonizem, nota por nota.

Certifiquemo-nos de que as probabilidades da mensagem sem fio vibravam na Terra antes de Marconi.

A gravitação era realidade, antes de Newton.

Todos os ingredientes, destinados ao progresso e à civilização, ao aperfeiçoamento e à proteção da vida física, jazem potencialmente, nos reservatórios da natureza.

O homem, porém, apenas desfruta aquilo que ele próprio analisou e construiu.

Assim, também no terreno do Espírito.

Todos os recursos, necessários à educação e à sublimação da individualidade, à criação intelectual e à revelação do plano extra-sensorial, estão contidos, em possibilidades virtuais, nas esferas do pensamento.

Ninguém espera milagres depois da morte.

Na Terra, ou além da Terra, cada pessoa somente dispõe, em si e fora de si, da cultura e do merecimento que edificou.

do Livro Paz e Renovação, de Francisco Cândido Xavier e Albino Teixeira – Espíritos Diversos)

REEQUILÍBRIO

A palavra tratamento, numa de suas mais justas acepções, significa processo de cura.

E existem tratamentos de vários modos.

Quando sofremos, por exemplo, os prejuízos da ignorância, buscamos o apoio da escola para que a instrução nos felicite com a luz do discernimento.

No dia da enfermidade, é forçoso recorrer á ciência médica, que se expressará em teu favor, através de medidas socorristas diversas.

Na solução de necessidades primárias da vida orgânica, quanto mais alto o gabarito da educação, mais imperioso se torna o concurso especializado, Daí os quadros crescentes de higienistas, odontólogos, enfermeiros e assistentes sociais.

Ocorre o mesmo no reino do espírito, quanto á cura da alma.

Antes da reencarnação, a criatura que se vê defrontada por obrigações de resgate e reajuste, é levada espontaneamente ou não a renascer, junto dos companheiros de antigas faltas, a fim de granjear os recursos indispensáveis á própria quitação diante da Lei.

Por essa razão, verificarás que não é difícil amar a humanidade em seu conjunto, mas nunca fácil harmonizar-se na organização doméstica, onde a vida nos transforma, transitoriamente, em instrutores particularizados uns dos outros. É que o lar ou grupo de serviço, nas teias da consangüinidade ou da vivência, se erigem como sendo escolas de emenda, institutos de reabilitação ou pequenos sanatórios do sentimento - pontos-chaves do processo para cada um de nós - portanto, em casa ou no círculo íntimo, encontramos o lugar certo para o encontro exato com os parceiros difíceis de outros tempos, junto dos quais, durante o período da reencarnação, adquiriremos o tratamento espiritual que nos é indispensável á conquista do amor, a única força capaz de assegurar-nos a ascensão para a vida eterna.

Do livro Paz e renovação. Psicografia de Francisco Cândido Xavier e Emmanuel.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

A escola adequada

Consoante os ensinamentos dos Espíritos, a Terra passa por um período muito significativo.

Trata-se do ápice de um estado evolutivo e do princípio de outro.

Cuida-se, na conformidade dos ditos populares, do fim dos tempos.

Mas é apenas do fim dos tempos de angústia que se fala.

A vida no planeta não vai cessar e nem a Humanidade se extinguirá.

Vive-se a transição da fase de provas e expiações para a de regeneração e paz.

Em decorrência dessa transição, muitos fenômenos angustiantes chamam a atenção.

São terremotos, tsunamis, enchentes, desmoronamentos e tragédias as mais diversas.

Mas, de outro lado, dão-se ocorrências não menos interessantes.

São os espetáculos da solidariedade, quando incontáveis mãos se movimentam para socorrer quem sofre.

Regimes totalitários são postos em xeque por ideais e movimentos democráticos.

A evolução informática e a troca de dados tornam mais difícil a criminalidade anônima e impune.

São tempos novos esses.

Neles, os valores são colocados em teste.

É necessário definir-se.

Ou se decide viver de forma digna e fraterna ou se busca levar vantagem com a instabilidade temporária.

Ocorre que nessa definição de rumos cada um está a traçar o seu destino.

Porque na Terra em breve devem cessar os espetáculos da dor mais atroz.

O ambiente planetário se tornará regenerador e pacífico.

Os mundos funcionam como escolas nas quais os Espíritos são matriculados pela Divindade.

Eles oscilam grandemente em suas características.

Alguns se assemelham a hospitais e a penitenciárias.

Neles encarnam os doentes da alma, portadores de incontáveis vícios.

Orgulhosos, cruéis, preguiçosos e espertos compõem a maioria dos habitantes.

