Para Sentir

“Só devemos dizer aquilo que o coração pode testificar mediante atos sinceros, porque, de outra forma, as afirmações são simples ruído sonoro de uma caixa vazia.”

Texto extraído do livro BOA NOVA, Lição 10 – O Perdão - Psicografia de Francisco Cândido Xavier, por Humberto de Campos

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O MODELO

Emmanuel

As horas de inquietação e de incerteza virão sempre.

         Que fazer quando a bruma da indecisão nos envolva as trilhas da existência?  Que padrão seguir, quando chamados a deliberações graves e intransferíveis?

         Efetivamente, para cada um de nós surgem lances aflitivos nos quais o nosso livre-arbítrio parece entranhado na sombra, incapaz de escolher entre o bem e o mal.  Apesar disso, em meio a todos os desafios no reino da alma, encontraremos no Cristo a inspiração necessária para a resposta justa.

         Se o mundo em derredor te apresenta quadros de tentação ou de infortúnio, deixa que o Senhor os contemple, através de teus olhos, e saberás entendê-los em bases de inesperada sublimação. 

Se registras palavras injuriosas, deixa que Ele, o Divino Mestre, as escute em teus ouvidos e, de imediato, nelas perceberás oportunos convites ao exercício da caridade e da tolerância. 

Se deves falar em questões complexas, deixa que o Eterno Benfeitor se exprima por teu verbo e articularás sem dificuldade a frase de compreensão e de bênção. 

Se ages sob qualquer dúvida, relativamente ao proveito das atividades que o mundo de pede, deixa que o Excelso Amigo te oriente as mãos no serviço e encontrarás, para logo, no rendimento do bem. 

Se te diriges para lugares determinados, hesitando quanto ao benefício que te advirá do que pretendas fazer, deixa que Ele, o Senhor, caminhe com teus pés e colocarás a ti mesmo na direção que mais te convenha à consciência tranqüila.

         Resoluções a tomar, encargos por assumir, opiniões a fornecer e provas a enfrentar solicitam meditação se nos propomos atuar com discernimento.

         Em todas as indecisões e aflições, pensa no Cristo.

         Reflete no Mentor Sublime que nos ama e compreende sempre, muito antes que lhe possamos oferecer migalha da nossa compreensão e do nosso amor, e escolhe proceder qual se comportaria Ele, dando de si, sem pensar em si.  Deixa-te estar com Ele, tanto quanto Ele está contigo há milênios, e, seja qual seja o teu problema, em sentindo, pensando, falando ou agindo, acertarás.

Livro Encontro Marcado - Francisco Cândido Xavier

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

PENSAMENTO E CONDUTA

Emmanuel

Nem sempre estamos habilitados a eleger o nosso ambiente mais íntimo, na experiência cotidiana.

Às vezes, somos constrangidos a suportar certos quadros de luta ou partilhar o convívio de pessoas que não se nos afinam com a maneira de ser, em razão dos compromissos que trazemos de existências passadas. Entretanto, em qualquer situação, somos livres para escolher os nossos pensamentos.

Cada inteligência emite idéais que lhe são peculiares, a se definirem por ondas de energia viva e plasticizante, mas se arroja de si essas forças, igualmente as recebe, pelo que influencia e é influenciada.

Ainda mesmo por instantes, toda criatura, ao exteriorizar-se, seja imaginando, falando ou agindo, em movimentação positiva, é um emissor atuante na vida, e, sempre que se interioriza, meditando, observando ou obedecendo, de modo passivo, é um receptor em funcionamento.

Aqueles que se desenvolveram mentalmente, atingindo a esfera das criações sugestivas, assumem o papel de orientadores, adquirindo responsabilidades mais vastas pela facilidade com que articulam programas de rumo para os outros.

Cada qual expõe o que pensa pelo esforço que realiza: o cientista pela obra a que se consagra, o professor pelo que ensina, o escritor pelo que escreve, o comentarista pelo que fala, o artista pelo trabalho em que se revela.

Analisemos, assim, aquilo que nomeamos como sendo nosso "estado de espírito". Tensão, dúvida, angústia, irritação, otimismo, coragem, confiança ou alegria são frutos de nossa preferência no mercado gratuito das idéias, de vez que o fio invisível de nossas ligações com o bem ou com o mal parte
essencialmente de nós.

Convençamo-mos de que a nossa mente possui muita coisa comum com o aparelho radiofônico. Emissões construtivas ou deprimentes, significando a carga sutil de sugestões boas ou más que aceitamos de companheiros encarnados ou desencarnados, alcançam-nos incessantemente e podem
alterar-nos o modo de ser, mas não podemos olvidar que a NOSSA VONTADE É O SINTONIZADOR.

Emmanuel - Chico Xavier - Livro: Encontro Marcado

A questao do tempo

O vestibulando chega correndo ao local da prova, mas o portão se fecha à sua frente. Ele senta e desaba.

Tanto esforço. Tanta preparação. Tanto estudo. Tudo perdido por um atraso mínimo de segundos.

