É sempre fácil examinar as consciências alheias, identificar os erros do próximo, opinar em questões que não nos dizem respeito, indicar as fraquezas dos semelhantes, educar os filhos dos vizinhos, reprovar as deficiências dos companheiros, corrigir os defeitos dos outros, aconselhar o caminho reto a quem passa, receitar paciência a quem sofre e retificar as más qualidades de quem segue conosco.
Mas enquanto nos distraímos, em tais excursões a distância de nós mesmos, não passamos de aprendizes que fogem, levianos, à verdade e à lição.
Enquanto nos ausentamos do estudo de nossas próprias necessidades, olvidando a aplicação dos princípios superiores que abraçamos na fé viva, somos simplesmente cegos do mundo interior relegados à treva...
Despertemos, a nós mesmos, acordemos nossas energias mais profundas para que o ensinamento do Cristo não seja para nós uma benção que passa, sem proveito à nossa vida, porque o infortúnio maior de todos, para a nossa alma eterna, é aquele que nos infelicita quando a graça do Alto passa por nós em vão!...
André Luiz, Do livro "Caridade" / Psicografia: Francisco Cândido Xavier
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