Para Sentir

“Só devemos dizer aquilo que o coração pode testificar mediante atos sinceros, porque, de outra forma, as afirmações são simples ruído sonoro de uma caixa vazia.”

Texto extraído do livro BOA NOVA, Lição 10 – O Perdão - Psicografia de Francisco Cândido Xavier, por Humberto de Campos

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

A CASA DE CADA UM


texto de Walcyr Carrasco

Nesta época, gosto de tratar da vida. Dou a roupa que não uso mais.

Livros que não pretendo reler. Envio caixas para bibliotecas. Ou abandono um volume em um shopping ou café, com uma mensagem: "Leia e passe para frente!".
Tento avaliar meus atos através de uma perspectiva maior.
Penso na história dos Três Porquinhos. Cada um construiu sua casa.

Duas, o Lobo derrubou facilmente. Mas a terceira resistiu porque era sólida.

Em minha opinião, contos infantis possuem grande sabedoria, além da história propriamente dita. Gosto desse especialmente.
Imagino que a vida de cada um seja semelhante a uma casa. Frágil ou sólida, depende de como é construída. Muita gente se aproxima de mim e diz: Eu tenho um sonho, quero torná-lo realidade! Estremeço.
Frequentemente, o sonho é bonito, tanto como uma casa bem pintada. Mas sem alicerces. As paredes racham, a casa cai repentinamente, e a pessoa fica só com entulho. Lamenta-se.
Na minha área profissional, isso é muito comum.
Diariamente sou procurado por alguém que sonha em ser ator ou atriz sem nunca ter estudado ou feito teatro.

Como é possível jogar todas as fichas em uma profissão que nem se conhece?
Há quem largue tudo por uma paixão. Um amigo abandonou mulher e filho recém-nascido.

A nova paixão durou até a noite na qual, no apartamento do 10º andar, a moça afirmou que podia voar. Deixa de brincadeira , ele respondeu.
Eu sei voar, sim! rebateu ela.
Abriu os braços, pronta para saltar da janela. Ele a segurou. Gritou por socorro.

Quase despencaram. Foi viver sozinho com um gato, lembrando-se dos bons tempos da vida doméstica,

do filho, da harmonia perdida!
Algumas pessoas se preocupam só com os alicerces. Dedicam-se à vida material.

Quando venta, não têm paredes para se proteger. Outras não colocam portas. Qualquer um entra na vida delas.
Tenho um amigo que não sabe dizer não (a palavra não é tão mágica quanto uma porta blindada). Empresta seu dinheiro e nunca recebe. Namora mulheres problemáticas. Vive cercado de pessoas que sugam suas energias como autênticos vampiros emocionais. Outro dia lhe perguntei: Por que deixa tanta gente ruim se aproximar de você?
Garante que no próximo ano será diferente. Nada mudará enquanto não consertar a casa de sua vida.
São comuns as pessoas que não pensam no telhado. Vivem como se os dias de tempestade jamais chegassem. Quando chove, a casa delas se alaga.
Ao contrário das que só cuidam dos alicerces, não se preocupam com o dia de amanhã.
Certa vez uma amiga conseguiu vender um terreno valioso recebido em herança. Comentei:
Agora você pode comprar um apartamento para morar.
Preferiu alugar uma mansão. Mobiliou. Durante meses morou como uma rainha. Quase um ano depois, já não tinha dinheiro para botar um bife na mesa!
Aproveito as festas de fim de ano para examinar a casa que construí. Alguma parede rachou porque tomei uma atitude contra meus princípios?
Deixei alguma telha quebrada?
Há um assunto pendente me incomodando como uma goteira?
Minha porta tem uma chave para ser bem fechada quando preciso, mas também para ser aberta quando vierem as pessoas que amo?
É um bom momento para decidir o que consertar. Para mudar alguma coisa e tornar a casa mais agradável.
Sou envolvido por um sentimento muito especial.
Ao longo dos anos, cada pessoa constrói sua casa.
O bom é que sempre se pode reformar, arrumar, decorar!
E na eterna oportunidade de recomeçar reside a grande beleza de ser o arquiteto da própria vida.

"Eu segurei muitas coisas em minhas mãos e eu as perdi;
mas tudo que eu coloquei nas mãos de Deus eu ainda possuo."
(Martin Luther King)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Companhia perturbadora

Nem sempre estamos bem acompanhados, e uma dessas companhias perturbadoras é a que nos faz infelizes ao perceber a felicidade do outro.

A inveja não está na simples constatação do triunfo alheio. Ela se apresenta quando essa constatação nos faz mal, produz em nós sentimentos negativos de revolta, de indignação.

Essa filha do orgulho instala-se em nossa alma e nos leva aos precipícios morais do ódio sem razão.

Muito mais fácil do que buscar nossa felicidade, nossas próprias conquistas é criticar, questionar, destruir a dos outros.

A inveja é preguiça moral, é acomodação do Espírito que ainda não está desperto e disposto a empreender a necessária luta pelo crescimento.

Ao invés de se empenhar na autovalorização, o paciente da inveja lamenta o triunfo alheio e não luta pelo seu. Apela, muitas vezes, para a intriga e a maledicência, fica no aguardo do insucesso do suposto adversário, perseguindo-o, buscando satisfazer seu prazer mórbido.

Egocêntrico, não saiu da infância psicológica e pretende ser o único centro da atenção, credor de todos os cultos e referências.

Insidiosa, a inveja é resultado da indisciplina mental e moral, que não considera a vida como patrimônio divino para todos.

Trabalha, por inveja, para competir, sobressair, destacar-se. Não tem ideal, nem respeito pelas pessoas e pelas suas árduas conquistas.

Esse sentir doentio descarrega correntes mentais prejudiciais dirigidas às suas vítimas, que somente as alcançam se estiverem em sintonia. Porém, os danos ocorrem em quem gera esse sentir, perturbando-lhe a atividade, o comportamento.

Assim, o invejoso sempre sairá perdendo. Não apenas não resolverá seu problema – se é que ele existe – como sempre aumentará sua frustração, sua infelicidade.

* * *

A terapia para a inveja consiste, inicialmente, na cuidadosa reflexão do eu profundo em torno da sua destinação grandiosa, no futuro.

Consiste em avaliar os recursos de que dispõe e considerar que a sua realidade é única, individual, não podendo ser medida nem comparada com outras em razão do processo da evolução de cada um.

O cultivo da alegria, pelo que é e dos recursos para alcançar novos patamares, enseja o despertar do amor a si mesmo, ao próximo e a Deus.

Esse despertar facultará à criatura a perfeita compreensão dos mecanismos da vida e as diferenças entre as pessoas, formando um todo holístico na grande unidade.

* * *

Fazei vossa felicidade e vosso verdadeiro tesouro sobre a Terra em obras de caridade e de submissão, as únicas que devem contribuir para serdes admitidos no seio de Deus.

Essas obras do bem farão vossa alegria e vossa felicidade eternas.

A inveja é uma das mais feias e das mais tristes misérias do vosso globo.

A caridade e a constante emissão da fé farão desaparecer todos esses males, à medida que os homens de boa vontade se multiplicarem.

Redação do Momento Espírita com base em texto da Revista Espírita, de Allan Kardec, de julho de 1858 e no cap. 5 da obra O ser consciente, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

Em 02.03.2011.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Nem Tudo Se Pode Ver, Ouvir Ou Dizer

singe_de_sagesse

Um músico me escreve contando que pertence a uma grande orquestra, mas não tem prazer no trabalho por causa dos colegas. Não suporta o despotismo, a vaidade, a prepotência, a arrogância e a mania de grandeza de alguns. O convívio com “egos inflados” é demasiadamente penoso, e ele me pergunta o que fazer. Eu, que sempre faço a apologia do ato generoso da escuta, sugiro ao músico que faça ouvidos moucos. Lembro que ele tem o privilégio de escutar os sons mais sutis e sabe ouvir o silêncio. Não precisa dar ouvidos ao que não interessa. Inclusive porque egos inflados estão em toda parte e a luta contra a eles não leva a nada. Evitar a luta de prestígio é um bem que nós fazemos a nós e aos outros.

Para viver, nem tudo nós podemos ver, escutar ou dizer. Isso é representando, desde a Antiguidade pelos três macacos da sabedoria. Cada um cobre uma parte diferente do rosto com as mãos. O primeiro cobre os olhos, o segundo as orelhas e o terceiro a boca. A representação é originária da China. Foi introduzida no Japão, no Século VIII por um monge budista. A máxima que ela implica é “não ver, não ouvir e não dizer nada de mau”. Foi adotada por Gandhi que levava sempre consigo os três macaquinhos, o cego, o surdo, o mudo – Mizaru, Kikazaru e Iwarazu.

Eles ensinam a não enxergar tudo o que vemos, não escutar tudo o que ouvimos e não dizer tudo o que sabemos. Noutras palavras, ensinam a selecionar e a conter-se. Isso é decisivo para uma atitude construtiva, mas não é fácil. Somos impelidos a focalizar o que nos prejudica – impelidos por um gozo masoquista ao qual temos de nos opor continuamente. Só a consciência disso permite não sair do caminho em que a vida desabrocha. Seleção e contenção tornam a existência mais fácil. Desde que não sejam um efeito da repressão, como na educação tradicional. E sim do desejo do sujeito – um desejo vital de se opor às forças do inconsciente que podem nos fazer mal. Isso implica a humildade de aceitar que o inconsciente existe e que não somos donos de nós mesmos.

A ideia não é nova. Data da descoberta da psicanálise por Freud, no fim do Século XIX, mas continua a ser ignorada porque é difícil nos livrarmos do ego. Sobretudo numa sociedade como a nossa, que tanto o valoriza, e que não condena a vaidade, a prepotência e a arrogância. Pelo contrário, estimula-as para se perpetuar.

Artigo de Betty Milan, Psicanalista e Escritora – Revista Veja 12 de janeiro 2011 - Viver sempre bem

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

TEMPO E DEUS

Não te deixes vencer pela hora vazia.

Cérebro sem trabalho. É reduto de sombra.

Casa desocupada. Guarda animais daninhos.

Tempo que te pertença, podes dá-lo em serviço.

Qualquer auxílio a outrem. É socorro a ti mesmo.

Não desprezes o tempo, que o tempo vem de Deus.

Livro Caminho - Francisco Cândido Xavier - Emmanuel

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

SUPORTA

Nos momentos de crise, não te abatas. Escuta.

Por nada te revoltes, nem te amedrontes. Ora.

Suporta a provação. Não reclames. Aceita.

Não grites com ninguém. Nem firas. Abençoa.