O pedestre observa o sinal vermelho, mas decide atravessar correndo porque está atrasado para um compromisso.

Freada brusca. Susto. Talvez ferimentos graves. Tudo por questão de um segundo de precipitação.

O funcionário chega correndo, esbaforido, bate o cartão e vai para seu local de trabalho.

Ali, precisa de alguns minutos para se recompor. Subiu as escadas correndo porque os elevadores estavam lotados e ele não desejava se atrasar, a fim de não ter descontados valores, ao final do mês, em seu salário.

Desculpas se sucedem a desculpas. Não deu tempo. Não foi possível chegar. Perdi o ônibus. O trânsito estava terrível na hora em que saí.

Tempo é nossa oportunidade de realização, que devemos aproveitar com empenho.

A nossa incapacidade de planejar o uso do tempo provoca a desarmonia e toda a série de contratempos.

O tempo pode ser comparado a uma moeda. Se tomarmos de uma porção de ouro e cunharmos uma moeda, poderemos lhe dar o valor de um real.

Este será o valor inscrito. Mas o valor verdadeiro será muito maior, representado pela quantidade do precioso metal que utilizamos.

As moedas do tempo têm uma cunhagem geral, que é igual para todos:

um segundo, um mês, um ano, um século.

No entanto, o valor real dependerá do material com que cunhamos o nosso tempo, isto é, o que fazemos dele.

Para um correto aproveitamento desse tesouro, que é o tempo, é preciso disciplina.

Para evitar correria, levantemos um pouco mais cedo. Preparemo-nos de forma rápida, sem tanta enrolação.

Deixemos, desde a véspera, o que necessitaremos para sair, mais ou menos à mão, evitando desperdícios de minutos à procura disto ou daquilo.

Se sabemos que o trânsito, em determinados horários, está mais congestionado, disciplinemo-nos e nos programemos para sair um pouco antes, com folga.

Esses pequenos cuidados impedirão que percamos compromissos importantes, que tenhamos de ficar sempre criando desculpas para justificar os nossos atrasos, que tenhamos taquicardia por ansiedade ao ver o relógio dos segundos correr célere, demarcando os minutos e as horas.

* * *

Na órbita das nossas vidas, não joguemos fora os tempinhos tantas vezes desprezados.

Aproveitemos para escrever um ligeiro bilhete de carinho a alguém que esteja enfrentando momentos graves.

Telefonemos a um familiar ou amigo que não vejamos há muito tempo.

Cuidemos de um vaso de planta. Desenvolvamos ideias felizes para fazer o bem a alguma pessoa que saibamos necessitada.

Valorizemos os minutos para descobrir motivos gloriosos de viver, para aprender a amar a vida e iluminar o nosso caminho.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 3, do livro Vereda familiar, pelo Espírito Thereza de Brito, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter e no cap. O grande tesouro, do livro Uma razão para viver, de Richard Simonetti, ed. Gráfica São João.

Disponível no livro Momento Espírita v.2, ed. Fep.

Momento Espírita

Em 27.01.2012.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Recapitulação

Cada dia, na Terra, a vida se te recomeça no coração.

Cada nascer do sol é nova luz para que ai nos desfaçamos da sombra que ainda nos obscurece o espírito.

E, nos círculos da evolução em que ainda te agitas, a claridade matinal é como que o convite sempre renovado para as obras do bem.

A Infinita Bondade do Céu te apagou a lembrança temporariamente, a fim de que o esquecimento te valorize a movimentação da consciência sempre livre para escolher.

Não te detenhas em dúvidas e incertezas.

Vale-te do dia para a sementeira do bem.

Cada pessoa que te busca é alguém que regressa de longe para auxiliar-te na edificação da felicidade ou para auxiliar-te no aprimoramento interior que necessitas desenvolver.

Cada problema que te preocupa é serviço que deixaste à distância, sem solução, retornando-te à esfera de trabalho, para o aclaramento do raciocínio ou para a melhoria do coração.

Cada sofrimento é uma sombra que estendeste no passado e que volta ao presente, a fim de que a transformes em luz.

Cada aflição que te requisita a alma é o espinheiro que cultivaste no pretérito a reaproximar-se de ti, para que convertas os acúleos antigos em flores de amor para a imortalidade.

Vale-te das bênçãos do olvido temporário e dos valores potenciais de cada dia, trabalhando em favor da própria elevação, porque, mais tarde, a memória ser-te-á restaurada no santuário interno e abençoarás a dor e a luta de agora por preciosos recursos de reajuste, concórdia e sublimação.

Do livro Indulgência, de Francisco Cândido Xavier pelo espírito Emmanuel, Editora Instituto de Difusão Espírita - IDE

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

REVISÃO E REAJUSTE

Emmanuel

         Não afirmes que já não dispões de recursos para a revisão e o reajuste da tarefa edificante que te assegura o acesso à Espiritualidade Superior.  Detém-te, sobretudo, a refletir na bondade da Divina Providência que não apenas te aceita os votos de melhoria, mas também te concede os valores do tempo, lembrando, de algum modo, a organização bancária generosa, quando te financia para determinados cometimentos e te reforma os compromissos, na pauta de tuas necessidades.

