No dia seguinte, muito cedo, tia Eunice conduziu-me à grande instituição.
O caminho oferecia suave encanto aos olhos e indizível contentamento à imaginação.
Árvores floridas enchiam a atmosfera de delicioso perfume. Observei que havia atividade em torno de todas as residências por onde passávamos, mas raramente enxergava uma ou outra criança.
Comentando a minha estranheza, respondeu tia Eunice que a vila se dedicava quase que exclusivamente aos trabalhos de reeducação de meninos e meninas, procedentes da Terra, mas que esses jovens, na maior parte, permaneciam internados no Parque, solucionando os problemas que lhes são próprios. Informou-me, ainda, de que somente depois do indispensável aproveitamento espiritual podem as crianças voltar a Terra ou buscar as esferas superiores. Esclareceu que nem todos os pequenos que “morrem” no mundo são obrigados a transitar por aqui, em vista de existirem meninos de grandes virtudes, os quais dispensam qualquer atividade de retificação. Contudo, a maioria das criança que chegam da Terra são portadoras de pequenos vícios, reclamando cuidado e ensinamento.
Enquanto titia falava, corei de vergonha, recordando a preguiça e a vaidade de que eu gostava tanto.
Após agradabilíssima caminhada, chegamos afinal.
O Parque é lindo.
Fui confiado à assistência de um santo velhinho, que se incumbe das crianças recém-chegadas aqui. Como não me encontrava, ainda, suficientemente seguro de mim mesmo, descansei vários dias, a distância do esforço mais ativo.
Dispus, assim, de mais tempo para examinar o vasto instituto.
Há muitas edificações, situadas entre copadas árvores. Verifiquei grande profusão de flores. Muitas são diferentes das que conhecemos em jardins terrestres e algumas delas têm a propriedade de reter a luz do dia, semelhando-se, de noite, a pequenas estralas radiantes, caídas do céu.
O vento, muito manso, está sempre impregnado de aromas. E não existe um só edifício sem flores em derredor.
Há estudos e trabalho intensos.
O Parque é subdividido em diversas escolas. Colaboram aqui muitos professores e professoras; e tantos meninos aqui se encontram localizados, que ainda não pude calcular o número exato de todos eles.
Vejo-os de várias idades e tamanhos, com exceção das crianças que vieram do plano físico com menos de sete anos, para as quais, segundo me disse um novo amiguinho, há lugares e cursos especiais.
(Livro: Mensagens do Pequeno Morto - Psicografia de Francisco C. Xavier - Espírito Neio Lúcio)
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