Para Sentir

“Só devemos dizer aquilo que o coração pode testificar mediante atos sinceros, porque, de outra forma, as afirmações são simples ruído sonoro de uma caixa vazia.”

Texto extraído do livro BOA NOVA, Lição 10 – O Perdão - Psicografia de Francisco Cândido Xavier, por Humberto de Campos

quarta-feira, 30 de julho de 2014

O MÉDICO

Ainda não havíamos terminado as expansões de carinho e alegria, no reencontro, quando o médico esperado chegou.

Tia Eunice foi recebê-lo e trouxe-o á câmara.

Bem-humorado e bem disposto, ele distribuiu saudações com muita alegria.

Examinou-me atenciosamente, aplicou-me raios de luz, acionando pequenino aparelho que não sei descrever, e, em seguida, passou-me a mão direita, em silêncio, muitas vezes, sobre o peito e a cabeça, observando eu que seus dedos se desprendiam faíscas de luz azulada e brilhante.

Terminadas essas operações, levadas a efeito diante de todos os nossos, entrou a conversar, satisfeito e otimista, dando-me a impressão de que se achava muito mais preocupado em dar-me idéias novas que remédios.

Não me perguntou pelo clínico que me tratava em casa, não se interessou visivelmente por minha garganta dolorida, nem fez qualquer indagação que me pudesse transportar o pensamento para a situação passada.

Com habilidade, compeliu-me a esquecer a esquecer a dor e a aflição, distraiu-me com assuntos muito interessantes.

Perguntou-me que profissão teria escolhido na Terra, se continuasse entre os espíritos encarnados, e, quando lhe disse algo do meu pendor para a avaliação, começou a discorrer de modo tão fascinante sobre o progresso da ciência de voar, que me senti francamente outro, despreocupado das idéias de moléstia e apego inferior ao corpo físico que abandonara.

Falava ele como experimentado professor de navegação aérea.

Ouvia-o, por isso mesmo, com crescente assombro.

Depois de inteligente exposição sobre o tema que tanto me interessava, assegurou-me que conhece o nosso Santos Dumont, prometendo-me outras palestras sobre a aviação, na primeira oportunidade.

Percebendo que o bondoso médico ia colocar ponto final à conversação, arrisquei-me a perguntar, absolutamente esquecido de minha enfermidade:

- Doutor, o senhor acredita que poderei continuar estudando aqui?

- Como não? – respondeu, contente – ninguém precisa interromper o serviço de educação própria, por se haver privado do corpo de carne terrestre. Espero vê-lo animado e fortalecido, em breve tempo, para estudar e adquirir conhecimentos novos.

Essas palavras enchiam-me de estímulo e satisfação.

Ao despedir-se, recomendou que eu fosse matriculado no Parque dos Meninos, onde teria os benefícios que me eram indispensáveis, no que vovó Adélia e Tia Eunice aquiesceram, agradecidas.

Quando o médio se foi notei que deixara de escutar os gritos de mamãe e que as dores haviam desaparecido inexplicavelmente.

(Livro: Mensagens do Pequeno Morto - Psicografia de Francisco C. Xavier - Espírito Neio Lúcio)

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