Para Sentir

“Só devemos dizer aquilo que o coração pode testificar mediante atos sinceros, porque, de outra forma, as afirmações são simples ruído sonoro de uma caixa vazia.”

Texto extraído do livro BOA NOVA, Lição 10 – O Perdão - Psicografia de Francisco Cândido Xavier, por Humberto de Campos

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

CULTURA E CARIDADE

Regozija-te na companhia dos amigos, em cuja intimidade surpreendes o alimento espiritual que te assegura euforia e bom animo; entretanto, em toda oportunidade que se te descortine, cultiva o intercâmbio com os habitantes das calçadas publicas ou de taperas abandonadas, em que se esconde a penúria cansada de sofrimento, e onde, com ligeira migalha de socorro material ou com simples frase amiga, podes exercer o ofício dos anjos.

Anima os festivais das crianças felizes, em que bebês alegres e formosos conquistam prêmios de robustez; todavia, sempre que as circunstâncias te favoreçam, visita os recintos da provação, onde meninos desfigurados e tristes te aguardam a faia de pão ou a maçã que te sobrou à mesa, como retratos da verdadeira felicidade.

Aprimora-te na apresentação pessoal, pois ao próprio lírio no charco Deus concedeu direito a beleza digna para a glória da Natureza; mas, quanto possas, comparece nos círculos de angústia em que mães sofredoras se agoniam entre a necessidade e do desespero, oferecendo-lhes alguma bênção de amparo, de maneira a enfeitar-lhes a face com o sorriso da esperança.

Busca os divertimentos sadios que te refaçam as energias da mente e do corpo, sem prejuízo de teus deveres; no entanto, quanto possível, procura os hospitais, no intuito de confortar os irmãos doentes, de todas as condições, que aí suportam aflição e doença, a fim de que aprendas a agradece a Deus as vantagens orgânicas que desfrutas.

Esmera-te no estudo e no burilamento da personalidade, tanto quanto puderes; porém, tanto quanto puderes, igualmente, sai de ti mesmo, ao encontro do próximo em dificuldades maiores que as nossas, atendendo ao amor que Jesus nos ensinou...Então, converterás o teu próprio sentimento em estrela no céu da inteligência, porque, em verdade, Deus nos concede na cultura o coração da escola, assim como nos oferece na caridade a escola do coração.

Livro: Caridade – Psicografia: Francisco C. Xavier pelo espírito Emmanuel – Espíritos Diversos

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Cuidemos dos nossos pensamentos

És tu quem eleges a região psíquica para viver e pela qual te conduzirás na busca da realização interior.
Muitas vezes enfrentarás campos psíquicos minados por cargas viciadas e perigosas, imantadas por seres espirituais perversos e doentios que se utilizam de outras pessoas para te alcançar e prejudicar.

Somente poderás conduzir-te nessas batalhas com os recursos morais que provêm das tuas energias psíquicas. Como não temem
outros recursos, será através das tuas vigorosas emissões vibratórias que a eles escaparás.
Assim, robustece-te no autoconhecimento, aprofundando a tua capacidade de bem pensar para melhor agir, adquirindo controle e direção segura para a tua existência terrena. O teu pensamento é fonte de vida que não podes descurar. As tuas forças mentais devem ser cuidadas, ampliadas, aplicadas na elaboração de novas condutas para ti e para o mundo sob a inspiração de Jesus-Cristo, cuja existência na Terra foi sempre vivida em perfeita sintonia com Deus, de Quem hauria forças para o desempenho do ministério a que se entregou, e para manter o poder sobre as Entidades do mal, carregadas de energia destrutiva, que Ele muitas vezes enfrentou.

(Divaldo P. Franco por Joanna de Ângelis em Dias Gloriosos)

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

GUARDEMOS A BENÇÃO

Se a tua aflição não apóia aos que te observam;

Se o pranto da queda te não auxilia a perdoar e a compreender;

Se a experiência não te ensina;

Se a chaga não te lega benefícios;

Se a tua preocupação não serve ao bem dos demais;

Se a tua responsabilidade não é sentida, vivida e sofrida;

Se a tua esperança não produz alegria para os outros;

Se a prova não é para tua alma a instrutora ideal;

Se a amargura te não faz mais doce;

E se o sofrimento não te dá mais compreensão;

Em verdade, regressarás, apressadamente, logo depois da morte, ás lutas educativas da Terra, porque a dor - a divina escultora da vida – terá sido em ti mesmo a candeia apagada em cinza espessa e vã.

