Para Sentir

“Só devemos dizer aquilo que o coração pode testificar mediante atos sinceros, porque, de outra forma, as afirmações são simples ruído sonoro de uma caixa vazia.”

Texto extraído do livro BOA NOVA, Lição 10 – O Perdão - Psicografia de Francisco Cândido Xavier, por Humberto de Campos

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

MENOS E MAIS

Quanto menos trabalho, mais preguiça.

Quanto menos esforço, mais estagnação.

Quanto menos direito, mais insegurança.

Quanto menos serviço, mais penúria.

Quanto menos fé, mais desconfiança.

Quanto menos caridade, mais aspereza.

Quanto menos entendimento, mais perturbação.

Quanto menos bondade, mais intolerância.

Quanto menos diligência, mais necessidade.

Quanto menos simpatia, mais obstáculos.

Quanto mais fizeres pelos outros, mais receberás do próximo em teu beneficio.

Quanto mais auxiliares, mais serás auxiliado.

Quanto mais aprenderes, mais saberás.

Quanto mais te aplicares ao bem, mais o bem te glorificará o caminho.

Quanto mais te consagrares ao próprio dever, mais respeito e mais nobreza te coroarão.

Quanto mais te dedicares ao plantio da fé pela compreensão de nossa insignificância, à frente do Senhor, mais a fé brilhará em tua fronte.

Quanto mais sacrifício puderes suportar, mais alta ser-te-à a própria sublimação.

Quanto mais te humilhares, buscando a posição do fiel servidor da Divina Bondade, mais engrandecido te farás diante da Lei.

Quanto mais suportares as falhas alheias, usando a paciência e a afabilidade, mais amor conquistarás naqueles que te observam e seguem.

Quanto mais souberes perder nas ilusões da Terra, rendendo culto diário à reta consciência, mais lucrarás na Imortalidade Vitoriosa.

Recordemos o ensinamento do Cristo: “Ao que mais tiver mais lhe será acrescentado”.

E, aumentando a nossa Boa Vontade no Trabalho que o Senhor nos concede para as horas de cada dia, estejamos convictos de que mais seguramente avançaremos no rumo de nossa própria libertação.

Pelo Espírito Emmanuel, Psicografia de Francisco Cândido Xavier; Livro: Bênçãos de Amor. Lição nº 16. Página 65.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

CONCLUSÕES

Agora, meu irmão, que devo endereçar essa carta, envio a você um abraço afetuoso, esperando que minha experiência possa ser útil ao seu coração.

Não se julgue, dentro da vida, como alguém que nunca prestará contas dos atos mais íntimos.

Tudo o que praticamos, Dirceu, permanece gravado no livro da consciência.

O bem é a sementeira da luz, portadora de colheitas sublimes de alegria e paz, enquanto que o mal nos enegrece o espírito, como tinta escura que mancha os alvos cadernos escolares.

Ouça a palavra esclarecedora de nossos pais, os primeiros amigos que a Bondade Divina colocou à portas e nossa vida terrestre, e nunca despreze os bons conselhos recebidos. A nossa natureza, quase sempre, reclama ternura e compreensão dos que nos cercam, mas a nossa necessidade de preparação espiritual exige luta e contrariedade. Nem sempre aprendemos o necessário, recebendo demasiadas carícias. Por isso mesmo, na maioria das ocasiões, precisamos do socorro de advertências mais fortes.

Não seja, pois, rebelde à orientação do lar.

Em suma, Dirceu, seja bondoso, fraterno, aplicado ao estudo e ao trabalho. Conserve amizade sincera aos livros. Faça-se amigo prestimoso de todas as pessoas, ainda quando não possa você ser compreendido imediatamente por elas.

Não descreia da boa semente, embora a germinação se faça tardia.

Não maltrate nem persiga os animais úteis ou inofensivos. È muito lamentável atitude de todos a aqueles que convertem a vida terrena num instrumento de perturbação e destruição para os mais fracos.

Seja bom, Dirceu, profundamente bom, verdadeiro e leal. E creia que todos os seus atos nobre serão largamente recompensados.

Agora, meu querido irmão, devo terminar.

Beije por mim a mamãe e a papai. Estou certo de que um dia nos reuniremos, de novo, no Grande e Abençoado Lar, sem lágrimas e sem morte.

Até lá, conservemos, acima de todas as dores e incertezas, nossa fé viva em Deus e a nossa suprema esperança no destino.

Adeus.

Receba muitas saudades do seu afetuoso –

(Livro: Mensagens do Pequeno Morto - Psicografia de Francisco C. Xavier - Espírito Neio Lúcio)

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

PRÊMIO

Na semana última, terminei o primeiro ano de minha permanência no Parque e devo assinalar que recebi valioso prêmio de grata significação para mim.

Trabalhei, esforçando-me quando que possível para ser disciplinado, com aproveitamento das lições.

Nos dez últimos meses, gastei as horas de recreio em serviços de proteção aos animais, que passaram a querer-me bem, com amizade e simpatia; realizei estudos espirituais de muita importância para o meu futuro, e participei, algumas vezes, de comissões de auxílio fraternal, enviadas a companheiros de luta. Alegre tranquilidade banhava-me a consciência.

Muitos meninos de minha classe foram promovidos a curso mais elevado, entre os quais tive o júbilo de ser incluído.

Houve uma festa, cheia de alegria e beleza, em que recebi o distintivo da “Boa-Vontade”, uma linda medalha, esculturada numa substância semelhante a prata e luminosa, apresentando essas duas palavras escritas, em alto relevo, com uma tinta dourada.