Lance de sofrimento é o ensejo da fé.

Silencia. Deus sabe o instante de intervir.

Livro Caminho - Francisco Cândido Xavier - Emmanuel

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

SOCORRO

Noite escura. Em local isolado, um rapaz de moto, errando na direção, precipitou-se nas águas de enorme represa.

Alguns populares correram até à casa grande em que morava um negociante que possuía, ali mesmo, um barco magnificamente equipado. No entanto, ao pedido de socorro, ei-lo que responde secamente: - Jovens de moto? Estou cansado... Gente louca não tem jeito...

Os amigos anônimos se voltaram no rumo de um pardieiro próximo, ocupado unicamente por uma senhora paralítica. A doente não vacilou. Emprestou-lhes pequena lanterna, acesa a querosene. Alguns instantes mais e o rapaz foi visto, boiando à longa distância.

Dois homens se atiraram às águas e trouxeram-no desmaiado para a terra.

O comerciante, porém, - aquele mesmo que se negara à cooperação, - viera até a orla do lago, simplesmente para ver.

Mas, inclinando-se para o jovem que respirava, a salvo, no socorro improvisado que recebia, começou a gritar em desespero: - É meu filho!... Ah! Meu filho, meu filho!...

Livro Caminho - Francisco Cândido Xavier - Emmanuel

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

RETORNO

Auxiliando aos outros para que possam viver com alegria descobriremos para nós a alegria de viver.

Livro Caminho - Francisco Cândido Xavier - Emmanuel

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

REFLEXOS

Impressões negativas?
Não precisas dize-las.

Anotando defeitos?
Procura as qualidades.

Com motivos de queixa?
Não reclames. Espera.

Críticas sem proveito destacam-te o perfil.

Encontramos nos outros o que temos em nós.

Só vemos o que temos, isso é da Lei de Deus.

Livro Caminho - Francisco Cândido Xavier - Emmanuel

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

RECIPROCIDADE

O discípulo abeirou-se do orientador e queixou-se magoado: - Instrutor amigo, o pior de tudo em meu aprendizado é adquirir a ciência do relacionamento.

Creio estar lutando inutilmente contra a animosidade alheia... Auxilie-me, por favor.

De que modo agir para viver com a intolerância e com o azedume dos outros?

O mentor refletiu, por alguns momentos, e esclareceu:

- Sim a indagação é justa. Mas para que tenhamos uma resposta clara, é importante considerar que os outros, igualmente, precisam viver contigo.

Livro Caminho - Francisco Cândido Xavier - Emmanuel

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

QUEM AGRADECE

Quem agradece a Deus a vida que recebe;

O corpo em que se exprime, e o tempo que desfruta;

A luz do entendimento, e o poder do servir;

As afeições queridas. E os bens de que dispõe;

Não sabe examinar, os defeitos alheios.

E nem encontra ensejo para se lastimar.

Livro Caminho - Francisco Cândido Xavier - Emmanuel

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

PASSADO

Não imobilizes a memória em caminhos percorridos. O passado pode e deve ser consultado a fim de clarear as diretrizes do presente.

Um momento de indagação, porém, não significa inércia no tempo. Ninguém estabelece o próprio lar, por dentro de um museu.

Livro Caminho - Francisco Cândido Xavier - Emmanuel

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

INDICAÇÃO

Se estás procurando orientação para encontrar a paz e felicidade, em ti mesmo, começa acendendo a luz da alegria, pelo menos em uma pessoa das muitas que te partilham a vida, fazendo isso diariamente.

Livro Caminho - Francisco Cândido Xavier - Emmanuel

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

IMPORTÂNCIA

Na vida, não vale tanto o que temos, nem tanto importa o que somos.

Vale o que realizamos com aquilo que possuímos e, acima de tudo, importa o que fazemos de nós.

Livro Caminho - Francisco Cândido Xavier - Emmanuel

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

ESPECIAL

De grande significação reconhecer que muito mais importante, para qualquer de nós na vida, não é bem aquilo que nos sucede, mas justamente aquilo que fazemos acontecer.

Livro Caminho - Francisco Cândido Xavier - Emmanuel

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

DESAPEGO

Quantos estamos presos a grilhões invisíveis?

Esse está preso ao campo que comprou por milhões.

Outro prendeu-se à fama que lhe consome a vida.

Aquele lembra um louco em algemas de ouro.

Há quem faça do amor um cativeiro em trevas.

Se queres paz em Deus, desapega-te e ama.

Livro Caminho - Francisco Cândido Xavier - Emmanuel

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

DESÂNIMO

Desanimaste? Porque?

Se o cansaço te domina, recorda que Deus te renova as forças.

Caíste?

Levanta-te e recomeça o trabalho no justo lugar em que o deixaste.

Solidão?

Segue ao encontro dos que sofrem, sob o peso de maior solidão, para os quais a tua frase de reconforto será uma bênção.

Tristeza?

Lembra a importância de que a tua vida se reveste para Deus. Reflitamos nesta verdade: Deus não nos esquece nunca.

Livro Caminho - Francisco Cândido Xavier - Emmanuel

terça-feira, 30 de outubro de 2012

DEFINIÇÕES

O que sentes revela o rumo para onde te diriges.

O que pensas te aponta o lugar em que te encontras.

O que falas indica o que sabes.

O que fazes mostra quem és.

Livro Caminho - Francisco Cândido Xavier - Emmanuel

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

CONFIA

Deus criou a noite para que todas as criaturas tomem conhecimento do futuro brilhante que as espera, nas alegrias do Infinito Amor, em Seu Imenso Império de Estrelas.

Livro Caminho - Francisco Cândido Xavier - Emmanuel

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Preciosidades

Este site tem sido muito valioso: Audios Espíritas!

http://audioespirita.net/

CIRCUITO

Os amigos constituem, por si, um banco providencial em q      eu usufruis a possibilidade de sacar os melhores recursos para a sustentação da própria vida.

Todos eles são capazes de funcionar, proveitosamente, em teu benefício.

Entretanto, para que isso aconteça, não olvides a própria dedicação e assiduidade nos depósitos.

Livro Caminho - Francisco Cândido Xavier - Emmanuel

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

ANTE O ALVO

Há muito que fazer. Não te queixes. Trabalha.

Companheiros falharam? Prossegue e terás outros.

Não queres certo grupo? Outras áreas te esperam.

Desilusões à vista? Não pares. Continua.

Buscas a Paz de Deus? O serviço é o caminho.

Ante o alvo, os que seguem é os que podem chegar.

Livro Caminho - Francisco Cândido Xavier - Emmanuel

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

AGASALHO

O aprendiz buscou o orientador e clamou, agoniado:

- Amigo querido, por que a contradição em que me vejo? Vivia tranqüilo, quando adquiri a fé. Depois de instalar a fé no coração, o sofrimento apareceu em minha vida... Se acumulei tanta confiança na Divina Providência, qual a razão pela qual tantas tribulações me acompanham? Momentos surgem, nos quais me sinto em doloroso desespero. Por que tamanho contra-senso?

O interpelado, entretanto, respondeu sem hesitar:

- Filho, não te revoltes. A Lei do Senhor é justiça e misericórdia.

O Pai Todo-Sábio não podia livrar-te da provação, mas não podes negar que a Infinita Bondade te amparou com apoio oportuno, a fim de que atravesses as tempestades de hoje com o agasalho preciso...

Livro Caminho - Francisco Cândido Xavier - Emmanuel

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Atitude é tudo! Nicolas Winton

AFIRMAÇÃO

O Céu auxilia sempre a quem trabalha, mas espera de quem trabalha o auxílio possível para todos aqueles que ainda não descobriram a felicidade de trabalhar.

Livro Caminho - Francisco Cândido Xavier - Emmanuel

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

AFEIÇÕES

O amor não é cego. Vê sempre as pessoas queridas tais quais são e as conhece, na intimidade, mais do que os outros.

Exatamente por dedicar-lhes imenso carinho, recusa-se a registrar-lhes os possíveis defeitos, porquanto sabe amá-las mesmo assim.

Livro Caminho - Francisco Cândido Xavier - Emmanuel

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Adversários

Respeita os adversários e honorifica-lhes as qualidades com o melhor apreço.

As forças que não te protegerem os inimigos não te prestarão amparo algum.

Livro Caminho - Francisco Cândido Xavier - Emmanuel - André Luiz

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

CONDIÇÕES

Se trabalhas, podes servir. Se serves, adquires o necessário. Se dispões do necessário, atinges a paz.

Se possuis a paz, segues com Deus.

Livro Caminho - Francisco Cândido Xavier - Emmanuel

ACIDENTES

Reflitamos nisto:

se tiveres humildade e calma, num instante de crise, guarda a certeza de que conseguirás evitar longo tempo de remorso e pesar.

Livro Caminho - Francisco Cândido Xavier - Emmanuel

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

AMOR AOS ANIMAIS

Redação do Momento Espírita.
http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=3601&stat=0

c72Em fevereiro de 2012, o jornal Daily Mail noticiou que uma australiana, chamada Nicole Graham, e sua filha passeavam em dois cavalos numa praia em Melbourne, na Austrália, quando caíram em um atoleiro semelhante à areia movediça.

Nicole conseguiu se arrastar na lama para ajudar a filha e um dos animais mas, o cavalo chamado Astro, que montava, acabou ficando preso.

Sua filha saiu em busca de socorro. Nicole estava segura e poderia se manter fora do atoleiro, mas não o fez.

Percebeu que quanto mais seu estimado animal se movimentava, na tentativa de levantar, mais seu corpo submergia.

Sentou-se, então, ao lado dele tentando acalmá-lo. Nesse momento quase todo o corpo do animal se encontrava soterrado.

Correndo risco de morte e com o corpo parcialmente coberto pela areia, Nicole permaneceu por três horas com os braços ao redor da cabeça do cavalo, tentando mantê-la erguida, de modo que ficasse para fora da lama até o socorro chegar.

À medida que o tempo passava, o animal corria também risco de afogamento, pois estava à beira-mar e o nível da água subia rapidamente, ao redor do ponto onde ele estava atolado.

Numa cena emocionante de desespero e solidariedade, aquela mulher arriscou a própria vida para salvar a do animal. Demonstrou o quanto o ser humano é capaz de amar a Criação Divina.

Ela não abandonou seu cavalo enquanto ele não foi salvo.

Minutos antes da água tomar conta do local, as equipes de resgate conseguiram tirar Astro da lama.

* * *

É dever do ser humano respeitar e proteger todas as formas de vida.