         Terás interrompido a obra que te vinculava a certo grupo de companheiros, dedicados a minorar o sofrimento alheiro, mas, se te decides a retomar a beneficência, podes perfeitamente aderir a outra equipe ou formar diferente grupo de corações para o bendito mister do serviço ao próximo.

         Desilusões talvez te aniquilaram o canteiro em que cultivavas os primeiros rebentos da esperança e da fé viva; entretanto, se te dispões à renovação necessária, nada te impede rearticulá-lo com segurança em bases de novo esforço e sementes novas.

         É possível que o assédio de adversários gratuitos te haja provocado reações que, de improviso, te colocaram em regime de incompatibilidade com as idéias nobres que professavas; contudo, se procuras a sublimação dos próprios sentimentos, através de mais compreensão e mais tolerância, a breve tempo recuperarás todas as tuas forças, tanto para aceitar-lhes as críticas indébitas, quanto para aproveitá-las, em benefício de tuas realizações.

         Mágoas adquiridas esfriaram-te, provavelmente, o entusiasmo na plantação da verdade e do bem; no entanto, se queres esquecê-las, desculpando com sinceridade inimigos e opositores, depressa descobrirás meios surpreendentes de reaver a confiança no êxito dos encargos que a vida te delegou.

         Erros cometidos e ofensas inesperadas, contradições e discórdias, contratempos e desgostos surgem diante de nós, do ponto de vista humano, como sendo convites à inércia, mas, na essência, semelhantes lutas são provas justas e indispensáveis, equivalendo a consultas do Plano Espiritual, acerca de nossa capacidade de superação das próprias fraquezas, examinando-nos o grau de humildade, entendimento, amor e fé.

         Não pretendas estar na posse de qualidades perfeitas, o que pressuporia haveres chegado ainda hoje ao nível dos anjos.  Todos somos, por enquanto, espíritos imperfeitos, nos quadros evolutivos do trabalho que nos compete desenvolver e complementar.

         Desacertando, reacertamos.

         Errando, abracemos a corrigenda.

         Estejamos convencidos, ante a misericórdia de Deus, de que todo dia é tempo de progredir, aprender, melhorar e renovar.

Livro Encontro Marcado - Francisco Cândido Xavier

RENOVAÇÕES

Emmanuel

Pausar para refletir ou refazer.

  Nunca estacionar para censurar ou lamentar.

        Em toda parte e em qualquer tempo, vermos a vitalidade do Universo a exprimir-se, incessantemente.  Árvores lançam fora de si as folhas inúteis e deitam vergônteas novas.  Sementes lembrando fragmentos cadaverizados da Natureza são confiadas à terra que as fecunda, transfigurando-as com o tempo em gigantes do plano vegetal.

         Em teu próprio corpo, o princípio da ação constante se manifesta; enquanto te guardas independente na esfera dos próprios pensamentos, milhões de células trabalham em teu favor.  Alimentas-te e não te preocupas com os fenômenos da nutrição.  Dormes e múltiplas operações fisiológicas se efetuam em ti, sem que precises tomar disso imediato conhecimento.

         Queiramos ou não reconhecer a verdade, estamos mergulhados no oceano da Energia Divina, tanto quanto o peixe dentro d’água.

         Nós, porém – as criaturas humanas – somos almas conscientes, erguidas ao regime da responsabilidade pessoal ante os privilégios da razão, e, conquanto “existamos e nos movamos em Deus”, conforme a feliz assertiva do apóstolo Paulo, somos livres para pensar, imaginar, criar e estabelecer, gerando causas e conseqüências na esfera de nossos próprios destinos.  Daí, a necessidade de nos enquadrarmos nos planos do Supremo Pai, quanto à edificação da felicidade de todos, aceitando e abençoando as renovações  que se nos façam indispensáveis.

         Acreditar na força do bem e cooperar com ela, na sustentação da harmonia geral, é imperativo da Lei Divina, de cuja execução não nos é lícito desvencilhar.  Se intimados pelas circunstâncias a necessárias alterações na experiência cotidiana, louvemos a Divina Providência e vejamos como dirigir convenientemente as nossas possibilidades para que se faça o melhor com o nosso auxílio, na obra do progresso e do aprimoramento em nós e fora de nós.

         Em quaisquer óbices que nos tentem barrar a jornada evolutiva, procuremos a superação deles, através da ação contínua no bem de todos.

         Comparemos a nossa tarefa a um navio lançado ao mar.  Tempestades sobrevém e rochedos surgem, obrigando-nos, muitas vezes, a mudanças de rumo; no entanto, se cada um de nós se mantém fiel no posto de trabalho a que foi conduzido, com aplicação sincera ao próprio dever, nenhum perigo nos impelirá a desastre, porque, se o homem coopera, Deus opera, e se nós – a Humanidade – somos a equipagem na embarcação enorme do mundo, é preciso jamais esquecer que Deus está no leme.