Livro: Caridade – Psicografia: Francisco C. Xavier pelo espírito André Luiz– Espíritos Diversos

O DIA COMEÇA AO AMANHECER

Compadece-te da criança que segue a teu lado.

O dia começa ao amanhecer.

Pai, mãe, irmão ou amigo, ampara-lhe a vida, com o teu próprio coração, se pretendes alcançar a Terra Melhor.

Lembra-te das vozes amigas que te induziram ao bem, das mãos que te guiaram para o trabalho e para o conhecimento.

Por que não amparar, ainda hoje, aqueles que serão, amanhã, os orientadores do mundo?

Em pleno santuário da natureza, quantas árvores generosas são asfixiadas no berço? Quanta colheita prematuramente morta pelos vermes da crueldade?

A vida é também um campo divino, onde a infância é a germinação da Humanidade.

Já meditaste nas esperanças aniquiladas ao alvorecer? Já refletiste nas flores estranguladas pelas pedras do sofrimento, ante o sublime esplendor da aurora?

Provavelmente dirás: "Como impedirei o sofrimento de milhares?"

Ninguém te pede, porém, para que te convertes num salvador apressado, carregado de ouro e poder.

Basta que abras o coração com a chave da bondade, favo dos meninos de agora, para que os homens do futuro te bendigam.

Quando a escola estiver brilhando em todas as regiões e quando cada lar de uma cidade puder acolher uma criança perdida – ninho abençoado a descerrar-se, aconchegante, para a ave estrangeira – teremos realmente alcançado, com Jesus, o trabalho fundamental da construção do Reino de Deus.

Livro: Caridade – Psicografia: Francisco C. Xavier pelo espírito Meimei– Espíritos Diversos

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

UM QUARTO DE HORA

Quando tiveres um quarto de hora à disposição, reflete nos benefícios que podes espalhar.

Recorda o diálogo afetivo com que refaças o bom-ânimo de algum familiar, dentro da própria casa; das palavras de paz e amor que o amigo enfermo espera de tua presença; de auxiliar em alguma tarefa que te aguarde o esforço para a limpeza ou o reconforto do próprio lar; da conversação edificante com uma criança desprotegida que te conduzirá para a frente as sugestões de boa vontade; de estender algum adubo à essa ou aquela planta que se te faz útil; e do encontro amistoso, em que a tua opinião generosa consiga favorecer a solução do problema de alguém.

Quinze minutos sem compromisso são quinze opções na construção do bem.

Não nos esqueçamos de que a floresta se levantou de sementes quase invisíveis, de que o rio se forma das fontes pequeninas e de que a luz do Céu, em nós mesmos, começa de pequeninos raios de amor a se nos irradiarem do coração.

Livro: Caridade – Psicografia: Francisco C. Xavier pelo espírito Meimei– Espíritos Diversos

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Palestra

essa palestra é digna de ser vista até o final, e a reflexão fica por conta de cada um.

http://www.mensajefraternal.org.br/videos_palsbbm/sbbm_230209A.wmv

EM TORNO DA CARIDADE

Não olvides que a caridade, é o coração no teu gesto.

Espalharás o ouro a mancheias, entretanto, se não sabes emoldurar de carinho a tua manifestação de bondade, as moedas de tua bolsa serão, muitas vezes, escárnio e humilhação, sobre a dor dos infortunados.

Ensinarás a verdade, com segurança, contudo, se a tua palavra não estiver temperada com a brandura da paciência, quase sempre, o teu verbo, apesar de nobre e culto, não passará de azorrague no semblante ferido de teus irmãos.

Recorda que a Providência Infinita nos estende o socorro do Céu de mil modos, em cada instante do dia, e descerrando tua alma à Grande Compreensão, não admitas que a sombra te avilte o culto da gentileza.

Muitos dão, mas raros sabem dar.

O pão, misturado de reprimendas, amarga mais que o fel e a lição, que se ajusta a críticas e reproches, pode ser comparada à tela preciosa que a ironia apedreja.

A beneficência não se levanta por bandeira de superfície.

Vale mais a tua frase, vasada em solidariedade e entendimento, para o companheiro que jaz sob o gelo de desanimo, que todos os tesouros amoedados da Terra.