Evidentemente, há os que têm sucesso em suas lutas íntimas e não se acomodam a esse quadro.

Embora com dificuldade, seu viver é digno.

Também há os missionários do amor Divino, que ali estão na qualidade de professores do bem infinito.

Mas existem os mundos destinados à tranquila maturação das virtudes.

Ser eleito para a paz ou para os duros embates depende da própria realidade íntima.

Neste momento, cada homem define o seu futuro.

Na Terra, só devem continuar a renascer os dispostos ao trabalho e à vivência do bem.

Quem gosta de levar vantagem e fica indiferente ante a dor alheia nela não encontrará mais recursos evolutivos. Pois sensibilidades embotadas necessitam ser trabalhadas por grandes dores.

O ser endurecido precisará renascer em mundos mais primitivos, para ter as lições adequadas ao seu caráter.

Convém refletir sobre essa transformação do planeta e definir o próprio futuro.

Redação do Momento Espírita 16.08.2011

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

CORAGEM E FÉ

Continuar a serviço do bem, quando tudo nos pareça uma esteira de males sob os pés, - eis a real significação da lealdade ao Senhor.

Manter-se de coração tranquilo e alma impávida, na oficina dos ideais superiores, a converte-los em realidade, sem esmorecer, na execução dos mais pesados deveres, quando muitos dos companheiros dos primeiros dias, já se tenham distanciado de nós e perseverar trabalhando, com a certeza invariável na vitória da verdade e do amor, a benefício de todas as criaturas, a despeito de todos os pesares...

Sustentar-se de espírito vigilante na ação e na oração, sem descrer dos objetivos supremos da vida, na edificação da felicidade comum, embora a tempestade de desilusões se nos desabe em torno, derrubando apoios que se nos figuravam inamovíveis...

Prosseguir caminhando para o alvo entrevisto, no amanhecer dos sonhos mais puros, conquanto as pedras de aflição e os espinheiros de sofrimento se nos multipliquem na senda, dificultando-nos a marcha...

Avançar ainda e sempre, no encalço das realizações sublimes a que nos propomos atingir, no campo do Espírito, apesar de todas as provações que nos testem a confiança, às vezes, caindo na perplexidade e no erro para levantar-nos nas asas da reconsideração e da esperança; chorando e enxugando as próprias lágrimas, ao calor das consolações hauridas no próprio conhecimento; compreendendo e silenciando; amando e servindo, - eis a coragem da fé, a única que pode efetivamente renascer dos destroços das piores circunstâncias terrenas e encarar a razão face a face.

De “Paz e Renovação”, de Francisco Cândido Xavier e Emmanuel – Espíritos Diversos

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

AUXÍLIO EM DESOBSESSÃO

A desobsessão em si nasce originariamente da palavra esclarecedora, através do estudo, mas, em muitos casos, na lei das provas necessárias, possuímos instrumentos vários de auxílio a ela, tais quais sejam:

Afeições contrariadas - recursos de frenagem, sustando a queda em dramas passionais de resultados imprevisíveis;

Desgostos domésticos – válvulas de contenção, impedindo a reincidência em falhas morais;

Parente infeliz – advertência constante, obstando a ingerência em faixas de crítica destrutiva;

Filho-problema – socorro da Providência Divina, trazendo para dentro de casa o credor de existências passadas, que incomodaria muito mais se estivesse por fora;

Doença irreversível – dreno para o escoamento gradativo dos agentes mórbidos, ainda suscetíveis de ligar a criatura com as inteligências enquistadas na criminalidade;

Moléstias comuns – desligamento de tomadas mentais capazes de estabelecer conexão com o enredo sutil das trevas;

Decepção – choque reparador da lucidez espiritual.

Idiotia – longa pausa do espírito, diligenciando realizar o próprio reajustamento, ante a Vida Superior

A reencarnação é sempre evolução, recapitulação, ensino, aprendizado e reaprendizado e tudo isso custa esforço, obstáculo, suor; entretanto, em muitas circunstâncias, é trabalho expiatório, regeneração ou processo curativo.

Por isso mesmo, para as criaturas que se encontram em resgate, nos domínios da culpa, a área terrestre em que se encontram pode ser considerada como sendo região hospitalar e o corpo físico é interpretado por cela de tratamento, com a equipe doméstica, seja na consanguinidade ou nos contatos de serviço, mantendo a terapia de grupo.

Amemos, estudemos, sirvamos, perdoemos e auxiliemos aos outros e a desobsessão será sempre a nossa precisa libertação por bendita luz a brilhar no caminho.

Livro: Paz e Renovação. Psicografia de Francisco Cândido Xavier e André Luiz.