Os diversos animais que rodeiam nossa existência, no planeta Terra, são também criaturas de Deus e devem ser considerados como irmãos menores.

Podemos nos servir deles sempre que necessário, mas nenhum direito é em si ilimitado.

Eles não estão no mundo com a única finalidade de serem úteis aos homens e devemos ter consciência de que o exercício abusivo de qualquer direito é sempre reprovável.

Deus colocou os animais sob nossa guarda. Temos, portanto, o dever de protegê-los.

As pessoas que amam e cultivam a convivência com os animais, se observarem com atenção, verificarão que várias espécies são portadoras de qualidades que consideramos humanas.

São capazes de ter paciência, prudência, vigilância, obediência e disciplina. Demonstram, muitas vezes, sensibilidade, carinho e fidelidade.

Têm sua linguagem própria, seus afetos e sua inteligência rudimentar. 

Dão-nos a ideia de que quanto mais perto se encontram das criaturas humanas, mais se lhes assemelham.

Na convivência com esses seres, devemos estabelecer o limite entre o que é realmente necessário e o que é supérfluo.

Quando estiverem sob nossos cuidados ofereçamos-lhes alimentação adequada, afeto, condições básicas de higiene e tratamento para a saúde sempre que necessário.

Reflitamos sobre como temos agido em relação a esses companheiros de jornada.

Redação do Momento Espírita.

Em  5.10.2012.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

A vida de São Francisco de Assis

São Francisco nasceu em 1182 em Assis, Itália. Filho de um comerciante rico, ele teve tempo e dinheiro para gastar com leituras e hospedar banquetes para os jovem nobres, que o proclamaram "O Rei de Banquetes". Jovem e bonito, ansiou por uma vida de aventuras como cavaleiro. Assim, aos 20 anos entrou na guerra entre Assis e Perugia. Ao partir, jurou voltar consagrado cavaleiro. Foi ferido e feito prisioneiro. Passou um ano em um calabouço, onde contraiu malária. Resgatado por seu pai, voltou a Assis mais reflexivo. Ainda assim, o desejo de lutar pela "justiça" através das armas não o abandonou. Quando soube das vitórias militares do Conde Walter de Brienne voltou a querer ser um cavaleiro. A caminho de juntar-se a Brienne, Francisco parou em Spoleto e ouviu as notícias da morte de seu futuro ex-líder. Tomado pela depressão, sua malária retornou.

saofranciscodeassisUma noite, uma voz misteriosa perguntou a ele: "Quem você pensa que pode melhor recompensar você, o Mestre ou o empregado?" Francisco Respondeu, "O Mestre." A voz continuou, "Então por que você deixa o Mestre pelo empregado?" Francisco percebeu que o empregado era o Conde Walter. Ele deixou Spoleto seguro de que Deus havia falado com ele. Durante os próximos dois anos Francisco sentiu uma força interna que o estava preparando para uma mudança. A visão de leprosos causava uma convulsão na alma sensível de Francisco. Um dia, enquanto montava seu cavalo, ele encontrou um leproso. Seu primeiro impulso era o de lançar uma moeda e esporear seu cavalo pra sair dali o mais rápido possível. Ao invés disso, Francisco desmontou, abraçou e beijou o leproso, dando-lhe uma bolsa de moedas. Muito depois, em seu leito morte, ele recordou o encontro como o momento de coroamento de sua conversão: "O que antes parecia amargo pra mim se converteu em doçura de alma e corpo".

Passou a evitar a vida de banquetes e esportes ao lado de suas companhias habituais, que, em tom de brincadeira, perguntavam se ele estava pensando em casar. Ele respondeu "sim, com a mais formosa dama que vocês já viram". Mais tarde saberíamos que ele se referia à Madonna Povertà - a Senhora Pobreza - como costumava dizer. Ele passou muito tempo em locais solitários, pedindo a Deus por Iluminação.

Após uma peregrinação à Roma, onde clamava pelos pobres nas portas das Igrejas, São Francisco volta a Assis e ora ante a imagem do Cristo Crucificado nas ruínas da Igreja de São Damião. No que pareceu-lhe ouvir claramente: "Francisco, Francisco, vai e repara minha casa, que, como podes ver, está em ruínas" Pensando tratar-se do velho templo onde se achava, agiu de pronto, vendendo o cavalo e os tecidos de seu pai, que tinha em mãos. Seu pai, indignado com o novo gênero de vida adotado por Francisco, após ameaças e castigos, queixou-se ao bispo Dom Guido III e, diante dele, pediu a Francisco que lhe devolvesse o dinheiro gasto. A resposta foi uma renúncia total à vultosa herança: tirou, ali mesmo na Igreja, as próprias vestes, e exclamou: "... doravante não direi mais pai Bernardone, mas Pai nosso que estás no céu..."

Ele se tornou um mendigo, e com o dinheiro dos viajantes ajudou a reconstruir mais três pequenas igrejas abandonadas: a de São Pedro, a de Porziuncola e a de Santa Maria dos Anjos, sua preferida (e lugar onde morreu).

Por essa época ouve um sermão que mudou sua vida. Era sobre Mateus 10:9, no qual Cristo fala aos seus seguidores que eles deveriam ir adiante e proclamar que o Reino de Céu estava neles, que não deveriam levar nenhum dinheiro com eles, nem mesmo uma bengala ou sapatos para a estrada. Assim, Francisco foi inspirado por esse sermão a se dedicar completamente a uma vida de pobreza. Suas humildes túnicas amarradas por um simples cordão levam até hoje três nós, são seus votos de: Pobreza, Obediência e Castidade. Começa a atrair outras pessoas com seus sermões, e em 1209 já são 11 companheiros de jornada. Frascisco recusa o título de padre, e a comunidade se dá o nome de Fratres minores (irmãos menores, em Latim). Eles vivem uma vida simples e alegre perto de Assis, sempre com muitas canções, embora fossem bastante sérios em suas pregações. Viviam em cabanas de taipa; suas igrejas eram modestas e pequenas; dormiam no chão. Não tinham cadeiras ou mesas, e possuíam poucos livros.

AS ORDENS

Em 1209 Francisco foi com seus 11 novos irmãos à Roma, buscar a permissão do Papa Inocêncio III para fundar uma ordem religiosa. O biógrafo Frei Boa Ventura conta que o Papa não quis aprovar logo a regra de vida proposta por Francisco, porque parecia estranha e por demais penosa às forças humanas no parecer de alguns cardeais. Mas o cardeal João de São Paulo, bispo de Sabina, intercedeu e disse a Francisco: "Meu filho, faze uma oração fervorosa a Cristo para que por teu intermédio nos mostre a sua vontade. Assim que a tivermos conhecido com maior clareza, poderemos aceder com mais segurança aos teus pedidos".

Francisco o fez, e com suas humildes súplicas obteve do Senhor que lhe revelasse o que deveria falar ao Pontífice e que este sentisse em seu íntimo os efeitos da inspiração divina. Contou então ao Pontífice a parábola de um rei muito rico que, feliz, desposara uma bela senhora pobre e dela tivera vários filhos com a mesma fisionomia do rei, pai deles, e que por isso forem educados em seu palácio. E acrescentou: "Não há nada a temer que morram de fome os filhos e herdeiros do Rei dos céus, os quais, nascidos por virtude do Espírito Santo, à imagem de Cristo Rei, de uma mãe pobre, serão gerados pelo espírito da pobreza numa religião sumamente pobre. Pois se o Rei dos céus promete a seus seguidores a posse de um reino eterno, quanto mais seguros podemos estar de que lhes dará também todas aquelas coisas que comumente não nega nem aos bons nem aos maus!" O Papa ficou maravilhado e já não duvidava de que Cristo havia falado pela boca daquele homem. Especialmente porque tivera, pouco tempo antes, um sonho onde a basílica do Latrão estava prestes a ruir e um homem pobre, pequeno e de aspecto desprezível, a segurava nos ombros para não cair. Ainda assim, o Papa aprova as regras só verbalmente (um ano depois a aprovaria no papel). Surge assim a Fraternidade dos Irmãos Menores, a Primeira Ordem.

No Domingo de Ramos de 1212, uma nobre senhora, chamada Clara de Favarone (hoje conhecida por Santa Clara ou Clara de Assis), foi procurar Francisco para abraçar a vida de pobreza. Alguns dias depois, Inês, sua irmã, segue-lhe o caminho. Surge a Fraternidade das Pobres Damas, a Segunda Ordem. Aqueles que eram casados ou tinham suas ocupações no mundo e não podiam ser frades ou irmãs religiosas, mas queriam seguir os ideais de Francisco, não ficaram na mão: por volta de 1220, Francisco deu início à Ordem Terceira Secular para homens e mulheres, casados ou não, que continuavam em suas atividades na sociedade, vivendo o Evangelho.

NO ORIENTE

saofrancisco-passaros2A parábola que Francisco contou ao Papa para convencê-lo a reconhecer a Ordem guarda uma fantástica semelhança com a história do Islã, pois Abraão (o patriarca do judaísmo) tinha duas esposas: Sarah e Hagar. Sarah deu a luz a Isaac, e Hagar a Ismael (futuro patriarca do povo árabe, não apenas dos islâmicos). Sarah, enciumada, pediu o banimento de Hagar e seu filho, e Abraão a mandou da Palestina para o deserto Árabe, crendo que Deus cuidaria deles. Quando acabaram as provisões (água especialmente), Hagar correu enlouquecida pelo deserto, até que Deus milagrosamente fez um poço (o Zam-Zam, que existe até hoje) e com ele se sustentaram. Uma cidade (Meca) se desenvolveu neste local, e hoje ela é O local sagrado para todo o povo árabe. A semelhança aqui é que os sufis podem ser considerados, por isso, os filhos pobres de Abraão.

A atmosfera e organização da Ordem franciscana é mais parecida com os Dervixes (Ordem sufi) que qualquer outra coisa. Além dos contos sobre Francisco serem muito parecidos com os dos professores sufis, todos os tipos de pontos coincidem. Como os sufis, os franciscanos não se preocupam com sua salvação pessoal (considerado uma vaidade). Francisco iniciava suas pregações com a frase "Que a paz de Deus esteja com você", que ele disse ter recebido de Deus, mas que era (obviamente) uma saudação árabe. Até a roupa, com seu capote coberto e mangas largas, é a mesma dos dervixes de Marrocos e da Espanha, por onde Francisco se aventurou em 1212, plena época das cruzadas, dedicando-se a tentar converter os Sarracenos pela não-violência. O próprio nome da Ordem, "Fraternidade dos Irmãos Menores", pressupõe haver os Irmãos maiores, e os únicos com esse nome na época eram os "Grandes Irmãos", uma Ordem sufi fundada por Najmuddin Kubra, "o Grande". As conexões impressionam. Uma das maiores características deste grande sufi era sua misteriosa influência sobre os animais; Desenhos o mostram cercado de pássaros; Ele amansou um cachorro feroz apenas olhando para ele (exatamente como Francisco fez com um lobo). Todas essas histórias eram conhecidas no ocidente 60 anos antes de Fracisco nascer.

