Para Sentir

“Só devemos dizer aquilo que o coração pode testificar mediante atos sinceros, porque, de outra forma, as afirmações são simples ruído sonoro de uma caixa vazia.”

Texto extraído do livro BOA NOVA, Lição 10 – O Perdão - Psicografia de Francisco Cândido Xavier, por Humberto de Campos

terça-feira, 8 de abril de 2014

Visitando a vovó

Glorinha gostava muito de animais, especialmente de cachorros. Vivia sempre pedindo aos pais que lhe dessem um cãozinho.

Certo dia, ela pediu tanto, que seu pai disse:

— Tem certeza de que deseja um cachorrinho, filha?

De olhos brilhantes e mãos postas, a menina respondeu:

— Sim, sim, Papai! Meu aniversário está se aproximando. Posso pedir um cãozinho de presente?

Os pais trocaram um olhar, depois a mãe concordou:

— Está bem, Glorinha. Desde que você prometa que vai cuidar bem dele. Você sabe, os animais dão trabalho: não pode faltar água, ração na hora certa, e o banho semanal; se ficar doente tem que dar remédio. Ah! E não pode deixar o portão aberto, senão ele foge.    

A menina vibrava de alegria, concordando com tudo.

— Sim, mamãe. Farei tudo direitinho, prometo!

Então, certo dia, quando Glorinha acordou, ouviu um barulho diferente embaixo de sua cama. Virou de cabeça para baixo e viu o cãozinho mais lindo que se poderia imaginar!

Cheia de alegria, pegou-o no colo e correu para a cozinha onde a mãe preparava o café da manhã. Os pais, que já a esperavam, sorriram.

— Ele é lindo! Obrigada, papai! Obrigada, mamãe! Ele é muito fofo! Pois vou chamá-lo de Fofo!

Daquele dia em diante, a vida de Glorinha mudou. Ela estava sempre cuidando de Fofo. Logo cedo lhe dava a ração e enchia a vasilha de água. Nos finais de semana, não se esquecia do banho, que ele adorava.

Assim, cresciam o cãozinho e sua dona.

Certo dia, dois anos depois, Fofo amanheceu quieto, sem vontade de comer e de brincar. A menina, preocupada, falou com seus pais, que disseram:

— Não deve ser nada. Logo passa. 

Mas, no dia seguinte, Fofo continuou quieto, não comia, não queria brincar. Foi levado ao veterinário, que passou a medicação que deveria ser dada ao cãozinho.

No entanto, ele só piorava. Até que, um dia, Fofo não acordou mais. Glorinha chorou muito, agarrada ao seu amiguinho de brincadeiras.

Como o terreno da casa fosse grande, enterraram Fofo no fundo do quintal, onde Glorinha colocou os brinquedos de que ele mais gostava, justificando:

— É para o Fofo brincar, se tiver vontade.

Triste e desconsolada, Glorinha nem brincava mais. Só ia para a escola e, na volta, ficava em seu quarto, deitada.

Preocupados, os pais pediam a Jesus que amparasse a filha, ainda tão pequena, para que ela superasse a dor da perda do seu amiguinho cão.

Até que, um dia, Glorinha sonhou que foi visitar sua avó, já no mundo espiritual.

Recebida com muita alegria pela vovó Ana, que a abraçou satisfeita, Glorinha disse:

— Que bom, vovó! Não sabia que você estava num lugar tão lindo! Quantas árvores, quantas flores! Onde vai dar este caminho?

— Na minha casa. Venha! Tenho uma surpresa para você, Glorinha.

Chegando perto da casa, a menina viu um cãozinho que corria ao seu encontro. Sem poder acreditar, ela arregalou os olhos:

— Mas é o meu Fofo!...

O cachorrinho latia feliz vendo sua dona, que o pegou no colo, radiante de felicidade, enquanto ele lambia seu rosto. Depois, chorando de alegria, Glorinha olhou para a avó:

— Vovó Ana, como Fofo veio parar aqui?...

Sentaram-se num banco, à sombra de uma árvore, e a vovó explicou:

— Você sabe que não existe a morte, não é? Todos continuam vivendo! Então, como você estava muito triste, querida, pedi a Jesus para que eu pudesse cuidar do seu cãozinho para você. Assim, ele está comigo desde que veio para cá.

Glorinha abraçou a avó, agradecendo-lhe por estar cuidando do seu cãozinho. De repente, Glorinha escutou:

— Acorde, minha filha! Está na hora de ir para a escola!

Abrindo os olhos, Glorinha espreguiçou-se, e lembrou:

— Mamãe! Esta noite eu fui visitar a vovó Ana. Sabe quem estava lá? O meu Fofo! Brincamos, corremos pelo gramado. Ele está curado, mamãe! Ele está bem!

Com os olhos úmidos, a mãe abraçou a filha com amor, agradecendo a Jesus por ter dado o consolo de que Glorinha tanto precisava.

Depois, a mãe perguntou como estava a avó, sua mãe, ao que a menina respondeu:

— Vovó Ana está ótima! Bonita, bem arrumada, e usa sempre o colar que você lhe deu!

Ao ouvir essas palavras, a mãe começou a chorar, emocionada. Glorinha era muito pequena quando a avó voltou para o mundo espiritual, e nunca foi comentado que, como a avó gostasse de um colar que a filha lhe dera, e não se separava dele, resolveram deixá-la com ele.

Essa era a maior prova de que Glorinha realmente se encontrara com a avó Ana e com seu cãozinho — pensou a mãe, elevando o pensamento em gratidão a Jesus por ter atendido seu pedido.

       MEIMEI

(Recebida por Célia X. de Camargo, em 17/02/2014.)