Vale mais teu braço amigo ao irmão caído no precipício do sofrimento, que a mais ampla biblioteca do mundo em cintilações verbalistas na tua boca.

Lembra-te de que só o amor pode curar as chagas da penúria e da ignorância e aprende a doá-lo aos que te rodeiam, nas maneiras em que te exprimes, porque a caridade não é uma voz que fala, mas um poder que irradia.

Abraça a fé que te enobrece a existência e segue o valioso roteiro que as sua revelações te traçam à luta, mas não te esqueças de içar o coração, na marcha cotidiana, para que a tua vida seja, realmente, um poema de luz e fraternidade, consoante a lição do poema de luz e fraternidade, consoante a lição do Mestre Divino que, ainda mesmo na cruz, foi o amor generoso e triunfante, atravessando o vale escuro da morte, para convertê-la em eterna ressurreição.

Livro: Caridade – Psicografia: Francisco C. Xavier pelo espírito Emmanuel– Espíritos Diversos

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

ANTE O PRÓXIMO

Quando as circunstancias nos ofereçam incompreensões ou acusações, em torno do próximo, busquemos examinar acontecimentos e pessoas com os olhos do Cristo. Imaginemo-nos de posse do senso divino, sem perder a noção de nossa reconhecida pequenez e a incomensurável grandeza daquele a quem nomeamos por nosso Mestre e Senhor.

Como teria visto Jesus a estreita espiritualidade do seu tempo, senão por gleba inculta que lhe cabia arrotear e semear? Como teria apreciado as criticas que lhe acompanharam a obra a não ser por tumulto necessário de opiniões, a fim de que a verdade prevalecesse? Fossem quais fossem as crises, jamais pedia o mais alto padrão de serenidade, aproveitando o tempo para construir e situando no futuro a concretização dos seus luminosos objetivos.

Muitos viam em Zaqueu o avarento incorrigível; ele, no entanto, nele identificou o homem rico de nobre coração, capaz de transfigurar a riqueza em trabalho e beneficência. Em Bartolomeu, a multidão enxergava o infortúnio de um cego; ele anotou os obstáculos de um doente, suscetível de ser curado para glorificar a Bondade de Deus. Em Maria de Magdala, cuja personalidade apresentava a mulher obsidiada pó sete Espíritos infelizes, reconheceu a criatura decidida a renovar-se e que lhe seria, mais tarde, a mensageira da própria ressurreição. Em Pedro, que o povo definia pó discípulo frágil, a ponto de negá-lo três vezes, descobriu o amigo sincero que, convenientemente amadurecido na fé, lhe presidiria o apostolado em formação.

Múltiplos os óbices que se agigantam no caminho da fé, mas não permitas que eles te venham conduzir ao desanimo ou à negação. Procura enumerá-los por fora, com as pupilas de Jesus, e encontrarás sublime compreensão e balsamizar-te por dentro. Feito isso, registraremos dificuldades e aflições, desgostos e contratempos, não ao modo de barreiras intransponíveis na senda de elevação espiritual e sim reconhecê-los-emos por necessidades justas e inevitáveis do campo de serviço em que fomos chamados a produzir, no bem da Humanidade e de nós mesmos, aí trabalhando e abençoando como Jesus abençoou e trabalhou.

Livro: Caridade – Psicografia: Francisco C. Xavier pelo espírito Emmanuel – Espíritos Diversos

terça-feira, 21 de agosto de 2012

FILHA REBELDE

nota: Este conto, do livro Pontos e Contos de Chico Xavier e ditado pelo espírito “Irmão X” (Humberto de Campos), serviu de inspiração para o curta metragem “O Filho Rebelde”, que está em produção e tem previsão para lançamento no final de 2012; Para detalhes e making of, acesse o link :)

         - Minha filha – dizia Dona Matilde à Emilinha -, é preciso atender ao problema espiritual, orientar o sentimento à luz do Cristo. A existência terrestre oferece surpresas inúmeras e almas desprevenidas costumam cair, desastradamente. Não podemos prescindir da vigilância.

            A jovem, depois de gargalhar ironicamente, replicava:

            - Ora, mamãe, não necessito de sermões encomendados. Esteja tranqüila. Seus conselhos são muito antiquados e talvez desconheça a senhora as reviravoltas do mundo. Suas observações são descabidas e, além disto, sou dona de minha vontade, faço o que entendo.