Por tudo isso, não é de se espantar que, em Damietta, no Egito, de alguma forma Francisco e seus companheiros tenham conseguido cruzar a linha de batalha onde os Cruzados lutavam com os Árabes e se encontrar pessoalmente com o sultão Malik el-Kamil. E ser bem recebido. Diz-se que Francisco desafiou os líderes religiosos muçulmanos a um teste de fé através do fogo, mas eles recusaram. Então Francisco propôs entrar no fogo primeiro e, se ele saísse de lá incólume, o sultão teria que reconhecer o Cristo como o verdadeiro Deus. O sultão não aceitou, mas ficou tão impressionado com a fé deste homem que permitiu aos franciscanos acesso livre aos locais sagrados para os cristãos, como a sagrada sepultura. Deu um salvo-conduto para que eles pudessem trafegar e até mesmo PREGAR em terras árabes, e ainda pediu para que ele o visitasse novamente.

Entretanto, Francisco de Assis não teve sucesso convertendo o sultão, e as últimas palavras de Malik para Francisco foram: "Reze para que Deus me revele qual Lei e fé é a mais agradável para Ele". Francisco recusou todos os ricos presentes oferecidos pelo sultão e voltou aos exércitos cristãos. No entanto, essa viagem parece ter causado uma transformação (conversão) maior em Francisco de Assis do que no sultão, como se ele tivesse encontrado no Oriente (e no sufismo) suas raízes. Tanto é que, ao retornar aos Cruzados, tentou dissuadi-los de atacar os Sarracenos. Ele gastou alguns meses peregrinando na Terra santa, até que ele foi chamado urgentemente por notícias de mudanças que tinham acontecido na Ordem que ele tinha fundado.

DE VOLTA PRA CASA

A Ordem Franciscana tinha crescido com o passar dos anos. Em 1219 houve uma grande expansão para a Alemanha, Hungria, Espanha, Marrocos e França. Durante sua ausência, vigários modificam algumas regras da Ordem e no mesmo ano Francisco se demite da direção da mesma. Com o crescimento - quase 5.000 frades em 1221 - uma nova regra foi escrita por São Francisco em 29 de novembro de 1223 que foi aprovada pelo Papa Honório. É a que vigora até hoje.

Por volta de 1220 Francisco celebra o Natal na cidade de Greccio (perto de Assis) com uma novidade: O presépio. Ele usou animais de verdade para recriar a cena do nascimento de Jesus, de forma que as pessoas podiam experimentar sua fé fazendo uso dos sentidos, especialmente a visão.

A Ordem tinha passado para as mãos de Pietro Cattini. Entretanto, um ano depois o irmão Cattini morreu e foi enterrado em Porziuncola. Quando numerosos milagres foram atribuídos ao falecido, várias pessoas começaram a peregrinar para Porziuncola, perturbando o dia-a-dia dos frades franciscanos. Francisco, então, rezou a Pietro, pedindo que ele parasse com os milagres, obedecendo em morte do mesmo jeito que ele obedecia em vida. Os milagres então cessaram.

COM OS ANIMAIS

A proximidade de Francisco com a natureza sempre foi a faceta mais conhecida deste santo. Seu amor universalista abrangia toda a Criação, e simbolizava pra muitos um retorno a um estado de inocência, como Adão e Eva no Jardim do Éden. Entretanto, esta não foi uma característica apenas de Francisco, havendo casos semelhantes de santos ingleses e irlandeses. Muitas histórias com animais cercam a vida de Francisco de Assis. Elas estão contadas no Fioretti (pequenas flores, em italiano), uma coleção póstuma de contos populares sobre este santo. Certa vez ele viajava com seus irmãos e eis que viram ao lado da estrada árvores lotadas de passarinhos. Francisco disse a seus companheiros: "aguarde por mim enquanto eu vou pregar aos meus irmãos pássaros". Os pássaros o cercaram, atraídos por sua voz, e nenhum deles voou. Francisco falou a eles:

"Meus irmãos pássaros, vocês devem muito a Deus, por isso devem sempre e em todo lugar dar seu louvor a Ele; porque Ele lhe deu liberdade para voar pelo céu e Ele o vestiu. Vocês nem semeiam nem colhem, e Deus os alimenta e lhes dá rios e fontes para sua sede, montanhas e vales para abrigo e árvores altas para seus ninhos. E embora vocês nem saibam como tecer, Deus os veste e a suas crianças, pois o Criador os ama grandemente e o abençoa abundantemente. Então, semprem busquem louvar a Deus."

saofrancisco-loboOutra lenda do Fioretti nos fala que na cidade de Gubbio, onde Francisco viveu durante algum tempo, havia um lobo "terrível e feroz, que devorava homens e animais". Francisco teve compaixão pela população local e foi para as colinas achar o lobo. Logo, o medo do animal fez todos os seus companheiros fugirem, mas Francisco continuou e, quando achou o lobo, fez o sinal da cruz e ordenou ao animal para vir até ele e não ferir ninguém. Milagrosamente, o lobo fechou suas mandíbulas e se colocou aos pés de Francisco. "Irmão lobo, você prejudica a muitos nestas paragens e faz um grande mal" disse Francisco. "Todas estas pessoas o acusam e o amaldiçoam. Mas, irmão lobo, eu gostaria de fazer a paz entre você e essas pessoas". Então Francisco conduziu o lobo para a cidade e, cercado pelos cidadãos assustados, fez um pacto entre eles e o lobo. Porque o lobo tinha "feito o mal pela fome", a obrigação da população era alimentar o lobo regularmente e, em retorno, o lobo já não os atacaria ou aos rebanhos deles. Desta maneira Gubbio ficou livre da ameaça do predador.

Também se conta que, quando Francisco agradeceu ao seu burrinho por tê-lo carregado e ajudado durante a vida, o burrinho chorou.

ÚLTIMOS ANOS

saofrancisco-passaros1Enquanto rezava no Monte La Verna, em 1224, durante um jejum na quaresma, Francisco teve a visão de um Seraph, um anjo de seis asas numa cruz. Este anjo deu a ele um "presente": as cinco chagas de Cristo (relativas às marcas feitas pelos pregos na cruz). Foi o primeiro caso de stigmata (estigma) registrado na história. Entretanto, Francisco manteve segredo e o caso só ficou conhecido dos próprios franciscanos dois anos depois, após sua morte, quando uma testemunha resolveu contar.

Logo após receber as chagas, Francisco ficou muito doente, e no ano seguinte ficou cego. Sofreu muito com as formas primitivas de cirurgias e tratamentos medievais, mas foi por esta época que ele escreveu seus mais belos textos - sendo considerado por muitos o primeiro poeta italiano - deixando registrado seu amor universal em lindos versos (assim como os sufis o fazem), como o O cântico do Sol (também conhecido como "Cântico das criaturas"), escrito em companhia de sua alma gêmea, Clara, em São Damião, por volta de 1224/1225, quando já sofria muitas dores e estava quase cego. A estrofe que fala da paz foi acrescentada um mês depois, a fim de reconciliar o bispo e o prefeito de Assis, que estavam em discórdia. Francisco defendia que o povo devia poder rezar a Deus em sua própria língua, por isso ele escreveu sempre no dialeto da Umbria, ao invés de Latim.

Agradeço a Sergio Scabia pela oportunidade de ler o Cântico numa tradução quase literal, sem o floreio encontrado nas versões em português:

O Cântico do Sol

Altíssimo, todo-poderoso bom Senhor
Seus são os louros, a gloria, a honra e todas as bênçãos
Somente a Ti são reservadas
e homem algum é digno de te mencionar

Louvado seja, meu Senhor, com todas suas criaturas
principalmente com o senhor irmão sol,
que é dia e ilumina por isso.
E ele é belo irradiando imenso esplendor;
de ti, traz o significado.

Louvado seja, meu Senhor, pelas irmãs lua e estrelas,
que no céu criaste claras, preciosas e belas

Louvado seja, meu Senhor, pelo irmão vento
e pelo ar e as nuvens e o céu azul e para qualquer tempo,
pelos quais às tuas criaturas fornece alimento.

Louvado seja, meu Senhor, pela irmã água,
a qual é muito útil e humilde e preciosa e pura.

Louvado seja, meu Senhor, pelo irmão fogo,
pelo qual iluminas as noites,
e ele é belo, brincalhão, robusto e forte.

Louvado seja, meu Senhor, pela irmã nossa mãe terra,
que nos sustenta e governa,
e produz diversos frutos, com flores coloridas e grama.

Louvado seja, meu Senhor, por aqueles que perdoam pelo seu amor,
e suportam infinitas tribulações.
Abençoados os que as suportarão em paz,
que por ti, Altíssimo, serão coroados.

Louvado seja, meu Senhor, pela irmã morte corporal,
à qual nenhum homem vivo pode escapar

Ai dos que morrerão em pecado mortal;
abençoados aqueles que se encontrarão nas tuas santíssimas vontades,
que a segunda morte não lhes fará mal

Louvem e abençoem o meu Senhor,
e agradeçam e sirvam-no com grande humildade

Uma oração que sempre me impressionou pela beleza e singeleza foi a Oração da Paz, atribuída a São Francisco de Assis e comumente denominada de "Oração de São Francisco". Na verdade trata-se de uma oração anônima, escrita em 1912, tendo aparecido inicialmente num boletim paroquial na Normandia (França), e em menos de dois anos foi impressa em Roma numa folha onde, no verso, estava impresso uma figura de São Francisco; por isto e pelo fato de que o texto reflete muito bem o franciscanismo, esta oração começou a ser divulgada como se fosse de autoria do santo.

Senhor,
Fazei de mim um instrumento de vossa paz!
Onde houver ódio, que eu leve o amor,
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
Onde houver dúvida, que eu leve a fé.
Onde houver erro, que eu leve a verdade.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.
Onde houver trevas, que eu leve a luz!

Ó Mestre,
fazei que eu procure mais.
Consolar, que ser consolado.
Compreender, que ser compreendido.
Amar, que ser amado.
Pois é dando, que se recebe.
Perdoando, que se é perdoado e
é morrendo, que se vive para a vida eterna!