Livro Encontro Marcado - Francisco Cândido Xavier

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

PROBLEMAS

Emmanuel

Nossos problemas nem sempre são tão grandes quanto a nossa incapacidade de nos desfazermos deles.

Qualquer dificuldade se nos agiganta na imaginação, porque nos habituamos a excessiva inquietude em torno dela; sem dúvida, é forçoso criar clima propício à solução pacífica e edificante de crises que surjam e para isso justamente é que necessitamos cultivar serenidade e entendimento.

Reflitamos nos problemas cotidianos, categorizando-os por recursos renovadores.

Toda questão embaraçosa nos é apresentada qual se a vida nos propusesse um enigma.

Aceitemo-lo calmamente e vejamos como aproveitá-lo.

Comecemos por uma atitude de compreensão e simpatia, examinando-lhes as facetas.

Se nos achamos perante uma situação desagradável, meditemos nela, não como pesar que nos afete individualmente, mas sim como episódio com funções no benefício geral, e ajudemo-lo a encaixar-se no mecanismo das circunstâncias, em louvor da harmonia comum.

A pedra que acidentalmente nos fira será provavelmente a peça que sustentará a segurança na construção, e, porque nos haja trazido leve dissabor, isso não é motivo para arredá-la do serviço que deve prestar à coletividade.

Assim acontece com a crítica, com a desilusão, com o desentendimento ou com a perseguição gratuita.

Recebamo-los sem mágoa e observemos qual a mensagem favorável e útil de que se fazem veículo.

Tomada semelhante posição, verificaremos que a crítica nos auxilia, à maneira do inseticida capaz de imunizar a árvore do nosso trabalho contra pragas destruidoras que talvez nos ameacem de perto; aquilo que nomeamos como sendo desilusão passa a revelar-se por transformação imperiosa e benéfica; o desentendimento é a oportunidade que, muitas vezes, favorece a supressão de pequeninos obstáculos, antes de se formarem obstáculos maiores, e a perseguição gratuita habitualmente estabelece condições para que o apoio de nossos verdadeiros amigos se levante junto de nós, para união mais íntima e realizações mais amplas, Nunca te amedrontes diante dos problemas que te apareçam.

Na maioria das circunstâncias, eles significam mudança e mudança pede adaptação à realidade para o bem de todos e mais acentuada felicidade para cada um, no nível em que cada um se coloque.

À frente de qualquer desafio, recordemos que todo problema é um convite da vida, em nome de Deus, para que venhamos a compreender mais amplamente, melhorar sempre e servir mais.

Livro: Encontro Marcado Emmanuel - Chico Xavier

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

PENSAMENTO E CONDUTA

Emmanuel

Nem sempre estamos habilitados a eleger o nosso ambiente mais íntimo, na experiência cotidiana.

Às vezes, somos constrangidos a suportar certos quadros de luta ou partilhar o convívio de pessoas que não se nos afinam com a maneira de ser, em razão dos compromissos que trazemos de existências passadas. Entretanto, em qualquer situação, somos livres para escolher os nossos pensamentos.

Cada inteligência emite idéais que lhe são peculiares, a se definirem por ondas de energia viva e plasticizante, mas se arroja de si essas forças, igualmente as recebe, pelo que influencia e é influenciada.

Ainda mesmo por instantes, toda criatura, ao exteriorizar-se, seja imaginando, falando ou agindo, em movimentação positiva, é um emissor atuante na vida, e, sempre que se interioriza, meditando, observando ou obedecendo, de modo passivo, é um receptor em funcionamento.

Aqueles que se desenvolveram mentalmente, atingindo a esfera das criações sugestivas, assumem o papel de orientadores, adquirindo responsabilidades mais vastas pela facilidade com que articulam programas de rumo para os outros.

Cada qual expõe o que pensa pelo esforço que realiza: o cientista pela obra a que se consagra, o professor pelo que ensina, o escritor pelo que escreve, o comentarista pelo que fala, o artista pelo trabalho em que se revela.

Analisemos, assim, aquilo que nomeamos como sendo nosso "estado de espírito". Tensão, dúvida, angústia, irritação, otimismo, coragem, confiança ou alegria são frutos de nossa preferência no mercado gratuito das idéias, de vez que o fio invisível de nossas ligações com o bem ou com o mal parte
essencialmente de nós.

Convençamo-mos de que a nossa mente possui muita coisa comum com o aparelho radiofônico. Emissões construtivas ou deprimentes, significando a carga sutil de sugestões boas ou más que aceitamos de companheiros encarnados ou desencarnados, alcançam-nos incessantemente e podem
alterar-nos o modo de ser, mas não podemos olvidar que a NOSSA VONTADE É O SINTONIZADOR.