            - Sim, Emilinha – tornava a mãe paciente -, sei que você é senhora de si, mas o cuidado materno obriga-me a esclarecê-la, ainda que você, presentemente, não me possa aceitar as opiniões. Quem é mãe sofre muito por desvelar-se junto dos filhos...

            - Por que teima em sofrer? – exclamava a interlocutora, cortando-lhe a palavra – estamos na época de aniquilamento do passadismo.

            Como a nobre genitora enxugasse os olhos em pranto, observava, rebelde:

            - Não precisará desfiar o rosário de lágrimas. Para quê?

            Era assim a situação entre Dona Matilde e a moça altaneira. A generosa senhora, dedicada servidora do Cristo, já não sabia como proceder. Viúva, com três filhas solteiras, desvelava-se, carinhosa, para que lhes não faltasse o necessário. Sacrificava-se continuadamente pelo bem-estar delas. Privava-se de satisfações próprias, sujeitava-se ao trabalho mal remunerado, desequilibrava a saúde pelo excesso de atividade nas obrigações diárias, substituindo a falta do esposo e atendendo ao próprio dever. Se Eulália e Cassilda, as duas filhas mais novas, de alguma sorte lhe compreendiam os sacrifícios, Emilinha, a mais velha, tratava-a rudemente, sem a menor consideração. Criticava-lhe os mínimos gestos. Dona Matilde raramente se dava ao prazer de palestrar com as visitas. Eram tão ásperas as intromissões da filha, tão grosseiros os modos, ante a presença de estranhos, que a nobre senhora se mantinha em silêncio, humilhada. Se comentava o dever, referia-se Emilinha a conceitos modernos da vida; se aventurava uma opinião inocente em qualquer assunto, tratava a filha de se mostrar superior.

            Quando voltava Dona Matilde das reuniões evangélicas, reportando-se às consolações e ensinamentos recolhidos, convertia-se a jovem num elemento escarnecedor.

            - Ora, mamãe – dizia, sarcástica -, com que então a senhora se consagrou à teologia? Já não fala senão em assuntos de religião...

            - Ah! Minha filha – replicava a genitora, cuidadosa na fé -, não sorrias da verdade para que ela, mais tarde, não venha a sorrir de ti. Lembra-te de nossos imperiosos deveres para com Jesus!

            Após o riso mordaz, a filha revidava:

            - A senhora adquiriu maneiras de sacerdote. Não concordo com as suas teorias de sobrevivência e reencarnação.

            E lembrando, enfática, as revistas cientificas que costumava compulsar, por vaidade, concluía presunçosamente:

            - Não passamos de experiência biológica da Natureza no campo da racionalidade humana. O resto é ilusão, que devemos relegar ao fanatismo religioso.

            A viúva, a principio, discutia e argumentava, esclarecendo-a com a verdade espiritual, mas observando o endurecimento da filha, retraiu-se, pouco a pouco, dando-lhe o exemplo da própria ação e abstendo-se de muitas palavras.

            E Emilinha fez no mundo o que lhe pareceu melhor, nos domínios do capricho e da irreflexão criminosa, contraindo pesados débitos e agravando responsabilidades, surda às advertências maternas.

            O tempo, a dor e a morte, todavia, são os cobradores da realidade. Ao influxo desse trio implacável, tanto Dona Matilde quanto as filhas foram reconduzidas à vida nova, além do túmulo.

            Emilinha, porém, agora afastada do grupo familiar, experimentava rudes provações em círculo de sombras. Era freqüentemente visitada pela mãezinha generosa, mas lhe identificava a presença, nem lhe ouvia a voz encorajadora, por trazer a mente absorvida por negras visões e vozes angustiadas.

            Anos correram, quando Dona Matilde deliberou voltar à esfera carnal, em continuação do seu plano de serviço redentor. A filha penitente ficaria, doravante, sem o seu amparo direto. Meditando a situação, a devotada genitora implorou recursos novos. Não desejava mostrar-se insensível e, além do mais, Emilinha, sempre desajuizada, era a filha que mais necessitava dos desvelos maternais. E, ali, na paisagem tenebrosa, ante os padecimentos da ingrata, a nobre criatura intercedeu, fervorosa, empenhando o coração.