Nesse dia venturoso, o professor abraçou-me comovidamente e declarou-me que eu poderia solicitar alguma coisa, alguma concessão nos trabalhos finalistas.

No fundo de meu coração, estava o desejo de ir a casa. Queria abraçar mamãe, papai e ver você. Tinha a idéia de que me encontrava distante há muitos anos e, por isso mesmo, recebi a notificação com imensa alegria.

Respondi, ansioso, que, se me fosse permitido rogar algum contentamento maios que o de ser promovido à categoria superior, pediria para visitar o lar terreno, a fim de abraçar os entes amados de meu coração.

O instrutor, porém, afagando-me delicadamente, ponderou que eu ainda não possuía as forças precisas para semelhante cometimento. Ave frágil, não dispunha de penas para vôo tão arrojado. Mas acrescentou que o meu desejo seria atendido em parte.

No dia seguinte, fui notificado de que veria mamãe, apenas mamãe, por alguns momentos, numa instituição piedosa situada nas regiões mais próximas daí.

Logo após, numa linda noite, acompanhado de tia Eunice, a cujos cuidados me deixou o orientador, fui ao encontro de nossa mãezinha, numa casa grande e bonita, onde havia intensa movimentação de Espíritos amigos já distanciados do corpo carnal.

O que foi essa hora divina, não poderei descrever. Mamãe foi trazido por uma senhora iluminada e bela. Parecia mergulhada numa indefinível admiração que a tornava perplexa. Parecia não ver a senhora que a amparava, maternalmente, e, ao aproximar-se de nós, não percebeu a presença de nossa tia, ao meu lado. Quando pousou os olhos sobre mim, reconheceu-me e gritou meu nome muitas vezes. Atirei-me, chorando de júbilo, aos seus braços e estivemos assim, unidos e em lágrimas, durante todos os minutos reservados ao reencontro.

Por fim, a generosa mensageira que a trouxera aproximou-se de mim e falou:

- Basta, meu filho! A alegria também pode prejudicar os que ainda se encontram no corpo.

- Em seguida, retirou mamãe, devagarinho, como quem cuida de uma pessoa doente.

Voltei, então, ao Parque, junto de tia Eunice, com uma esperança nova a banhar-me o coração.

A Bondade de Deus não nos separa as almas para sempre.

(Livro: Mensagens do Pequeno Morto - Psicografia de Francisco C. Xavier - Espírito Neio Lúcio)

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

REPARAÇÃO

Terminada a prece, recompus a fisionomia, pedindo ao professor me ensinasse o melhor recursos de resgatar o erro cometido por mim noutro tempo.

Recomendou-me, então, em preleção que servisse para todos os alunos da classe, a aproveitar o ensino e a experiência, dispensando o possível carinho dos animais, que são igualmente criaturas de Deus em marcha progressiva para o aperfeiçoamento, como todos nós, e exortou-me a renovar as recordações daquela hora, com orações fervorosas e sinceros propósitos de nunca mais destruir a vida dos seres frágeis e inofensivos da Criação Divina.

Em seguida, comentou as conseqüências desastrosas de nossos gestos impensados ou criminosos, que espelham desarmonias e perturbações.

Explicou que tem visto inúmeros meninos com os quais se verificou o que ocorria, embora fossem outros os fatos lamentáveis recordados. Lembrou muitas crianças de grande porte, com bastante entendimento, que passam longas horas derrubando ninhos, prendendo aves ou matando-as sem consideração, perseguindo cães trabalhadores ou apedrejando, por perverso prazer, animais úteis e mansos.

Esclareceu que todos os jovens dessa espécie experimentam aqui provações bem amargas, sendo obrigados a reparar as faltas que levaram a efeito no mundo, com absoluto menosprezo das respeitáveis determinações dos pais ou dos bons conselhos das pessoas mais velhas.

Desde então, lembro-me de Bichaninho, sinto-lhe, ainda, a imagem dentro de mim; entretanto, com o poder da prece, meu pensamento tranquilizou-se, voltando ao passado em atitude de sincero arrependimento, pedindo perdão.

Humilhei os meus sentimentos caprichosos, dos quais sempre ocultara o lado mau, e, por isso, tenho melhorado.

Já não possuo mais ócios e nem horas desaproveitadas.

Em todos os instantes consagrados a recreios e diversões, encontro árvores para cuidar e animaizinhos daqui, aos quais posso auxiliar com eficiência e proveito.

Eu, que tanto me alegrava vendo s aves perseguidas pelos meninos fortes, hoje me dedico a ajudar pequenos pássaros na construção de ninhos.

E observo que, diante da minha atitude interior transformada, todas as pessoas que me cercam como que se transformaram para mim. Recebo olhares afetuosos e agradecidos de toda a parte. Os professores e colegas parecem-me mais simpáticos, mais amigos.

Notando-me o sincero esforço para corrigir-me, ninguém me falou do gato apedrejado.

O episódio triste foi esquecido bondosamente por todos.

Devo às árvores e aos passarinhos, aos quais me tenho consagrado nos últimos tempos, as alegrias que me enchem o coração.

Tenho quase certeza de que Bichaninho me perdoou a maldade. Sinto que fiz a paz comigo mesmo e creio que, se eu voltasse presentemente para casa, seria melhor filho e melhor irmão.

Oh, Dirceu, nunca atormente nem mate os animais úteis e inofensivos! Tendo chorado muito para reparar o erro que cometi.

(Livro: Mensagens do Pequeno Morto - Psicografia de Francisco C. Xavier - Espírito Neio Lúcio)