Esta é a tônica do especial de hoje, que nos convida ao movimento consciente. Ação que dá seguimento à observação clara, aquela que nasce da nossa essência, que no silêncio interior encontra inspiração, respostas e o indispensável estímulo. Somos seres perfeitos e dispomos de tudo; absolutamente tudo o que precisamos está ao nosso alcance, pronto para o uso... só falta fazer.
Realizar nossa missão (todos temos uma), cumprir nossa única tarefa na teia da vida para que nossa encarnação tenha valido a pena, mesmo que a contribuição tenha sido aparentemente silenciosa, humilde e bem longe dos holofotes, da aprovação alheia, da cobertura da mídia.
Se ainda precisamos -todos nós-, discorrer sobre isto, é sinal que não estamos cumprindo com nossa tarefa; provavelmente estamos acomodados, cansados de tanto trabalhar, de tantas dificuldades nos assolando diariamente e exigindo um enorme dispêndio de energia, que acaba nos deixando apáticos, por vezes indiferentes e até totalmente adaptados com a situação. Sei bem como é fácil ao chegar em casa, cair na tentação de ligar a TV e desabar no sofá na esperança que a cada vez mais pobre programação das emissoras nos brinde com algo legal, positivo e que nos distraia a mente, nos permitindo relaxar e dar finalmente algumas boas risadas.
No entanto, se ainda nos encontramos assim, esperando que o dia termine o quanto antes, e que a noite -com seus raros sonhos-, nos permita uma fugaz escapada da realidade e da rotina, bem... algo precisa ser feito e o quanto antes.
Precisamos -quem sabe- resgatar a energia, a curiosidade e o deslumbramento daquela criança que fomos, feliz e incansável por suas descobertas, sua capacidade de achar um mundo novo em um simples objeto de pano, num animal doméstico, no céu noturno cheio de estrelas prateadas...
Quando foi que nos perdemos no caminho, nos afastando tanto assim da Fonte, da Origem, do Universo ao qual pertencemos de fato desde sempre?
Será que o mundo da ilusão (O real é o de quando éramos crianças), conseguiu nos formatar num padrão distorcido, embotar nossa consciência, embaçando quase por completo nossa visão? Abafamos nosso poder, bastando nos rendermos e aceitarmos por completo os valores materiais, o consumismo compulsivo e predominante, esquecendo de vez nossa linhagem divina...
Quanto tempo e energia desperdiçaremos ainda antes de retornar ao caminho correto? Como podemos nos contentar com as migalhas de um banquete trivial quando nos espera um êxtase permanente, magnífico e sagrado -impossível de descrever, só experimentando-, que nos pertence desde sempre, sendo parte de nossa natureza e, ainda melhor, que mora dentro de nós mesmos!?
Por que entregamos a outros, ardilosos e sombrios sugadores, nossa energia divina!? Como e quando abrimos mão da essência e deixamos os valores perenes de lado, esquecidos?! É indispensável assumir novamente a autonomia e a integridade de nossas opiniões, criando coragem para sairmos de um círculo vicioso de controle e condicionamento externo, que nos esmaga e massifica.
Precisamos cerrar fileiras, manter os olhos bem abertos para evitar que as trapaças urdidas pelos manipuladores de plantão nos tirem a saúde, a paz e o centramento.
É urgente voltarmos a vibrar autoconfiança, auto-estima e, acima de tudo, amor incondicional, aquele que cura, resgata, volta para nós multiplicado e que se encontra por toda parte, abundante e sempre disponível a todos como a luz, o ar, a água...
É imprescindível reconhecer e resgatar a sublime energia da Unidade, ter atração pelas diferenças, enxergar muito além do físico, do palpável; navegar sem medo no grande mar do inconsciente, nele encontrando alento e respostas pertinentes às necessidades da Alma. Não há como esquecermos ainda de que nossa passagem pelo planeta azul é fugaz, rápida e corresponde a uma simples respiração do Universo, tendo sempre em mente que a impermanência é a mais constante companheira de jornada, sugerindo-nos evitar o desperdício de tempo e energia com aspectos supérfluos e desnecessários da existência.
É preciso darmos toda nossa contribuição criativa, empregando os recursos de que dispomos em nossa área de atuação, em nossa casa, à nossa volta, quer seja tarefa simples ou complexa, remunerada ou gratuita. Quanto antes descobrirmos nossas potencialidades, melhor será para todos, mais belo e florido nosso pedaço de mundo se tornará. E esses preciosíssimos dons inatos farão toda a diferença, serão como um lindo buquê cheio de habilidades, capacidades e competências que em muito superam o aprendizado educacional atualmente disponível em seus vários níveis. Acredite nisso, acredite em Você.
Procuremos também libertar-nos de preconceitos e prejulgamentos adquiridos ao longo da caminhada que não estejam em sintonia com a verdade, herdados de familiares e educadores ainda limitados em sua evolução, mantendo-nos abertos e atentos para idéias novas, bem como para experiências interiores inesquecíveis e transformadoras. A perene busca pelo autodesenvolvimento normalmente passa longe da aceitação de doutrinas e crenças, seguidas pela grande maioria, que ainda se encontra adormecida, mas que pode estar a um passo do despertar, quando tocada da forma correta e no momento certo.
E sempre é bom lembrar o quanto vale a pena limpar nosso fardo, procurando nos libertar dos obstáculos internos, das feridas da infância, dos velhos erros, de tudo que não é amor. Muitos têm andado com perseverança no caminho e, de forma por vezes criteriosamente suave ou até instantânea, começaram a manifestar novos talentos, liberando como por magia toda a criatividade latente... e esta matéria prima também está abundante em cada alma humana...
Sim, quando agimos e reagimos a partir de nossa essência, de nosso centro, conseguimos milagres, chegando a tocar o núcleo de Luz dos outros com minúsculas, mas poderosas sementes luminosas, mesmo que estes seres ainda se encontrem longe de empreender sua própria busca. É a lei de afinidade em ação, que atrai pessoas similares e repele as indiferentes, as ainda destrutivas, superficiais, mas que também, em data certa, chegarão lá...
E isso é tudo. Não me surpreende mais tanta repetição de temas; provavelmente estejamos todos precisando ler, reler, meditar e passar a vivenciar sempre, a cada momento, a cada passo dado, as leis do amor. A ter alegria, felicidade e orgulho em assumir e deixar transbordar em nossa vida o verdadeiro Amor.
Incorporar o sentimento que supera de longe qualquer outro, que dispensa livros e ensinamentos dogmáticos, o que todos -do mais humilde ao mais dotado- podem compreender por completo: "Ame ao seu próximo como a si mesmo".
(Sergio Scabia, do STUM)