Emmanuel - Chico Xavier - Livro: Encontro Marcado

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Incompreenção

Emmanuel

Referindo-nos, comumente, à incompreensão, qual se fosse uma praga inextirpável de nossa plantação afetiva.

E deixamos que ela cresça, isolando-nos daqueles com quem fomos chamados a conviver.

Quantas vezes percorremos largos trechos da existência ao modo de viajores abandonados, alegando-a como sendo o motivo da solidão que nos suplicia! No entanto, revisarmos o íntimo da alma, aí surpreenderemos a lógica e a justiça, induzindo-nos ao reexame de todos os problemas desta natureza, ainda mesmo os mais intricados; sobretudo, se já aceitamos Jesus por Mestre, perceberemos, de imediato, o apelo da vida a que assumamos nosso lugar, no quadro das obrigações que a fraternidade nos traça ao caminho, compreendendo, por fim que se os outros não nos compreendem, permitindo que a incompreensão nos alcance, nos podemos compreende-los, iniciando a jornada de esforço para o reencontro da harmonia entre nós.

Para isso, é necessário que o nosso espírito se deixe comandar pelo amor, cabendo-nos aproveitar todas as circunstâncias para levar aos companheiros, vitimados pela tentação do desacordo, as nossas melhores demonstrações de simpatia e cooperação, embora sem violentar condições e situações.

Esqueçamos quaisquer justificativas para ressentimentos e promovamos todos os reajustes possíveis, entre nós e os outros, a fim de que a estrada se enriqueça de mais amplo serviço e de mais sólido entendimento.

Se Jesus tomasse em conta as incompreensões da Humanidade, as nações do Planeta não estariam, ainda hoje, muito longe dos princípios de violência que regem a selva.

E toda vez que a incompreensão nos ameace o trabalho, recordemos que se ele, o Mestre e Senhor nos exortou a amar os próprios inimigos, decerto espera que venhamos a amar, valorizar, abençoar e entender os nossos amigos cada vez mais.

Livro Encontro Marcado - Francisco Cândido Xavier

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Idiotia

Emmanuel

         Surge, aqui e ali, quem pergunte por eles, os tiramos que ensoparam o mundo de lágrimas, conhecidos por lamentáveis fazedores de guerra.

         Apropriavam-se da autoridade e comandavam o extermínio das cidades que se lhes rendiam sem restrições;  passavam, quais ciclones pestilentos, incendiando sítios prósperos, aniquilando homens dignos, abatendo enfermos, desrespeitando mulheres, empalando fugitivos ou decepando os braços de crianças inermes;  apareciam por empreiteiros da demolição e do sarcasmo, organizando o cativeiro de povos livres ou formando, em nome da prepotência, as inquisições políticas, nas quais o abuso do poder consagrava a felonia e a traição por bases de governança, a fim de que os quadrilheiros das trevas operassem, impunes; salientavam-se por mandantes dos choques de violência em que os fracos eram irremediavelmente impelidos  à queda ou espoliados sem remissão...Entretanto, nas seges purpuradas  e nos palácios faustosos em que transitavam sorridentes, na direção do sepulcro, repontavam, sem que eles mesmos percebessem, as maldições dos sacrificados, o choro das viúvas e dos órfãos, os gritos de horror dos perseguidos quando traspassados pelos últimos golpes, as chamas das fogueiras destruidoras, o sofrimento dos mutilados, as pragas dos feridos agonizantes largados à ventania da noite, o sangue dos campos recobertos de cadáveres insepultos, o frio das necrópoles encharcadas de pranto, o infortúnio dos lares vazios, o protesto das escolas arrasadas, a dor silenciosa dos templos derruídos, os adeuses e os soluços dos mortos.

         E ao deixarem o corpo físico, muitas vezes com as honras tributadas aos grandes chefes, no próprio catafalco resplendente de lumes, de permeio com os cânticos e as orações, nos quais se lhe homenageavam os restos, passaram a escutar, terrificados e indefesos, o vozerio de condenação e a algazarra do desespero com que eram recebidos em novo nível de consciência.

         Atormentados, então, por muitas das vítimas que não lhes desculpavam a crueldade, humilhados e desditosos, suplicaram da Providência Divina a própria internação provisória em celas de esquecimento e renasceram na esfera do raciocínio deformado e entenebrecido.

*

         Quando passes diante de um irmão torturado por lesões cerebrais irreversíveis, não lhe voltes o rosto, nem recorras à eutanásia inconsciente.  Quase sempre, o companheiro situado na provação temporária da idiotia é um gênio fulgurante, reencarnado na sombra, a estender-te o pensamento aflito e mudo, necessitado de compaixão.

Tema – Lesões cerebrais irreversíveis

Livro Encontro Marcado - Francisco Cândido Xavier

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Não te impacientes

Emmanuel

A Paternidade Divina é amor e justiça para todas as criaturas.

Quando os problemas do mundo te afogueiem a alma, não abras o coração à impaciência, que ela é capaz de arruinar-te a confiança.