Francisco morreu ouvindo o Evangelho de João, onde se narra a Páscoa do Senhor. Isso foi em 03 de outubro de 1226, num sábado, aos 45 anos. Foi sepultado no dia seguinte, na Igreja de São Jorge, na cidade de Assis. Em 1230 seus ossos foram levados para a nova Basílica construída para ele, a Basílica de São Francisco, hoje aos cuidados dos Frades Menores Conventuais.

São Francisco de Assis foi canonizado em 1228 por Gregório IX e seu dia é comemorado em 04 de outubro.

Na tradição teosófica, Francisco de Assis é o Mestre Kuthumi, da Grande Fraternidade Branca, e na linha espírita, é a reencarnação de João Evangelista (enquanto Clara fora Joana de Cusa (Joanna de Angellis).

Referência: Cronologia da vida de Francisco de Assis;
Biografia;
Wikipedia;
Legenda maior: A Vida de São Francisco de Assis por Boaventura;
A prece pela paz atribuída a São Francisco: um enigma a resolver;
Francisco e os sufis (inglês)

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

O PODER DO SILÊNCIO

Aprende com o silêncio a ouvir os sons interiores da sua alma, a calar-se nas discussões e assim evitar tragédias e desafetos...

Aprende com o silêncio a aceitar alguns fatos que você provocou, a ser humilde deixando o orgulho gritar lá fora, evitar reclamações vazias e sem sentido...

Aprende com o silêncio a reparar nas coisas mais simples, valorizar o que é belo, ouvir o que faz algum sentido...

Aprende com o silêncio que a solidão não é o pior castigo, existem companhias bem piores...

Aprende com o silêncio que a vida é boa, que nós só precisamos olhar para o lado certo, ouvir a música certa, ler o livro certo.

Aprende com o silêncio que tudo tem um ciclo, como as marés que insistem em ir e voltar, os pássaros que migram e voltam ao mesmo lugar, como a Terra que faz a volta completa sobre o seu próprio eixo, complete a sua tarefa.

Aprende com o silêncio a respeitar a sua vida, valorizar o seu dia, enxergar em você as qualidades que você possui, equilibrar os defeitos que você tem e sabe que precisa corrigir e enxergar aqueles que você ainda não descobriu.

Aprende com o silêncio a relaxar, mesmo no pior trânsito, na maior das cobranças, na briga mais acalorada, na discussão entre familiares...

Aprende com o silêncio a respeitar o seu "eu", a valorizar o ser humano que você é, a respeitar o Templo que é o seu corpo, e o Santuário que é a sua vida.

Aprende hoje com o silêncio, que gritar não traz respeito, que ouvir ainda é melhor que muito falar...

Na natureza tudo acontece com poder e silêncio, com um silêncio poderoso; por vezes, o silêncio é confundido com fraqueza, apatia ou indiferença.

Pensa-se que a pessoa portadora dessa virtude está impedida de reclamar seus direitos e deve tolerar com passividade todos os abusos.

Acredita-se que o silêncio não combina com o poder, pois este tem se confundido com prepotência e violência.

O Sol nasce e se põe em profunda quietude; move gigantescos sistemas planetários, mas penetra suavemente pela vidraça de uma janela sem a quebrar.

Acaricia as pétalas de uma rosa sem a ferir, e beija as faces de uma criança adormecida sem a acordar;
aí uma vez vamos encontrar na natureza lições preciosas a nos dizer que o verdadeiro poder anda de mãos dadas com a quietude.

As estrelas e galáxias descrevem as suas órbitas com estupenda velocidade pelas vias inexploradas do cosmos, mas nunca deram sinal da sua presença pelo mais leve ruído.

O oxigênio, poderoso mantenedor da vida, penetra em nossos pulmões, circula discreto pelo nosso corpo, e nem lhe notamos a presença.

A luz, a vida e o espírito, os maiores poderes do universo, atuam com a suavidade de uma aparente ausência.

Como nos domínios da natureza, o verdadeiro poder do homem  não consiste em atos de violência física, quando um homem conquista o verdadeiro poder, toda a antiga violência acaba em benevolência.

A violência é sinal de fraqueza, a benevolência é indício de poder.

Os grandes mestres sabem ser severos e rigorosos sem renegarem a mais perfeita quietude e benevolência.

Deus, que é o supremo poder, age com tamanha quietude que a maioria dos homens nem percebem a Sua ação.

Essa poderosa força, na qual todos estamos mergulhados, mantém o Universo em movimento, faz pulsar o coração dos pássaros, dos bandidos e dos homens de bem, na mais perfeita leveza.

Até mesmo a morte, chega de mansinho e, como hábil cirurgiã, rompe os laços que prendem a alma ao corpo, libertando-a do cativeiro físico.

O verdadeiro poder chega: sem ruído, sem alarde e sem violência.

Sempre que a palavra poder lhe vier à mente, lembre-se do Sol: nasce e se põe em profunda quietude;
move gigantescos sistemas planetários, mas penetra suavemente pela vidraça de uma janela e você só sabe pelo calorzinho que ele proporciona.

Acarinha as pétalas de uma flor sem a ferir, beija as faces de uma criança adormecida sem a acordar.

"Bem aventurados os mansos, porque eles possuirão a Terra".

"Boa Terra em teus pés, Água o bastante em tua semente, bom Vento para o teu sopro, Fogo em teu coração e muito Amor em teu ser.”
"O êxito ou o fracasso de sua vida não depende de quanta força você põe em uma tentativa, mas da persistência no que fizer."

E em respeito a você, eu me calo, me silencio,  para que você possa ouvir o seu interior que quer lhe falar,desejar-lhe uma vida vitoriosa.

Desejo um dia de Paz e Silêncio para você.

Tadany - Índia

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

REMOVENDO OBSSESSÕES

Existem dez atitudes positivas contra o domínio da obsessão, a saber:
Confiança em Deus e em si próprio;
Consciência tranqüila;
Oração;
Dever cumprido;
Paciência;
Trabalho, incessante;
Serviço ao próximo;
Simpatia e benevolência para com os outros;
Estudo;
Recomeço de construção do próprio equilíbrio, tantas vezes quantas se fizerem necessárias;
E há dez atitudes negativas, que agravam qualquer processo de perturbação espiritual, como sejam:
- Dúvida;
- Complexo de culpa;
- Indiferença;
- Irresponsabilidade;
- Irritação;
- Ociosidade;
- Egoísmo;
- Isolamento;
- Ignorância;
- Queixa contínua;
Acomodar-se a qualquer das situações referidas, depende da escolha de cada um, no entanto, ao enunciar semelhantes conceitos, temos em mira simplesmente recordar a palavra de Allan Kardec, no item 4, do capítulo XXV, de "O Evangelho Segundo o Espiritismo ", quando nos adverte:
"Não, os Espíritos não vem isentar o homem da lei do trabalho; vem unicamente mostrar-lhe a meta que lhe cumpre atingir e o caminho que ela conduz, dizendo-lhe: anda e chegarás; toparás com pedras, olha e afasta-as tu mesmo."

Albino Teixeira/Francisco Cândido Xavier, Escultores da Alma

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Momentos de Saúde

...
Não transformes incidentes de pequena monta, coisas e ocorrências corriqueiras em tragédias.
Ninguém tem o destino do sofrimento.
Ele é resultado da ação negativa, jamais a causa.
Faze uma avaliação honesta da tua existência, sem consciência de culpa, sem pieguismo desculpista, sem coerção de qualquer natureza, e logo depois desperta para o que deves produzir de bom, de útil, de construtivo, empenhando-te na realização da tua liberdade de ser feliz.

(Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, em "Momentos de Saúde")

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

CULTURA E CARIDADE

Regozija-te na companhia dos amigos, em cuja intimidade surpreendes o alimento espiritual que te assegura euforia e bom animo; entretanto, em toda oportunidade que se te descortine, cultiva o intercâmbio com os habitantes das calçadas publicas ou de taperas abandonadas, em que se esconde a penúria cansada de sofrimento, e onde, com ligeira migalha de socorro material ou com simples frase amiga, podes exercer o ofício dos anjos.

Anima os festivais das crianças felizes, em que bebês alegres e formosos conquistam prêmios de robustez; todavia, sempre que as circunstâncias te favoreçam, visita os recintos da provação, onde meninos desfigurados e tristes te aguardam a faia de pão ou a maçã que te sobrou à mesa, como retratos da verdadeira felicidade.

Aprimora-te na apresentação pessoal, pois ao próprio lírio no charco Deus concedeu direito a beleza digna para a glória da Natureza; mas, quanto possas, comparece nos círculos de angústia em que mães sofredoras se agoniam entre a necessidade e do desespero, oferecendo-lhes alguma bênção de amparo, de maneira a enfeitar-lhes a face com o sorriso da esperança.

Busca os divertimentos sadios que te refaçam as energias da mente e do corpo, sem prejuízo de teus deveres; no entanto, quanto possível, procura os hospitais, no intuito de confortar os irmãos doentes, de todas as condições, que aí suportam aflição e doença, a fim de que aprendas a agradece a Deus as vantagens orgânicas que desfrutas.

Esmera-te no estudo e no burilamento da personalidade, tanto quanto puderes; porém, tanto quanto puderes, igualmente, sai de ti mesmo, ao encontro do próximo em dificuldades maiores que as nossas, atendendo ao amor que Jesus nos ensinou...Então, converterás o teu próprio sentimento em estrela no céu da inteligência, porque, em verdade, Deus nos concede na cultura o coração da escola, assim como nos oferece na caridade a escola do coração.

Livro: Caridade – Psicografia: Francisco C. Xavier pelo espírito Emmanuel – Espíritos Diversos

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Cuidemos dos nossos pensamentos

És tu quem eleges a região psíquica para viver e pela qual te conduzirás na busca da realização interior.
Muitas vezes enfrentarás campos psíquicos minados por cargas viciadas e perigosas, imantadas por seres espirituais perversos e doentios que se utilizam de outras pessoas para te alcançar e prejudicar.

Somente poderás conduzir-te nessas batalhas com os recursos morais que provêm das tuas energias psíquicas. Como não temem
outros recursos, será através das tuas vigorosas emissões vibratórias que a eles escaparás.
Assim, robustece-te no autoconhecimento, aprofundando a tua capacidade de bem pensar para melhor agir, adquirindo controle e direção segura para a tua existência terrena. O teu pensamento é fonte de vida que não podes descurar. As tuas forças mentais devem ser cuidadas, ampliadas, aplicadas na elaboração de novas condutas para ti e para o mundo sob a inspiração de Jesus-Cristo, cuja existência na Terra foi sempre vivida em perfeita sintonia com Deus, de Quem hauria forças para o desempenho do ministério a que se entregou, e para manter o poder sobre as Entidades do mal, carregadas de energia destrutiva, que Ele muitas vezes enfrentou.