A cama "assombrada"

A situação que vou relatar passou-se há cerca de 25 anos.

Era um sábado, dia da reunião de encaminhamento espiritual. Os componentes do grupo mediúnico estavam reunidos. Faltavam alguns, que só chegariam algum tempo depois, dado o impedimento por razões de trabalho e porque habitavam a trinta quilômetros de distância.

Deu-se início à reunião, que decorreu normalmente até à chegada desses companheiros. Fez-se uma pausa e eles entraram para o recinto onde decorria a mesma. Todos em oração e concentrados.

De repente, através de um médium que lá se encontrava desde o início, manifesta-se uma entidade:

“Ninguém dorme na minha cama! Foi feita para mim e ninguém mais há-de dormir nela!”

Todos nós ficámos surpreendidos com esta intervenção inesperada. Não sabíamos do que se tratava. O doutrinador entrou em diálogo com a entidade:

Doutrinador: Mas o que tem a tua cama?

Espírito: Foi feita para mim. Fui eu quem a mandou fazer. E ninguém dorme nela, porque eu não deixo!!!

Doutrinador: E há pessoas que dormem na tua cama?

Espírito: Sim! Mas eu não vou deixar!

Doutrinador: E há quanto tempo mandaste fazer a cama?

Espírito: Ah, isso não sei. Só sei que não vou deixar ninguém deitar-se nela!

Doutrinador: De que país és?

Espírito: Sou espanhola. Ninguém vai dormir na minha cama!

Doutrinador: E qual é o rei que governa?

Espírito: Rei, não. Rainha. Isabel.

Doutrinador: Isabel, a Católica?

Espírito: Sim.

[Aqui o doutrinador percebe que tem que trazer esta entidade à realidade presente, pois ela não se deu ainda conta de que já não pertence ao mundo físico e que há muito permanece no mundo espiritual, ligada a um objeto terreno que, certamente, lhe era muito caro. Essa permanência estacionária no tempo estava retardando a sua evolução espiritual.]

Doutrinador: Olha, minha amiga: isso já se passou há muito tempo, de que tu perdeste a noção. Neste momento já não te encontras no mundo físico.

Espírito: Quero lá saber. A cama é minha e ninguém se vai deitar nela.

Doutrinador: Neste momento estás aqui conosco, numa reunião de auxílio espiritual e estás a falar através de um médium. Olha lá: experimenta colocar a mão na tua cara e nos teus cabelos...

[A entidade leva a mão à cara e aos cabelos. É surpreendida pela barba do médium e pelos cabelos curtos. Apercebe-se que não são dela.]

Espírito: Esta cara não é minha. Estes cabelos não são meus...

Doutrinador: Pois é, minha amiga. Como te disse, estás neste momento no mundo dos espíritos. O teu corpo de carne há muito desapareceu. Estás a falar através de um médium, usando a sua voz. Mas isto te será explicado mais tarde. Agora o que importa é que sejas auxiliada. Presta atenção ao que se passa à tua volta.

[Os componentes do grupo continuam em oração, mentalizando muita luz e pedindo por esta nossa irmã.]

Espírito: Estou a ver pessoas vestidas de branco....

Doutrinador: Fala com elas.

Espírito (após alguns momentos): Sim, vou.

Doutrinador: Então vai, minha irmã. Acompanha estes amigos que te vieram socorrer e esclarecer. Que Deus te acompanhe.

Espírito: Adeus a todos e obrigada.

Doutrinador: Agradece a Jesus.

É feita uma oração de agradecimento pelas bênçãos recebidas, manifestando-se, posteriormente, o guia espiritual dos trabalhos, que explica que esta nossa irmã, há muito vinha sendo seguida e que tinha chegado agora o momento de ela poder ser auxiliada.

Foi feita a oração de encerramento da reunião que foi dada por terminada.

Só depois obtivemos a explicação do sucedido, vinda da parte de um dos participantes da reunião que havia chegado posteriormente. Contou-nos ele que havia comprado a cama num antiquário e que nunca ele e a sua esposa tinham conseguido dormir naquela cama. Deitavam-se mas não conseguiam conciliar o sono. Sentiam-se inquietos sem saber a razão.

Moral da história:

1. Não nos apeguemos demasiado aos bens materiais, pois estes são transitórios;

2. Quando adquirirmos uma antiguidade, tenhamos em conta que podemos também adquirir quem, por ignorância, a ela se encontra ainda ligada.

Maio de 2009.
Mário.