            A resposta divina não se fez esperar. Emilinha, deslumbrada, reviu a mãezinha pela primeira vez. Indescritível o contentamento de ambas. Beijaram-se com júbilo das profundas ansiedades, longamente reprimidas.

            Após confortar-lhe a alma ulcerada, Dona Matilde deu-lhe a conhecer o projeto em organização.  Regressaria à Terra, recomeçaria as tarefas inacabadas do processo de redenção que lhe dizia respeito. Emilinha ouviu, inquieta, e considerou:

- Mamãe, a senhora me aceitaria, de novo, ao seu lado?

- Como não, minha filha? – replicou a entidade amorosa – se permitir o Senhor, reconstituiremos o nosso velho lar, voltando à paisagem de ouro tempo.

- Prometo compreendê-la – acrescentou a filha em pranto.

- Rogaremos essa bênção – falou a genitora, beijando-a, carinhosa.

Nesse instante, fez-se visível o generoso diretor espiritual daquela região de sofrimento retificador. Cumprimentou Dona Matilde atenciosamente, enquanto Emilinha se lhe rojava aos pés, rogando, comovida:

- Emissário de Jesus, que me conheceis os padecimentos, ajudai-me para que eu possa voltar à Terra, em companhia de minha mãe. Regressará ele aos círculos da carne e, se concordardes, poderei segui-la, prontificando-me a permanecer em serviço, até que ela me possa receber, novamente, nos braços maternais... Pelo amor de Deus, permiti a minha volta!

A sábia entidade contemplou-a, fraternalmente, e falou:

- No momento, minha irmão, não lhe será possível retirar-se daqui. Ainda precisará desgastar, por alguns anos, os envoltórios inferiores que criou em torno de si mesma. Seus atuais veículos de manifestação não lhe permitem, por enquanto, a vida em zona menos pesada que esta. No entanto, mais tarde, poderá voltar, viver ao lado de Matilde, receber-lhe o verbo carinhoso e ouvir-lhe os conselhos cristãos.

Emilinha, que não cabia em si de contente, elevou as mãos ao céu e exclamou:

- Graças a Deus!

O diretor espiritual, contudo, retomou a palavra e terminou:

- Não poderá, todavia voltar à situação de parentesco que já passou. Não tem títulos de serviço prestado que a autorizem, agora, a regressar como filha de Matilde, mas retornará você ao mundo, como criada humilde da sua residência, para que, na verdadeira condição de obediência, aprenda a valorizar o tesouro que Deus lhe concedeu.

 Livro:  Pontos e Contos  Psicografia  Francisco Cândido Xavier  - Pelo espírito:   Irmão X

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

O TALENTO ESQUECIDO

No mercado da vida, observamos os talentos da Providência Divina fulgurando na experiência humana, dentro das mais variadas expressões. Talentos da riqueza material, da intelectualidade brilhante, da beleza física, dos sonhos juvenis, dos louros mundanos, do brilho social e domestico, do poder e da popularidade.  Alinham-se, à maneira de jóias grandes e pequenas, agradáveis e preciosas, estabelecendo concorrência avançada entre aqueles que as procuram.

Há, porém, um talento de luz acessível a todos. Brilha entre ricos e pobres, cultos e incultos. Aparece em toda parte. Salienta-se em todos os ângulos da luta. Destaca-se em todos os climas e sugere engrandecimento em todos os lugares. É o talento da oportunidade, sempre valioso e sempre o mesmo, na corrente viva e incessante das horas.

É o desejo de doar um pensamento mais nobre ao circulo da maledicência, de fortalecer com um sorriso o animo abatido do companheiro desesperado, de alinhavar uma frase amiga que enterneça os maus a se sentirem menos duros e que auxilie aos bons a se revelarem sempre melhores, de prestar um serviço insignificante ao vizinho, plantando o pomar da gratidão e da amizade, de cultivar algum trato anônimo de solo, onde o arvoredo de amanhã fale sem palavras de nossas elevadas intenções.

Acima de todos os dons, permanece o tesouro do tempo.

Com as horas os santos construíram a santidade e os sábios amealharam a sabedoria.

É com o talento esquecido das horas que edificaremos o nosso caminho, no rumo da Espiritualidade Superior, na aplicação silenciosa com o mestre que, atendendo compassivamente às necessidades de todos os aprendizes, prometeu, com amor, não somente demorar-se conosco até ao fim dos séculos terrestres, mas também asseverou, com justiça, que receberemos individualmente na vida, de acordo com as nossas próprias obras.