(Divaldo P. Franco por Joanna de Ângelis em Dias Gloriosos)

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

GUARDEMOS A BENÇÃO

Se a tua aflição não apóia aos que te observam;

Se o pranto da queda te não auxilia a perdoar e a compreender;

Se a experiência não te ensina;

Se a chaga não te lega benefícios;

Se a tua preocupação não serve ao bem dos demais;

Se a tua responsabilidade não é sentida, vivida e sofrida;

Se a tua esperança não produz alegria para os outros;

Se a prova não é para tua alma a instrutora ideal;

Se a amargura te não faz mais doce;

E se o sofrimento não te dá mais compreensão;

Em verdade, regressarás, apressadamente, logo depois da morte, ás lutas educativas da Terra, porque a dor - a divina escultora da vida – terá sido em ti mesmo a candeia apagada em cinza espessa e vã.

Livro: Caridade – Psicografia: Francisco C. Xavier pelo espírito André Luiz– Espíritos Diversos

O DIA COMEÇA AO AMANHECER

Compadece-te da criança que segue a teu lado.

O dia começa ao amanhecer.

Pai, mãe, irmão ou amigo, ampara-lhe a vida, com o teu próprio coração, se pretendes alcançar a Terra Melhor.

Lembra-te das vozes amigas que te induziram ao bem, das mãos que te guiaram para o trabalho e para o conhecimento.

Por que não amparar, ainda hoje, aqueles que serão, amanhã, os orientadores do mundo?

Em pleno santuário da natureza, quantas árvores generosas são asfixiadas no berço? Quanta colheita prematuramente morta pelos vermes da crueldade?

A vida é também um campo divino, onde a infância é a germinação da Humanidade.

Já meditaste nas esperanças aniquiladas ao alvorecer? Já refletiste nas flores estranguladas pelas pedras do sofrimento, ante o sublime esplendor da aurora?

Provavelmente dirás: "Como impedirei o sofrimento de milhares?"

Ninguém te pede, porém, para que te convertes num salvador apressado, carregado de ouro e poder.

Basta que abras o coração com a chave da bondade, favo dos meninos de agora, para que os homens do futuro te bendigam.

Quando a escola estiver brilhando em todas as regiões e quando cada lar de uma cidade puder acolher uma criança perdida – ninho abençoado a descerrar-se, aconchegante, para a ave estrangeira – teremos realmente alcançado, com Jesus, o trabalho fundamental da construção do Reino de Deus.

Livro: Caridade – Psicografia: Francisco C. Xavier pelo espírito Meimei– Espíritos Diversos

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

UM QUARTO DE HORA

Quando tiveres um quarto de hora à disposição, reflete nos benefícios que podes espalhar.

Recorda o diálogo afetivo com que refaças o bom-ânimo de algum familiar, dentro da própria casa; das palavras de paz e amor que o amigo enfermo espera de tua presença; de auxiliar em alguma tarefa que te aguarde o esforço para a limpeza ou o reconforto do próprio lar; da conversação edificante com uma criança desprotegida que te conduzirá para a frente as sugestões de boa vontade; de estender algum adubo à essa ou aquela planta que se te faz útil; e do encontro amistoso, em que a tua opinião generosa consiga favorecer a solução do problema de alguém.

Quinze minutos sem compromisso são quinze opções na construção do bem.

Não nos esqueçamos de que a floresta se levantou de sementes quase invisíveis, de que o rio se forma das fontes pequeninas e de que a luz do Céu, em nós mesmos, começa de pequeninos raios de amor a se nos irradiarem do coração.

Livro: Caridade – Psicografia: Francisco C. Xavier pelo espírito Meimei– Espíritos Diversos

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Palestra

essa palestra é digna de ser vista até o final, e a reflexão fica por conta de cada um.

http://www.mensajefraternal.org.br/videos_palsbbm/sbbm_230209A.wmv

EM TORNO DA CARIDADE

Não olvides que a caridade, é o coração no teu gesto.

Espalharás o ouro a mancheias, entretanto, se não sabes emoldurar de carinho a tua manifestação de bondade, as moedas de tua bolsa serão, muitas vezes, escárnio e humilhação, sobre a dor dos infortunados.

Ensinarás a verdade, com segurança, contudo, se a tua palavra não estiver temperada com a brandura da paciência, quase sempre, o teu verbo, apesar de nobre e culto, não passará de azorrague no semblante ferido de teus irmãos.

Recorda que a Providência Infinita nos estende o socorro do Céu de mil modos, em cada instante do dia, e descerrando tua alma à Grande Compreensão, não admitas que a sombra te avilte o culto da gentileza.

Muitos dão, mas raros sabem dar.

O pão, misturado de reprimendas, amarga mais que o fel e a lição, que se ajusta a críticas e reproches, pode ser comparada à tela preciosa que a ironia apedreja.

A beneficência não se levanta por bandeira de superfície.

Vale mais a tua frase, vasada em solidariedade e entendimento, para o companheiro que jaz sob o gelo de desanimo, que todos os tesouros amoedados da Terra.

Vale mais teu braço amigo ao irmão caído no precipício do sofrimento, que a mais ampla biblioteca do mundo em cintilações verbalistas na tua boca.

Lembra-te de que só o amor pode curar as chagas da penúria e da ignorância e aprende a doá-lo aos que te rodeiam, nas maneiras em que te exprimes, porque a caridade não é uma voz que fala, mas um poder que irradia.

Abraça a fé que te enobrece a existência e segue o valioso roteiro que as sua revelações te traçam à luta, mas não te esqueças de içar o coração, na marcha cotidiana, para que a tua vida seja, realmente, um poema de luz e fraternidade, consoante a lição do poema de luz e fraternidade, consoante a lição do Mestre Divino que, ainda mesmo na cruz, foi o amor generoso e triunfante, atravessando o vale escuro da morte, para convertê-la em eterna ressurreição.

Livro: Caridade – Psicografia: Francisco C. Xavier pelo espírito Emmanuel– Espíritos Diversos

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

ANTE O PRÓXIMO

Quando as circunstancias nos ofereçam incompreensões ou acusações, em torno do próximo, busquemos examinar acontecimentos e pessoas com os olhos do Cristo. Imaginemo-nos de posse do senso divino, sem perder a noção de nossa reconhecida pequenez e a incomensurável grandeza daquele a quem nomeamos por nosso Mestre e Senhor.

Como teria visto Jesus a estreita espiritualidade do seu tempo, senão por gleba inculta que lhe cabia arrotear e semear? Como teria apreciado as criticas que lhe acompanharam a obra a não ser por tumulto necessário de opiniões, a fim de que a verdade prevalecesse? Fossem quais fossem as crises, jamais pedia o mais alto padrão de serenidade, aproveitando o tempo para construir e situando no futuro a concretização dos seus luminosos objetivos.

Muitos viam em Zaqueu o avarento incorrigível; ele, no entanto, nele identificou o homem rico de nobre coração, capaz de transfigurar a riqueza em trabalho e beneficência. Em Bartolomeu, a multidão enxergava o infortúnio de um cego; ele anotou os obstáculos de um doente, suscetível de ser curado para glorificar a Bondade de Deus. Em Maria de Magdala, cuja personalidade apresentava a mulher obsidiada pó sete Espíritos infelizes, reconheceu a criatura decidida a renovar-se e que lhe seria, mais tarde, a mensageira da própria ressurreição. Em Pedro, que o povo definia pó discípulo frágil, a ponto de negá-lo três vezes, descobriu o amigo sincero que, convenientemente amadurecido na fé, lhe presidiria o apostolado em formação.

Múltiplos os óbices que se agigantam no caminho da fé, mas não permitas que eles te venham conduzir ao desanimo ou à negação. Procura enumerá-los por fora, com as pupilas de Jesus, e encontrarás sublime compreensão e balsamizar-te por dentro. Feito isso, registraremos dificuldades e aflições, desgostos e contratempos, não ao modo de barreiras intransponíveis na senda de elevação espiritual e sim reconhecê-los-emos por necessidades justas e inevitáveis do campo de serviço em que fomos chamados a produzir, no bem da Humanidade e de nós mesmos, aí trabalhando e abençoando como Jesus abençoou e trabalhou.

Livro: Caridade – Psicografia: Francisco C. Xavier pelo espírito Emmanuel – Espíritos Diversos

terça-feira, 21 de agosto de 2012

FILHA REBELDE

nota: Este conto, do livro Pontos e Contos de Chico Xavier e ditado pelo espírito “Irmão X” (Humberto de Campos), serviu de inspiração para o curta metragem “O Filho Rebelde”, que está em produção e tem previsão para lançamento no final de 2012; Para detalhes e making of, acesse o link :)

         - Minha filha – dizia Dona Matilde à Emilinha -, é preciso atender ao problema espiritual, orientar o sentimento à luz do Cristo. A existência terrestre oferece surpresas inúmeras e almas desprevenidas costumam cair, desastradamente. Não podemos prescindir da vigilância.

            A jovem, depois de gargalhar ironicamente, replicava:

            - Ora, mamãe, não necessito de sermões encomendados. Esteja tranqüila. Seus conselhos são muito antiquados e talvez desconheça a senhora as reviravoltas do mundo. Suas observações são descabidas e, além disto, sou dona de minha vontade, faço o que entendo.

            - Sim, Emilinha – tornava a mãe paciente -, sei que você é senhora de si, mas o cuidado materno obriga-me a esclarecê-la, ainda que você, presentemente, não me possa aceitar as opiniões. Quem é mãe sofre muito por desvelar-se junto dos filhos...

            - Por que teima em sofrer? – exclamava a interlocutora, cortando-lhe a palavra – estamos na época de aniquilamento do passadismo.

            Como a nobre genitora enxugasse os olhos em pranto, observava, rebelde:

            - Não precisará desfiar o rosário de lágrimas. Para quê?

