Para Sentir

“Só devemos dizer aquilo que o coração pode testificar mediante atos sinceros, porque, de outra forma, as afirmações são simples ruído sonoro de uma caixa vazia.”

Texto extraído do livro BOA NOVA, Lição 10 – O Perdão - Psicografia de Francisco Cândido Xavier, por Humberto de Campos

terça-feira, 11 de maio de 2010

Em torno da saúde

bysue Na busca da saúde do corpo você espera encontrar, na Doutrina Espírita, a fórmula mágica que o liberte do problema orgânico ou da dificuldade emocional, como se os Espíritos desencarnados, empunhando provetas e substâncias químicas, elaborassem nos laboratórios da Imortalidade, quais velhos alquimistas medievais, o elixir da longa vida.

Infelizmente, porém, os Espíritos não são magos nem seres sobrenaturais ou anjos excelsos e, sim, almas que viveram na Terra, tendo retornando à Pátria com os valores daí trazidos.

A enfermidade, em qualquer condição, representa justiça, como a dificuldade, sob qualquer aspecto, significa ensinamento.

Mais importante do que as células é o pensamento que as comanda. O homem não é a multidão celular em agrupamento.

Em razão disso, qualquer serviço de assistência ao corpo tão somente é paliativo e atenuante de pouco valor.

A saúde real não se origina no equilíbrio orgânico, que é. Por sua vez, resultado da estabilidade espiritual.

O Espírito é o ser. Nele se elaboram os quadros da saúde física e mental, tendo em vista as próprias necessidades evolutivas.

Por isso, hepatite e gastralgia são advertências contra os abusos alimentares e a indiferença da mente, tanto quanto a indigestão, representa a reação da máquina física, que o excesso desorganizou. Podem ser assinaladas.

Infecção e afecção, que se instalam de inopino, constituem motivo de advertência porque expressam avisos mais sérios. São doenças-apelo.

Toda virulência, que se instala no corpo, é enfermidade-admoestação, que convoca ao exame de consciência. Sintonizando com os germens do psiquismo em desalinho, a flora e a fauna microbiana naturalmente estabelecem harmonia com as condições psicomorais do ser, desenvolvendo-se violentamente e ameaçando a estabilidade orgânica.

Qualquer desrespeito da mente logo se reflete no corpo, em forma de enfermidade.

Distonia mental, distúrbio neurovegetativo, desequilíbrio da emoção, somente se retificam com a reorganização do panorama espiritual.

Com muita sabedoria, a Doutrina Espírita, que pode ser considerada sublime tratado de Medicina Preventiva, preconiza como receita segura o Evangelho de Nosso Senhor Jesus-Cristo, bálsamo e antitóxico eficaz para qualquer desgaste do corpo e desorganização da alma.

Todavia, é comum você receber a fórmula excelente através da Boa Nova, e abusar, logo depois, do veículo carnal, distante de qualquer respeito à saúde.

Se aumenta a temperatura ambiente, você se excede nos gelados; se diminui o calor, você exagera o agasalho e se atira aos estimulantes, para depois revoltar-se com a reação do aparelho respiratório ou insubmissão da instrumentalidade digestiva.

Gripes e resfriados aproveitarão a insuficiência moral e se estabelecerão, triunfantes, como doenças-alarme.

Para aguçar o paladar, você exagera os condimentos e, para ser sociável, se entrega aos aperitivos, sofrendo, como é natural, a revolta das células que não estão preparadas para a excessiva despesa energética. Arrebenta-se a máquina orgânica, perturba-se o filtro respiratório e surgem as doenças-repreensão.

Se examinarmos as calamidades endêmicas e epidêmicas, encontraremos aí as doenças-resgate, através das quais os braços da Justiça Divina atingem os devedores da Terra, para o justo pagamento.

Cegueira, surdez, câncer, mudez, lepra, tuberculose, loucura, pênfigo e todas as doenças da patologia médica de difícil recuperação, podem ser consideradas espiritualmente como escoadouros dos múltiplos detritos morais...

Mercê considerado que, apesar disso, cada enfermidade tem função específica para a alma, em caráter justo e definido.

Além das perturbações do domicílio físico, que dizer dos aguilhões morais no seu desiderato saneador? Como catalogar as frustrações afetivas em missão de caldeamento das expressões sentimentais? Onde situar, para atender os desajustes sociais e os impositivos das injunções humanas que chicoteiam e maltratam criaturas em paisagens de aflitivas reparações? Quantas dores ocultas existem nos panoramas íntimos, distantes do olhar da multidão, que funcionam como salvo-condutos para a alma?! E as marcas hereditárias do caráter, assinalando a luta imerecida?! São aflições que podem ser consideradas como selos de segurança para o Espírito leviano ou rebelde em jornada de recuperação.

Quando a doença não significa a revolta do próprio corpo à exploração que se lhe faz, é mensageira gentil, convidando a considerações e meditações necessárias.

Não se rebele, portanto.

Guarde sempre a paz e a confiança e contribua mental e moralmente para a própria saúde.

E convenha que os Instrutores Espirituais não podem fazer por você mais do que fez o Mestre Excelente pelos discípulos e comensais do seu amor.

Lembre-se que Ele retirou Lázaro do sepulcro e arrancou a filha da viúva de Naim das sombras da morte, mas não lhes concedeu um corpo físico imortal; libertou os endemoninhados e leprosos, cegos e aflitos dos espinheiros das dores, mas não os impediu de sofrerem, logo mais, as imposições da vida, no planeta-escola de lutas e reparações.

Atenda às necessidades do corpo com equilíbrio e respeito.

Ouça o médico do mundo ou valha-se do irmão desencarnado no abençoado mister de ajudar, mas não espere milagres que esses benfeitores não podem realizar. Somente nosso Pai Celeste pode oferecer-nos, como acréscimo de misericórdia, a paz de que necessitamos quando nos esforçarmos por merece-lá.

Também nós outros já vivemos no mundo, e sabemos que o problema fundamental é a posse da saúde espiritual para a vida imperecível.

E observe que Jesus, que jamais enfermara, atestando a necessidade de ensinar com o exemplo, recebeu na Cruz, entre dores, o divino legado do amor, partindo da Terra para viver conosco na eternidade na condição de Médico Sublime, para Quem devemos dirigir as nossas aflições e necessidades.

Livro: Crestomatia da Imortalidade
Joanna de Angelis & Divaldo P. Franco

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