Livro: Caridade – Psicografia: Francisco C. Xavier pelo espírito Emmanuel – Espíritos Diversos

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

DINHEIRO

O dinheiro não é luz, mas sustenta a lâmpada.

Não é a paz, no entanto, é um companheiro para que se possa obtê-la.

Não é o calor, contudo, adquire agasalho.

Não é o poder da fé, mas alimenta a esperança.

Não é amor, entretanto, é capaz de erguer-se por valioso ingrediente na proteção afetiva.

Não é tijolo de construção, todavia, assegura as atividades que garantem o progresso.

Não é cultura, mas, apóia o livro.

Não é visão, contudo, ampara o encontro de instrumentos que ampliam a capacidade dos olhos.

Não é base da cura, no entanto, favorece a aquisição do remédio.

Em suma, o dinheiro associado à consciência tranqüila, alavanca do trabalho e fonte da beneficência, apoio da educação e alicerce da alegria, é uma bênção do Céu que de modo imediato, nem sempre faz felicidade, mas sempre faz falta.

Livro: Caridade – Psicografia: Francisco C. Xavier pelo espírito Bezerra de Menezes – Espíritos Diversos

Como estão nossos hábitos?

....
Modifiquemos hábitos danosos, em qualquer área da existência, começando por aqueles que pareçam mais fáceis de serem derrotados.
Sempre que surgir a oportunidade, façamos o bem, por mais insignificante que nosso ato possa parecer.
Geremos o momento útil e aproveitemo-lo.
Não nos cabe aguardar pelas realizações grandiosas, e tampouco podemos esperar glorificação pelos nossos acertos.
O maior reconhecimento que se pode ter por fazer o que é certo é a consciência tranqüila.
Toda ascensão exige esforço, adaptação e sacrifício, enquanto toda queda resulta em prejuízo, desencanto e recomeço.
Trabalhemos nossa própria intimidade, vencendo limites e obstáculos impostos, muitas vezes, por nós mesmos.
Valorizemos nossas conquistas, sem nos deixarmos embevecer e iludir por essas vitórias.
Há muitas paisagens, ainda, a percorrer e muitos caminhos a trilhar.
Somente a reforma íntima nos concederá a paz e a felicidade que almejamos.
A mudança para melhor é urgente, mas compete a cada um de nós, corajosa e individualmente, decidir a partir de quando e como ela se dará.

(Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no capítulo 10 do livro Revelações da luz de Raul Teixeira, pelo Espírito Camilo, e capítulo 11 do livro Vigilância, de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis)

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

M A L E D I CÊ N C I A

Toda pessoa não suficientemente realizada em si mesma tem a instintiva tendência de falar mal dos outros.
-  Qual a razão última dessa mania de maledicência?
É um complexo de inferioridade unido a um desejo de superioridade.
Diminuir o valor dos outros dá-nos a grata ilusão de aumentar o nosso valor próprio.
A imensa maioria dos homens não está em condições de medir o seu valor por si mesma. Necessita medir o seu próprio valor pelo desvalor dos outros.
Esses homens julgam necessário apagar as luzes alheias a fim de fazerem brilhar mais intensamente a sua própria luz.
São como vaga-lumes que não podem luzir senão por entre as trevas da noite, porque a luz das suas lanternas fosfóreas é muito fraca.
Quem tem bastante luz própria não necessita apagar ou diminuir as luzes dos outros para poder brilhar.
Quem tem valor real em si mesmo não necessita medir o seu valor pelo desvalor dos outros.
Quem tem vigorosa saúde espiritual não necessita chamar de doentes os outros para gozar a consciência da saúde própria.
As nossas reuniões sociais, os nossos bate-papos são, em geral, academias de maledicência.
Falar mal das misérias alheias é um prazer tão sutil e sedutor – algo parecido com whisky, gin ou cocaína – que uma pessoa de saúde moral precária facilmente sucumbe a essa epidemia.
A palavra é instrumento valioso para o intercâmbio entre os homens. Ela, porém, nem sempre tem sido utilizada devidamente.
Poucos são os homens que se valem desse precioso recurso para construir esperanças, balsamizar dores e traçar rotas seguras.
Fala-se muito por falar, para "matar tempo". A palavra, não poucas vezes, converte-se em estilete da impiedade, em lâmina da maledicência e em bisturi da revolta.
Semelhantes a gotas de luz, as boas palavras dirigem conflitos e resolvem dificuldades.
Falando, espíritos missionários reformularam os alicerces do pensamento humano.
Falando, Líderes hipnotizam multidões, enceguecidas, que se atiram sobre outras nações,
transformando-as em ruínas.
Guerras e planos de paz sofrem a poderosa influência da palavra.
Há quem pronuncie palavras doces, com lábios encharcados pelo fel.
Há aqueles que falam meigamente, cheios de ira e ódio.
São enfermos em demorado processo de reajuste.
Portanto, cabe às pessoas lúcidas e de bom senso, não dar ensejo para que o veneno da maledicência se alastre, infelicitando e destruindo vidas.
Pense nisso!
Desculpemos a fragilidade alheia, lembrando-nos das nossas próprias fraquezas.
Evitemos a censura.
A maledicência começa na palavra do reproche inoportuno.
Se desejamos educar, reparar erros, não os abordemos estando o responsável ausente.
Toda a palavra torpe, como qualquer censura contumaz, faz-se hábito negativo que culmina por envilecer o caráter de quem com isso se compraz.
Enriqueçamos o coração de amor e banhemos a mente com as luzes da misericórdia divina.
Porque, de acordo com o Evangelho de Lucas, "a boca fala do que está cheio o coração".
(Texto extraído do livro "A Essência da Amizade", Huberto Rohden)