Quantos perderam as melhores oportunidades da reencarnação, unicamente por se haverem abraçado com o desespero!

A impaciência é comparável à força negativa, que, muitas vezes, inclina o enfermo para a morte, justamente no dia em que o organismo entra em recuperação para a cura.

Se queres o fruto, não despetales a flor.

Nas situações embaraçosas, medita caridosamente nos empeços que lhe deram origem!   Se um irmão faltou ao dever, reflete nas dificuldades que te interpuseram entre ele e os compromissos assumidos. 

Se alguém te nega um favor, não te acolhas a desânimo ou frustração, de vez que, enquanto não chegarmos ao plano da Luz Divina, nem sempre nos será possível conhecer, de antemão, tudo de bom ou de mau que poderá sobrevir naquilo que nós pedimos. 

Não te irritas, diante de quaisquer obstáculos, porquanto reclamações ou censuras servirão apenas para torna-los maiores. 

Quase sempre a longa expectativa, em torno de certas concessões que disputamos, não é senão o amadurecimento do assunto para que não falhem minudências importantes.

Não queremos dizer que será mais justo te acomodares à inércia.  Desejamos asseverar que impaciência é precipitação e precipitação redunda em violência.

Para muitos, a serenidade é a preguiça vestida de belas palavras. 

Os que vivem, porém, acordados para as responsabilidades que são próprias, sabem que paciência é esperança operosa:  recebem obstáculos por ocasiões de trabalho e provações por ensinamentos.

Aguarda o melhor da vida, oferecendo à vida o melhor que puderes.

O lavrador fiel ao serviço espera a colheita, zelando a plantação.

A casa nasce dos alicerces, mas, para completar-se, pede atividades e esforços de acabamento.

Não te irrites.

Quem trabalha pode contar com o tempo. 

Se a crise sobrevém na obra a que te consagras, pede a Deus não apenas te abençoe a realização em andamento, mas também a força precisa para que saibas compreender e servir, suportar e esperar.

Livro:   Encontro marcado - Emmanuel – Chico Xavier

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Em todos nós

Emmanuel

Não podes negar que tiveste o espírito ferido, nos dias que se foram, em situações desagradáveis, das quais te ficou na memória a figura de alguém por presença difícil. Daí não se infere que devas carregar no coração o retrato desse alguém conservado em vinagre.

Importa reconhecer que renovação e entendimento são cultiváveis no solo da alma, como acontece a qualquer vegetal nobre que não prescinde da cuidadosa atenção do agricultor.

Estabelecido esse princípio, podemos iniciar o trabalho da rearmonização, imaginando que depois das situações desagradáveis, a que nos reportamos, é provável tenhamos ficado na lembrança da criatura categorizada por nós, na condição de presença difícil ainda. Desse reconhecimento, será justo partir para a supressão definitiva do mal, afinando as cordas do sentimento pelo diapasão da tolerância, a fim de que não venhamos a falhar na execução da parte que nos compete, na orquestra da fraternidade humana, de que Jesus é para nós o Dirigente Perfeito.

Nesse sentido, vale refletir na presença dela, o Senhor, em nosso campo íntimo.

De ensinamento a ensinamento e de bênção a bênção, sem percebemos o mecanismo de semelhante metamorfose, o coração se nos transforma, se lhe aceitamos, em verdade, a liderança e a tutela. Sombras de mágoas, preconceitos, ressentimentos, pontos de vista e opiniões descabidas vão cedendo lugar, na floresta de nossos pensamentos obscuros, a clareiras de luz que acabam por mostrar-nos a infantilidade e a inconveniência das nossas atitudes menos felizes, à frente do próximo.

Convençamo-nos de que o Cristo de Deus, que opera benditas renovações no templo de nossa vida interior, realiza esse mesmo trabalho no âmago dos outros. Diante, assim, de nossos adversários, sejam eles quais forem, indiscutivelmente não será razoável adotar irresponsabilidade ou bajulação para com desequilíbrio ou leviandade, sob o pretexto de se estabelecer a concórdia, mas conservemos respeito e simpatia, orando por eles e abençoando-lhes a existência, na certeza de que o Senhor está agindo no coração deles e operando em silêncio, nas entranhas de nossa alma, renovando-nos e aprimorando-nos, de modo a que hoje, aqui, amanhã, mais tarde ou mais além, venhamos a reunir-nos todos, na posição de filhos de Deus, sem tisna de separatividade ou melindre, para trabalharmos, integrados finalmente uns com os outros, na construção do Reino do Amor.

Livro Encontro Marcado - Francisco Cândido Xavier

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Aflição Vazia

Emmanuel

Ante as dificuldades do cotidiano, exerçamos a paciência, não apenas em auxílio aos outros, mas igualmente a favor de nós mesmos.

Desejamos referir-nos, sobretudo, ao sofrimento inútil da tensão mental que nos inclina à enfermidade e nos aniquila valiosas oportunidades de serviço.