Do blog Ideia Espírita

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

ABENÇOEMOS SEMPRE

Aquele que talvez consideres por inimigo unicamente porque te não pode satisfazer as reclamações será provavelmente uma criatura pressionada por exigências que nunca te abordaram as áreas de ação.

O companheiro que se te afigure viciado, em vista dos lábios infelizes a que se afeiçoa, até que se projetasse na sombra, terá sofrido tribulações para a travessia doa quais é possível não disponhas ainda nem mesmo da metade das forças.

O irmão que alijou a carga de compromisso que lhe competia, em meio da estrada na qual jornadeias, haverá aguentado, no mais íntimo da própria alma, provas e conflitos, que provavelmente até agora não conseguiste imaginar.

O amigo que se te fez menos estimável, à face do desespero a que se entregou, até que isso acontecesse, terá suportado empeços e sacrifícios, que não pudeste perceber, até hoje em momento algum.

A irmã que desistiu que desistiu das obrigações a que se entrosava, até o instante de semelhante deliberação, haverá tolerado angústias das quais é possível jamais tenhas sofrido a mais ligeira mostra do coração.

Abstenhamo-nos de julgar. Nosso ponto de vista, ante os problemas dos outros, na maioria das vezes, pode ser apenas impertinência, descaridade, leviandade, contrição.

Deixa que o amor te enriqueça e te ilumine o espírito de justiça.

Diante daqueles que te pareçam caídos, silencias quando não possas auxiliar. Recorda que todos eles são igualmente nossos irmãos. E já que não sabemos até quando e até onde conseguiremos assegurar a própria resistência, à frente das tentações, saibamos entregar as dificuldades alheias a Bondade de deus, cuja misericórdia cuidará delas, tanto quanto cuida e cuidará também das nossas.

Do livro Paz e renovação. Psicografia de Francisco Cândido Xavier e Emmanuel

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

OS DOMINGOS PRECISAM DE FERIADOS

Toda sexta-feira à noite começa o Shabat para a tradição judaica.
Shabat é o conceito que propõe descanso ao final do ciclo semanal de produção, inspirado no descanso divino no sétimo dia da Criação.

Muito além de uma proposta trabalhista, entendemos a pausa como fundamental para a saúde de tudo o que é vivo.

A noite é pausa, o inverno é pausa, mesmo a morte é pausa. Onde não há pausa, a vida lentamente se extingue.

Para um mundo no qual funcionar 24 horas por dia parece não ser suficiente, onde o meio ambiente e a terra imploram por uma folga, onde nós mesmos não suportamos mais a falta de tempo, descansar se torna uma necessidade do planeta.

Hoje, o tempo de "pausa" é preenchido por diversão e alienação.
Lazer não é feito de descanso, mas de ocupações para não nos ocuparmos. A própria palavra entretenimento indica o desejo de não parar. E a incapacidade de parar é uma forma de depressão. O mundo está deprimido e a indústria do entretenimento cresce nessas condições.

Nossas cidades se parecem cada vez mais com a Disneylândia. Longas filas para aproveitar experiências pouco interativas. Fim de dia com gosto de vazio. Um divertido que não é nem bom nem ruim. Dia pronto para ser esquecido, não fossem as fotos e a memória de uma expectativa frustrada que ninguém revela para não dar o gostinho ao próximo...

Entramos no milênio num mundo que é um grande shopping. A internet e a televisão não dormem. Não há mais insônia solitária; solitário é quem dorme. As bolsas do Ocidente e do Oriente se revezam fazendo do ganhar e perder, das informações e dos rumores, atividade incessante. A CNN inventou um tempo linear que só pode parar no fim.
Mas as paradas estão por toda a caminhada e por todo o processo. Sem acostamento, a vida parece fluir mais rápida e eficiente, mas ao custo fóbico de uma paisagem que passa. O futuro é tão rápido que se confunde com o presente.

As montanhas estão com olheiras, os rios precisam de um bom banho, as cidades de uma cochilada, o mar de umas férias, o domingo de um feriado...

Nossos namorados querem "ficar", trocando o "ser" pelo "estar".

Saímos da escravidão do século XIX para o leasing do século XXI - um dia seremos nossos?

Quem tem tempo não é sério, quem não tem tempo é importante.

Nunca fizemos tanto e realizamos tão pouco. Nunca tantos fizeram tanto por tão poucos...

Parar não é interromper. Muitas vezes continuar é que é uma interrupção. O dia de não trabalhar não é o dia de se distrair literalmente, ficar desatento. É um dia de atenção, de ser atencioso consigo e com sua vida.