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

NÃO EXAGERE

            Não deixe nunca de agradecer os favores recebidos, mas não se exceda em  palavras calorosas, que podem parecer lisonja ou pieguismo. Expresse sua gratidão sem exagero, com moderação.

            Aquele que faz um favor ou uma caridade, um serviço necessário e oportuno, se o faz de coração, não espera nenhum gesto de agradecimento, porque já se sentiu gratificado no ato de servir.

            Muitas vezes, com gestos e palavras de exagerada gratidão, poderemos, ao contrário, desagradar, por parecer falso o exagero. Quando o bem provier de pessoas menos amadurecidas no campo da fraternidade, o suposto benfeitor,  por encontrar no benefício oportunidade de alcançar sua vaidade ou merecer consideração heróica, sentindo-se um grande benemérito, já renunciou aos valores

que serão patrimônio do espírito, os que a ferrugem não corrói, e que falarão por nós na vida espiritual.

            Os falsos benfeitores já receberam aquilo que desejavam, nada têm a esperar. Destroem com a sua cegueira e imprevidência a generosidade de seu gesto.

            Agradeça com naturalidade, com carinho, mas evite o exagero. Não perca, no entanto, o ensejo de, um dia, surgindo oportunidade, retribuir discretamente, se possível, o benefício recebido.

            Sabendo quando é bom ser servido nas horas difíceis, você aprendeu a lição definitiva no campo da solidariedade humana. Encontrou quem o aliviasse de uma dor moral, ou de uma necessidade material, em momento difícil, de horizontes aparentemente fechados. Agora, permaneça atento aos que passarem por você trazendo problemas que não conseguiram solucionar, e que está ao seu alcance ajudar de algum modo. Considere que é a sua vez de ir de encontro do

irmão carente e levar-lhe sua palavra e apoio com generosidade, sem ostentação nem exagero de palavras ou gestos. Que “a sua mão esquerda não saiba o que a direita faz”.

            O meio mais agradável a Deus de sermos gratos é também nos colocarmos a seu serviço, servindo e amando sempre.

            Assim, amigos, a vida nos será sempre um jardim florido, onde a chama de nosso Cristo interno, que se alteia a cada dia dando-nos o modelo divino, encontrará em nosso íntimo  o aroma da serenidade, do equilíbrio, da fraternidade.

            Fique atento para compreender. Quem compreende, ama, porque vive ou sabe por experiência qual é o problema do próximo. Quem se conhece, conhece o semelhante. E quem sabe, cala, saboreando em silêncio profundo e bom, onde só as vozes de Deus e de seus vanguardeiros da luz falam. E os seus ditos são saborosos, tão diferentes de nossas justificativas ou discurso.

            Que haja paz.

“...A Verdade e a Vida”, Cenyra Pinto