No passado e no presente, instrutores do espírito e médicos do corpo combatem a ansiedade como sendo um dos piores corrosivos da alma. De nossa parte, é justo colaboremos com eles, a benefício próprio, imunizando-nos contra essa nuvem da imaginação que nos atormenta sem proveito, ameaçando-nos a organização emotiva.

Aceitemos a hora difícil com a paz do aluno honesto, que deu o melhor de si, no estudo da lição, de modo a comparecer diante da prova, evidenciando consciência tranqüila.

Se o nosso caminho tem as marcas do dever cumprido, a inquietação nos visita a casa íntima na condição do malfeitor decidido a subvertê-la ou dilapidá-la; e assim como é forçoso defender a atmosfera do lar contra a invasão de agentes destrutivos, é indispensável policiar o âmbito de nossos pensamentos, assegurando-lhes a serenidade necessária...

Tensão à face de possíveis acontecimentos lamentáveis é facilitar-lhes a eclosão, de vez que a idéia voltada para o mal é contribuição para que o mal aconteça; e tensão à frente de sucessos menos felizes é dificultar a ação regenerativa do bem, necessário ao reajuste das energias que desastres ou erros hajam desperdiçado.

Analisemos desapaixonadamente os prejuízos que as nossas preocupações injustificáveis causam aos outros e a nós mesmos, e evitemos semelhante desgaste empregando em trabalho nobilitante os minutos ou as horas que, muita vez, inadvertidamente, reservamos à aflição vazia.

Lembremo-nos de que as Leis Divinas, através dos processos de ação visível e invisível da natureza, a todos nos tratam em bases de equilíbrio, entregando-nos a elas, entre as necessidade do aperfeiçoamento e os desafios do progresso, com a lógica de quem sabe que tensão não substitui esforço construtivo, ante os problemas naturais do caminho. E façamos isso, não apenas por amor aos que nos cercam, mas também a fim de proteger-nos contra a hora da ansiedade que nasce e cresce de nossa invigilância para asfixiar-nos a alma ou arrasar-nos o tempo sem qualquer razão de ser.

Livro Encontro Marcado - Francisco Cândido Xavier

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Diante da Rebeldia

Quanto o espírito de rebeldia se te aproxime do coração, segredando frases como estas: “não adianta fazer o bem” ou “não mereces sofrer”, aguça os ouvidos da própria alma para que possas recolher as grandes vozes inarticuladas da vida.

No alto, constelações que te habituaste a admirar, dizem-te ao pensamento: “antes que o teu raciocínio nos visse a luz, já obedecíamos ao Supremo Senhor para servir”, enquanto que a Terra te afirmará: “não és mais que um hóspede dos milhões que carrego há milênios”. Em torno de ti, a árvore falará: “esforço-me de janeiro a dezembro a fim de dar os meus frutos por alguns dias, em nome do Criador; entretanto, além disso, preciso tolerar o rigor ou a diferença das estações, aprendendo a memorizar”, e o animal te confessará: “vivo debaixo do teu arbítrio e fazes de mim o que desejas, por séculos e séculos, porque devo sofrer-te as ordens, sejam quais sejam, para que eu possa, um dia, sentir como sentes e pensar como pensas”.

Medita na tolerância maternal da Natureza que transforma o carvão em diamante, através de décadas e décadas de silêncio e traça caminhos na pedra usando a persistência da gota d’água. Contempla a peça de aço polido e reflete em que ela jamais seria o que é sem os golpes de fogo, que lhe ajustaram os elementos e, quando sacies a própria fome, dedica um instante de reconhecimento ao pão de que te serves, recordando que nunca lhe terias a bênção se a humildade não lhe caracterizasse a tarefa.

Não interpretes a disciplina por tirania e nem acuses a obediência de escravidão.

Trabalha e serve com alegria.

Oferece à paz de todos o concurso que a harmonia te pede.

Rebeldia é orgulho imponto cegueira ao coração.

Não há progresso sem esforço, vitória sem luta, aperfeiçoamento sem sacrifício, como não existe tranqüilidade sem paciência.

Reflete na Infinita Bondade que preside o Universo, a cercar-nos de amor, em todas as direções, e reconheceremos que se transformações dolorosas, no campo da existência muita vez nos transfiguram em crisálidas agoniadas de aflição, ao impacto das provações necessárias, a dor é o instrumento invisível de que Deus se utiliza para converter-nos, a pouco e pouco, em falenas de luz.

Livro Encontro Marcado - Francisco Cândido Xavier pelo espírito Emmanuel

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Em Paz de Consciência

Alguns instantes de reconsideração e perceberemos que, em muitas ocasiões, nós mesmos sobrecarregamos a mente de inquietações, com as quais, em verdade, nada temos que ver.

Nesse aspecto de nossas dificuldades espirituais, assemelhamo-nos a criaturas invigilantes que arrematassem os débitos desnecessários dos outros, permitindo-nos cair sob a hipnose de forças destrutivas a que se afazem alguns dos nossos parceiros de experiência.