A pergunta que as pessoas se fazem no descanso é: o que vamos fazer hoje? Já marcada pela ansiedade. E sonhamos com uma longevidade de 120 anos, quando não sabemos o que fazer numa tarde de domingo.

Quem ganha tempo, por definição, perde. Quem mata tempo, fere-se mortalmente. É este o grande "radical livre" que envelhece nossa alegria - o sonho de fazer do tempo uma mercadoria.

Em tempos de novo milênio, vamos resgatar coisas que são milenares. A pausa é que traz a surpresa e não o que vem depois. A pausa é que dá sentido à caminhada. A prática espiritual deste milênio será viver as pausas. Não haverá maior sábio do que aquele que souber quando algo terminou e quando algo vai começar.

Afinal, por que o Criador descansou? Talvez porque, mais difícil do que iniciar um processo do nada, seja dá-lo como concluído.

Autor: Rabino Nilton Bonder

EVITANDO OBSSESSOES

Não deixe de sonhar, mas enfrente as suas realidades no cotidiano.

Reduza suas queixas ao mínimo, quando não possa domina-las de todo.

Fale tranquilizando a quem ouve.

Deixe que os outros vivam a existência deles, tanto quanto você deseja viver a existência que Deus lhe deu.

Não descreia do poder do trabalho.

Nunca admita que o bem possa ser praticado sem dificuldade.

Cultive a perseverança, na direção do melhor, jamais a teimosia em pontos de vista.

Aceite suas desilusões com realismo, extraindo delas o valor da experiência, sem perder tempo com lamentações improdutivas.

Convença-se de que você somente solucionará os seus problemas se não fugir deles.

Recorde que decepções, embaraços, desenganos e provações são marcos no caminho de todos e que, por isso mesmo, para evitar o próprio enfaixamento na obsessão o que importa não é o sofrimento que nos visite e sim a nossa reação pessoal diante dele.

Livro: Paz e Renovação. Psicografia de Francisco Cândido Xavier e  André Luiz

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Para Merecer

Haver passado por terríveis desenganos;
estar respirando no clima de prejuízos e fracassos;
carregar conflitos interiores;
anotar-se sob nuvens de tentações e desafios;
encontrar-se em desânimo;
observar-se em luta contra perigosos pensamentos negativos;
reconhecer-se ante a pressão de numerosos adversários;
encontrar-se em desânimo;
admitir-se em luta diante da crítica.
Você, enfim, talvez se veja em qualquer estado de introdução ao desequilíbrio espiritual, prestes a cair sob cadeias obsessivas...
Mas, se você realmente deseja livrar-se disso, deve compreender, antes de tudo, que precisa de esclarecimento e de amparo.
Entretanto, para que você obtenha luz e auxílio é indispensável adote atitudes fundamentais.
Estudar e raciocinar, afim de se instruir:
Trabalhar e servir para merecer.

Do livro Paz e Renovação de Chico Xavier, pelo espírito André Luiz

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Se Soubesses…

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           Se soubesses quão venenoso é o conteúdo de fel a tisnar o cálice da aversão, decerto compreenderias que todo golpe de crueldade não é senão desafio à tua capacidade de entendimento.

*

            Se soubesses a trama de sombra que freme, perturbadora em torno da palavra infeliz que proferes, na crítica à luta alheia, preferirias amargar no silêncio as feridas de tua mágoa, esperando que o tempo lhes ofereça a necessária medicação.

*

            Se soubesses a quantidade dos crimes, oriundos da revolta e da queixa, escolherias padecer toda sorte de sofrimento antes que reclamar consideração e justiça em teu próprio favor.

*

            Se soubesses a multidão de males que a vingança provoca, esquecerias sem custo os braseiros de cor que a calúnia te arremessa à existência.

*

            Lembra-te de que o ódio é o grande fornecedor das prisões e de que a cólera é responsável pela maior parte das moléstias que infelicitam a vida e guarda o coração na grande serenidade, se te propões conservar em ti mesmo o tesouro da paz e a bênção da segurança.

*

            Ainda mesmo que alguém te ameace com o gláudio da morte, desculpa e segue adiante, porque as vítimas ajustadas aos marcos do Bem Eterno elevam-se de nível, enquanto que os ofensores, ainda mesmo os aparentemente mais dignos, descem aos princípios do tempo para o acerto reparador.

*

            De qualquer modo, se a aflição te procura, cala e perdoa sempre, porque se o Mestre nos exortou ao amor pelos inimigos, também nos advertiu que a mão erguida à delinquência da espada, agora, hoje ou amanhã, na espada fenecerá.

De "Alma e Luz", de Francisco Cândido Xavier pelo espírito de Emmanuel