            Era assim a situação entre Dona Matilde e a moça altaneira. A generosa senhora, dedicada servidora do Cristo, já não sabia como proceder. Viúva, com três filhas solteiras, desvelava-se, carinhosa, para que lhes não faltasse o necessário. Sacrificava-se continuadamente pelo bem-estar delas. Privava-se de satisfações próprias, sujeitava-se ao trabalho mal remunerado, desequilibrava a saúde pelo excesso de atividade nas obrigações diárias, substituindo a falta do esposo e atendendo ao próprio dever. Se Eulália e Cassilda, as duas filhas mais novas, de alguma sorte lhe compreendiam os sacrifícios, Emilinha, a mais velha, tratava-a rudemente, sem a menor consideração. Criticava-lhe os mínimos gestos. Dona Matilde raramente se dava ao prazer de palestrar com as visitas. Eram tão ásperas as intromissões da filha, tão grosseiros os modos, ante a presença de estranhos, que a nobre senhora se mantinha em silêncio, humilhada. Se comentava o dever, referia-se Emilinha a conceitos modernos da vida; se aventurava uma opinião inocente em qualquer assunto, tratava a filha de se mostrar superior.

            Quando voltava Dona Matilde das reuniões evangélicas, reportando-se às consolações e ensinamentos recolhidos, convertia-se a jovem num elemento escarnecedor.

            - Ora, mamãe – dizia, sarcástica -, com que então a senhora se consagrou à teologia? Já não fala senão em assuntos de religião...

            - Ah! Minha filha – replicava a genitora, cuidadosa na fé -, não sorrias da verdade para que ela, mais tarde, não venha a sorrir de ti. Lembra-te de nossos imperiosos deveres para com Jesus!

            Após o riso mordaz, a filha revidava:

            - A senhora adquiriu maneiras de sacerdote. Não concordo com as suas teorias de sobrevivência e reencarnação.

            E lembrando, enfática, as revistas cientificas que costumava compulsar, por vaidade, concluía presunçosamente:

            - Não passamos de experiência biológica da Natureza no campo da racionalidade humana. O resto é ilusão, que devemos relegar ao fanatismo religioso.

            A viúva, a principio, discutia e argumentava, esclarecendo-a com a verdade espiritual, mas observando o endurecimento da filha, retraiu-se, pouco a pouco, dando-lhe o exemplo da própria ação e abstendo-se de muitas palavras.

            E Emilinha fez no mundo o que lhe pareceu melhor, nos domínios do capricho e da irreflexão criminosa, contraindo pesados débitos e agravando responsabilidades, surda às advertências maternas.

            O tempo, a dor e a morte, todavia, são os cobradores da realidade. Ao influxo desse trio implacável, tanto Dona Matilde quanto as filhas foram reconduzidas à vida nova, além do túmulo.

            Emilinha, porém, agora afastada do grupo familiar, experimentava rudes provações em círculo de sombras. Era freqüentemente visitada pela mãezinha generosa, mas lhe identificava a presença, nem lhe ouvia a voz encorajadora, por trazer a mente absorvida por negras visões e vozes angustiadas.

            Anos correram, quando Dona Matilde deliberou voltar à esfera carnal, em continuação do seu plano de serviço redentor. A filha penitente ficaria, doravante, sem o seu amparo direto. Meditando a situação, a devotada genitora implorou recursos novos. Não desejava mostrar-se insensível e, além do mais, Emilinha, sempre desajuizada, era a filha que mais necessitava dos desvelos maternais. E, ali, na paisagem tenebrosa, ante os padecimentos da ingrata, a nobre criatura intercedeu, fervorosa, empenhando o coração.

            A resposta divina não se fez esperar. Emilinha, deslumbrada, reviu a mãezinha pela primeira vez. Indescritível o contentamento de ambas. Beijaram-se com júbilo das profundas ansiedades, longamente reprimidas.

            Após confortar-lhe a alma ulcerada, Dona Matilde deu-lhe a conhecer o projeto em organização.  Regressaria à Terra, recomeçaria as tarefas inacabadas do processo de redenção que lhe dizia respeito. Emilinha ouviu, inquieta, e considerou:

- Mamãe, a senhora me aceitaria, de novo, ao seu lado?

- Como não, minha filha? – replicou a entidade amorosa – se permitir o Senhor, reconstituiremos o nosso velho lar, voltando à paisagem de ouro tempo.

- Prometo compreendê-la – acrescentou a filha em pranto.

- Rogaremos essa bênção – falou a genitora, beijando-a, carinhosa.

Nesse instante, fez-se visível o generoso diretor espiritual daquela região de sofrimento retificador. Cumprimentou Dona Matilde atenciosamente, enquanto Emilinha se lhe rojava aos pés, rogando, comovida:

- Emissário de Jesus, que me conheceis os padecimentos, ajudai-me para que eu possa voltar à Terra, em companhia de minha mãe. Regressará ele aos círculos da carne e, se concordardes, poderei segui-la, prontificando-me a permanecer em serviço, até que ela me possa receber, novamente, nos braços maternais... Pelo amor de Deus, permiti a minha volta!

A sábia entidade contemplou-a, fraternalmente, e falou:

- No momento, minha irmão, não lhe será possível retirar-se daqui. Ainda precisará desgastar, por alguns anos, os envoltórios inferiores que criou em torno de si mesma. Seus atuais veículos de manifestação não lhe permitem, por enquanto, a vida em zona menos pesada que esta. No entanto, mais tarde, poderá voltar, viver ao lado de Matilde, receber-lhe o verbo carinhoso e ouvir-lhe os conselhos cristãos.

Emilinha, que não cabia em si de contente, elevou as mãos ao céu e exclamou:

- Graças a Deus!

O diretor espiritual, contudo, retomou a palavra e terminou:

- Não poderá, todavia voltar à situação de parentesco que já passou. Não tem títulos de serviço prestado que a autorizem, agora, a regressar como filha de Matilde, mas retornará você ao mundo, como criada humilde da sua residência, para que, na verdadeira condição de obediência, aprenda a valorizar o tesouro que Deus lhe concedeu.

 Livro:  Pontos e Contos  Psicografia  Francisco Cândido Xavier  - Pelo espírito:   Irmão X

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

O TALENTO ESQUECIDO

No mercado da vida, observamos os talentos da Providência Divina fulgurando na experiência humana, dentro das mais variadas expressões. Talentos da riqueza material, da intelectualidade brilhante, da beleza física, dos sonhos juvenis, dos louros mundanos, do brilho social e domestico, do poder e da popularidade.  Alinham-se, à maneira de jóias grandes e pequenas, agradáveis e preciosas, estabelecendo concorrência avançada entre aqueles que as procuram.

Há, porém, um talento de luz acessível a todos. Brilha entre ricos e pobres, cultos e incultos. Aparece em toda parte. Salienta-se em todos os ângulos da luta. Destaca-se em todos os climas e sugere engrandecimento em todos os lugares. É o talento da oportunidade, sempre valioso e sempre o mesmo, na corrente viva e incessante das horas.

É o desejo de doar um pensamento mais nobre ao circulo da maledicência, de fortalecer com um sorriso o animo abatido do companheiro desesperado, de alinhavar uma frase amiga que enterneça os maus a se sentirem menos duros e que auxilie aos bons a se revelarem sempre melhores, de prestar um serviço insignificante ao vizinho, plantando o pomar da gratidão e da amizade, de cultivar algum trato anônimo de solo, onde o arvoredo de amanhã fale sem palavras de nossas elevadas intenções.

Acima de todos os dons, permanece o tesouro do tempo.

Com as horas os santos construíram a santidade e os sábios amealharam a sabedoria.

É com o talento esquecido das horas que edificaremos o nosso caminho, no rumo da Espiritualidade Superior, na aplicação silenciosa com o mestre que, atendendo compassivamente às necessidades de todos os aprendizes, prometeu, com amor, não somente demorar-se conosco até ao fim dos séculos terrestres, mas também asseverou, com justiça, que receberemos individualmente na vida, de acordo com as nossas próprias obras.

Livro: Caridade – Psicografia: Francisco C. Xavier pelo espírito Emmanuel – Espíritos Diversos

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

DINHEIRO

O dinheiro não é luz, mas sustenta a lâmpada.

Não é a paz, no entanto, é um companheiro para que se possa obtê-la.

Não é o calor, contudo, adquire agasalho.

Não é o poder da fé, mas alimenta a esperança.

Não é amor, entretanto, é capaz de erguer-se por valioso ingrediente na proteção afetiva.

Não é tijolo de construção, todavia, assegura as atividades que garantem o progresso.

Não é cultura, mas, apóia o livro.

Não é visão, contudo, ampara o encontro de instrumentos que ampliam a capacidade dos olhos.

Não é base da cura, no entanto, favorece a aquisição do remédio.

Em suma, o dinheiro associado à consciência tranqüila, alavanca do trabalho e fonte da beneficência, apoio da educação e alicerce da alegria, é uma bênção do Céu que de modo imediato, nem sempre faz felicidade, mas sempre faz falta.

Livro: Caridade – Psicografia: Francisco C. Xavier pelo espírito Bezerra de Menezes – Espíritos Diversos

Como estão nossos hábitos?

....
Modifiquemos hábitos danosos, em qualquer área da existência, começando por aqueles que pareçam mais fáceis de serem derrotados.
Sempre que surgir a oportunidade, façamos o bem, por mais insignificante que nosso ato possa parecer.
Geremos o momento útil e aproveitemo-lo.
Não nos cabe aguardar pelas realizações grandiosas, e tampouco podemos esperar glorificação pelos nossos acertos.
O maior reconhecimento que se pode ter por fazer o que é certo é a consciência tranqüila.
Toda ascensão exige esforço, adaptação e sacrifício, enquanto toda queda resulta em prejuízo, desencanto e recomeço.
Trabalhemos nossa própria intimidade, vencendo limites e obstáculos impostos, muitas vezes, por nós mesmos.
Valorizemos nossas conquistas, sem nos deixarmos embevecer e iludir por essas vitórias.
Há muitas paisagens, ainda, a percorrer e muitos caminhos a trilhar.
Somente a reforma íntima nos concederá a paz e a felicidade que almejamos.
A mudança para melhor é urgente, mas compete a cada um de nós, corajosa e individualmente, decidir a partir de quando e como ela se dará.

(Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no capítulo 10 do livro Revelações da luz de Raul Teixeira, pelo Espírito Camilo, e capítulo 11 do livro Vigilância, de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis)

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

M A L E D I CÊ N C I A

Toda pessoa não suficientemente realizada em si mesma tem a instintiva tendência de falar mal dos outros.
-  Qual a razão última dessa mania de maledicência?
É um complexo de inferioridade unido a um desejo de superioridade.
Diminuir o valor dos outros dá-nos a grata ilusão de aumentar o nosso valor próprio.
A imensa maioria dos homens não está em condições de medir o seu valor por si mesma. Necessita medir o seu próprio valor pelo desvalor dos outros.
Esses homens julgam necessário apagar as luzes alheias a fim de fazerem brilhar mais intensamente a sua própria luz.
São como vaga-lumes que não podem luzir senão por entre as trevas da noite, porque a luz das suas lanternas fosfóreas é muito fraca.
Quem tem bastante luz própria não necessita apagar ou diminuir as luzes dos outros para poder brilhar.
Quem tem valor real em si mesmo não necessita medir o seu valor pelo desvalor dos outros.
Quem tem vigorosa saúde espiritual não necessita chamar de doentes os outros para gozar a consciência da saúde própria.
As nossas reuniões sociais, os nossos bate-papos são, em geral, academias de maledicência.
Falar mal das misérias alheias é um prazer tão sutil e sedutor – algo parecido com whisky, gin ou cocaína – que uma pessoa de saúde moral precária facilmente sucumbe a essa epidemia.
A palavra é instrumento valioso para o intercâmbio entre os homens. Ela, porém, nem sempre tem sido utilizada devidamente.
Poucos são os homens que se valem desse precioso recurso para construir esperanças, balsamizar dores e traçar rotas seguras.
Fala-se muito por falar, para "matar tempo". A palavra, não poucas vezes, converte-se em estilete da impiedade, em lâmina da maledicência e em bisturi da revolta.
Semelhantes a gotas de luz, as boas palavras dirigem conflitos e resolvem dificuldades.
Falando, espíritos missionários reformularam os alicerces do pensamento humano.
Falando, Líderes hipnotizam multidões, enceguecidas, que se atiram sobre outras nações,
transformando-as em ruínas.
Guerras e planos de paz sofrem a poderosa influência da palavra.
Há quem pronuncie palavras doces, com lábios encharcados pelo fel.
Há aqueles que falam meigamente, cheios de ira e ódio.
São enfermos em demorado processo de reajuste.
Portanto, cabe às pessoas lúcidas e de bom senso, não dar ensejo para que o veneno da maledicência se alastre, infelicitando e destruindo vidas.
Pense nisso!
Desculpemos a fragilidade alheia, lembrando-nos das nossas próprias fraquezas.
Evitemos a censura.
A maledicência começa na palavra do reproche inoportuno.
Se desejamos educar, reparar erros, não os abordemos estando o responsável ausente.
Toda a palavra torpe, como qualquer censura contumaz, faz-se hábito negativo que culmina por envilecer o caráter de quem com isso se compraz.
Enriqueçamos o coração de amor e banhemos a mente com as luzes da misericórdia divina.
Porque, de acordo com o Evangelho de Lucas, "a boca fala do que está cheio o coração".
(Texto extraído do livro "A Essência da Amizade", Huberto Rohden)

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

NÃO EXAGERE

            Não deixe nunca de agradecer os favores recebidos, mas não se exceda em  palavras calorosas, que podem parecer lisonja ou pieguismo. Expresse sua gratidão sem exagero, com moderação.

            Aquele que faz um favor ou uma caridade, um serviço necessário e oportuno, se o faz de coração, não espera nenhum gesto de agradecimento, porque já se sentiu gratificado no ato de servir.

            Muitas vezes, com gestos e palavras de exagerada gratidão, poderemos, ao contrário, desagradar, por parecer falso o exagero. Quando o bem provier de pessoas menos amadurecidas no campo da fraternidade, o suposto benfeitor,  por encontrar no benefício oportunidade de alcançar sua vaidade ou merecer consideração heróica, sentindo-se um grande benemérito, já renunciou aos valores

que serão patrimônio do espírito, os que a ferrugem não corrói, e que falarão por nós na vida espiritual.

            Os falsos benfeitores já receberam aquilo que desejavam, nada têm a esperar. Destroem com a sua cegueira e imprevidência a generosidade de seu gesto.

            Agradeça com naturalidade, com carinho, mas evite o exagero. Não perca, no entanto, o ensejo de, um dia, surgindo oportunidade, retribuir discretamente, se possível, o benefício recebido.

            Sabendo quando é bom ser servido nas horas difíceis, você aprendeu a lição definitiva no campo da solidariedade humana. Encontrou quem o aliviasse de uma dor moral, ou de uma necessidade material, em momento difícil, de horizontes aparentemente fechados. Agora, permaneça atento aos que passarem por você trazendo problemas que não conseguiram solucionar, e que está ao seu alcance ajudar de algum modo. Considere que é a sua vez de ir de encontro do

irmão carente e levar-lhe sua palavra e apoio com generosidade, sem ostentação nem exagero de palavras ou gestos. Que “a sua mão esquerda não saiba o que a direita faz”.

            O meio mais agradável a Deus de sermos gratos é também nos colocarmos a seu serviço, servindo e amando sempre.

            Assim, amigos, a vida nos será sempre um jardim florido, onde a chama de nosso Cristo interno, que se alteia a cada dia dando-nos o modelo divino, encontrará em nosso íntimo  o aroma da serenidade, do equilíbrio, da fraternidade.

            Fique atento para compreender. Quem compreende, ama, porque vive ou sabe por experiência qual é o problema do próximo. Quem se conhece, conhece o semelhante. E quem sabe, cala, saboreando em silêncio profundo e bom, onde só as vozes de Deus e de seus vanguardeiros da luz falam. E os seus ditos são saborosos, tão diferentes de nossas justificativas ou discurso.

            Que haja paz.

“...A Verdade e a Vida”, Cenyra Pinto

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Reencarnação

excelente vídeo da palestrante Dra. Anete Guimarães

Os filhos que estamos criando

Um jovem de nível acadêmico excelente, candidatou-se à posição de gerente de uma grande empresa.

Passou a primeira entrevista e o diretor fez a última entrevista e tomou a última decisão.

O diretor descobriu através do currículo que as suas realizações acadêmicas eram excelentes em todo o percurso, desde o secundário até à pesquisa da pós-graduação e não havia um ano em que não tivesse pontuado com nota máxima.

O diretor perguntou: "Tiveste alguma bolsa na escola?"

O jovem respondeu: "nenhuma".

O diretor perguntou: "Foi o teu pai que pagou as tuas mensalidades?"

O jovem respondeu: "O meu pai faleceu quando tinha apenas um ano, foi a minha mãe quem pagou as minhas mensalidades.”

O diretor perguntou: "Onde trabalha a tua mãe?"

E o jovem respondeu:

"A minha mãe lava roupa.”

O diretor pediu que o jovem lhe mostrasse as suas mãos. O jovem mostrou um par de mãos macias e perfeitas.

O diretor perguntou: "Alguma vez ajudaste a tua mãe a lavar as roupas?"

O jovem respondeu: "Nunca, a minha mãe sempre quis que eu estudasse e lesse mais livros. Além disso, a minha mãe lava a roupa mais depressa do que eu.”

O diretor disse: "Eu tenho um pedido.  Hoje, quando voltares, vais e limpas as mãos da tua mãe, e depois vens ver-me amanhã de manhã.”

O jovem sentiu que a hipótese de obter o emprego era alta.

Quando chegou a casa, pediu feliz à mãe que o deixasse limpar as suas mãos.

A mãe achou estranho, estava feliz mas com um misto de sentimentos e mostrou as suas mãos ao filho.

O jovem limpou lentamente as mãos da mãe. Uma lágrima escorreu-lhe enquanto o fazia. Era a primeira vez que reparava que as mãos da mãe estavam muito enrugadas, e havia demasiadas contusões nas suas mãos.

Algumas eram tão dolorosas que a mãe se queixava quando limpas com água.

Esta era a primeira vez que o jovem percebia que este par de mãos que lavavam roupa todo o dia tinham-lhe pago as mensalidades. As contusões nas mãos da mãe eram o preço a pagar pela sua graduação, excelência acadêmica e o seu futuro.

Após acabar de limpar as mãos da mãe, o jovem silenciosamente lavou as restantes roupas pela sua mãe.

Nessa noite, mãe e filho falaram por um longo tempo.

Na manhã seguinte, o jovem foi ao gabinete do diretor.

O diretor percebeu as lágrimas nos olhos do jovem e perguntou:

"Diz-me, o que fizeste e aprendeste ontem em tua casa?”

O jovem respondeu: "Eu limpei as mãos da minha mãe, e ainda acabei de lavar as roupas que sobraram.”

O diretor pediu, "Por favor diz-me o que sentiste.”

O jovem disse: "Primeiro, agora sei o que é dar valor. Sem a minha mãe, não haveria um eu com sucesso hoje. Segundo, ao trabalhar e ajudar a minha mãe, só agora percebi a dificuldade e dureza que é ter algo pronto. Em terceiro, agora aprecio a importância e valor de uma relação familiar.”

O diretor disse: "Isto é o que eu procuro para um gerente. Eu quero recrutar alguém que saiba apreciar a ajuda dos outros, uma pessoa que conheça o sofrimento dos outros para terem as coisas feitas, e uma pessoa que não coloque o dinheiro como o seu único objetivo na vida. Estás contratado.”

Mais tarde, este jovem trabalhou arduamente e recebeu o respeito dos seus subordinados. Todos os empregados trabalhavam diligentemente e como equipe.

O desempenho da empresa melhorou tremendamente.

Uma criança que foi protegida e teve habitualmente tudo o que quis, vai desenvolver- se mentalmente e vai sempre colocar-se em primeiro. Vai ignorar os esforços dos seus pais, e quando começar a trabalhar, vai assumir que toda a gente o deve ouvir e quando se tornar gerente, nunca vai saber o sofrimento dos seus empregados e vais sempre culpar os outros. Para este tipo de pessoas, que podem ser boas academicamente, podem ser bem sucedidas por um bocado, mas eventualmente não vão sentir a sensação de objetivo atingido. Vão resmungar, estar cheios de ódio e lutar por mais. Se somos este tipo de pais, estamos realmente a mostrar amor ou estamos a destruir o nosso filho? Pode deixar o seu filho viver numa grande casa, comer boas refeições, aprender piano e ver televisão num grande plasma. Mas quando cortar a relva, por favor deixe-o experienciar isso. Depois da refeição, deixe-o lavar o seu prato juntamente com os seus irmãos e irmãs. Isto não é porque não tem dinheiro para contratar uma empregada, mas porque o quer amar como deve de ser. Quer que ele entenda que não interessa o quão ricos os seus pais são, um dia ele vai envelhecer, tal como a mãe daquele jovem. A coisa mais importante que os seus filhos devem entender é a apreciar o esforço e experiência da dificuldade e aprendizagem da habilidade  de trabalhar com os outros para fazer as coisas.  Quais  são as pessoas  com mãos enrugadas  por  mim?

Roberto Rabat Chame