Justo compartir as provações se lhe vinculem ao aprimoramento, mas, porque arrecadar os disparates estabelecidos voluntariamente por aqueles que patrocinam o nascedouro? 

Comumente, estragamos grande parte do dia entregando-nos a aflições inúteis, com as quais em nada melhoramos a condição daqueles que lhes deram origem; muito ao contrário, em lhes hipotecando apreço, ei-las que se ampliam, transformando-se, vezes e vezes, em instrumentos de obsessão ou desarmonia, enfermidades ou delinqüência.

        Imunizemo-nos contra a absorção de venenos mentais, em cuja formação não tivemos o menor interesse.

         Se um companheiro infringiu as disposições da lei, convencidos quanto estamos de que todo reajuste surgirá pelo sofrimento, para que agravar a situação com apontamentos cruéis?

            Alguém ter-nos-á caluniado ou insultado, fermentando difamação ou veiculando boatos, sem lograr abrir a mínima brecha na fortaleza tranqüila de nosso mundo interior... Porque perder tempo ou conturbar o coração, se o problema pertence ao maldizente ou ao caluniador, que responderão, sem dúvida, pelos males que causem?

            Tenhamos as nossas oportunidades de serviço, alegrias da vida íntima, afeições verdadeiras e tarefas construtivas em mais alto conceito, recebendo-as por bênção de Deus, que nos cabe valorizar e enriquecer com reconhecimento, trabalho, amor e lealdade aos próprios deveres.

            Se erramos, retifiquemos nós mesmos,  reparando, com sinceridade, as consequências de nossas faltas; no entanto, se a obrigação cumprida nos garante a consciência tranquila, quando a provação das trevas nos desafie tenhamos a coragem de não conferir ao mal atenção alguma, abstendo-nos de passar recibo em qualquer conta perturbadora que a injúria ou a maledicência nos queiram apresentar.

Livro:   Encontro marcado – Chico Xavier

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Sobre a duração de um arco-íris

Se um arco-íris dura mais do que quinze minutos, não o olhamos mais.

A constatação é do filósofo alemão Goethe e representa muito do que vai na alma humana, nestes dias.

Nós, da geração do imediato, do prático, do instantâneo, acabamos tendo dificuldade em nos demorarmos em qualquer experiência que seja, mesmo que prazerosa.

Por que será que muitos de nós acostumamos com a beleza e, então, deixamos de contemplá-la?

Por que será que muitos nos habituamos com as coisas boas que temos na vida e deixamos de valorizá-las?

Alguns não observamos mais as estrelas como se, depois de algum tempo, perdessem sua grandiosidade, seu mistério e deixassem de ser interessantes.

Alguns esquecemos de olhar o pôr-do-sol. Afinal, ele acontece todo dia e talvez não nos surpreenda mais...

Outros deixamos de admirar a esposa, o marido, os filhos, como se esses arco-íris, que temos ao nosso lado, perdessem suas cores ao longo da convivência.

Alguns ainda deixam de se deslumbrar com a própria existência, após alguns anos de luta, esquecendo que cada dia é um novo milagre, uma nova chance, um novo arco-celeste multicolor.

De tão focados no trabalho e nas questões práticas da vida cotidiana, que aprendemos a ser, acabamos nos tornando grandes distraídos.

Sim, distraídos no sentido de esquecidos, pouco atenciosos no que diz respeito às questões mais importantes da existência.

Por isso, em alguns momentos na vida precisamos parar tudo. Parar até de pensar tantas coisas ao mesmo tempo.

As técnicas de meditação nos ensinam este valioso hábito: limpar a mente. Pensar numa coisa de cada vez. Pensar em algo por muito tempo, sem deixar que a mente fique pulando de galho em galho.

Precisamos aprender a observar cada arco-íris até o fim, saboreando esses instantes de maravilhosa beleza, sem deixar que passem, assim, correndo, ou tão rápido, como dizemos popularmente.

A pressa não é apenas inimiga da perfeição mas também da alegria, do deleite e das emoções verdadeiras.

* * *

Pare e observe.

Pare e observe algo simples mas fascinante, como a disposição dos galhos numa grande árvore. Imagine quantos seres têm sua moradia ali, escondidos, mas vivos e atuantes no ecossistema.

Pare e observe uma porção de água qualquer: um pequeno lago, uma poça ou até mesmo a água dentro de um copo.

Perceba o comportamento dela quando se gera alguma vibração. Note a forma das ondas.

Coloque a ponta de um dos dedos e sinta a temperatura, a forma com que ela o envolve.

Pare e observe uma criança dormindo. Acompanhe a calma da respiração, a paz de sua expressão, a beleza dos traços...

Pare e observe a vida, os dias, as pessoas. Pare e observe o amor, onde quer que esteja.

Nossa alma se acalma, ganha forças e se aproxima do Criador, sem esforço, sem tensão.

Pare e observe...

Redação do Momento Espírita.

Em 02.01.2012.